quarta-feira, 11 de junho de 2014

O TRISTE FIM DO LARGO DOS AMORES

No ano de 1981, o jornalista Alberto Isaac já enviava uma reportagem ao Estadão onde exprimiu toda a sua tristeza sobre o estado em que se encontrava o "Largo dos Amores", em Itapetininga.
Já naquela época, três décadas passadas, o Largo sumia das vistas de quem costumou amá-lo.
Assim, o texto de Alberto Isaac:
" As árvores são poucas. Praticamente desapareceram. Os casarões antigos e o velho "repuxo" existem somente nas lembranças do povo. Desapareceram também. 
Nos bancos, não há mais namorados apreciando a tarde ou espairecendo-se à noite. 
Retreta, há muito tempo não há mais. 
Acabou, também, o footing das noites de sábados, domingos e feriados. 
O antigo e romântico "Largo dos Amores", de Itapetininga, "não é mais aquele". 
Em décadas passadas, marcaram presença ali figuras de destaque na política nacional, como Júlio Prestes, Getúlio Vargas, Eduardo Gomes e Juarez Távora; foi ponto obrigatório de encontro de homens de negócios; local de lazer dos mais velhos, que se encontravam para um inconsequente bate-papo; e concentração de namorados. 
Enquanto o footing fluía pelos passeios do Largo, o alto-falante ia anunciando músicas oferecidas "como prova de carinho", "de amizade ou "de amor". Os ofertantes: rapazes e moças que às vezes se ocultavam atrás de um enigmático "alguém". 
Agora, o Largo dos Amores está profundamente modificado. Durante o dia, atravessam-no pessoas apressadas que se dirigem aos estabelecimentos bancários ou à Prefeitura; à noite, poucos são os que se sentam em seus bancos ou passeiam, descontraidamente, em torno da fonte sempre apagada e as águas turvas. 
A cidade cresce, dirige-se para o futuro; o Largo ficou no passado".  
     

 

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