CEDRAL
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HISTÓRICO
A mata era virgem, cerrada, verde, com árvores enormes, frondosas, onde imponente sobressaia o CEDRO, a mais nobre, altiva e que por certo e predestinado, o povoado lhe tomaria o nome. Embora não se possa afirmar com absoluta segurança quando chegou o primeiro habitante de Cedral mas, segundo relato de velhos moradores, já em 1900, os senhores Felício Bottino, Severiano Vicente Ferreira, Coronel Silvério da Cunha Lacerda e o senhor Vicente Ferreira da Silva, já habitavam o local. O clima tropical, salubre, o lugar encravado no planalto paulista, excelente para o plantio do café, naquela época então, cultura emergente, seria o local ideal para iniciar a nova vida e prover o sustento da família. Disso tinha certeza o casal Felício e Pierina Bottino, que viera de Taiuva, para tentar a vida e desbravar as terras adquiridas de Nicolau Pietro. Tentaria ali. Por certo não haveria lugar melhor que aquele. Tinha absoluta certeza. Em 1907, o senhor Ozéias e Francelino Pereira da Mota, aportaram às margens do Córrego Lajeado, hoje, Abelhas, nas terras adquiridas em 1904, do Dr. Roberto Tode Loccke, engenheiro canadense residente em Jaboticabal. Já Severiano Vicente Ferreira, derrubando matas e abrindo picada, construiu sua moradia um pouco acima do Córrego das Palmeiras. Idas e vindas. Cedral à Jaboticabal - a cada semestre, uma viagem de carro de bois para a busca do sal, querosene, ferramentas para o amanho da terra etc.
Decidido a explorar as terras adquiridas no noroeste do estado, Felício Bottino deixou a esposa na cidade de Taiuva, onde residia, e rumou para a gleba Fazenda do Cedral, encravada na Comarca de Rio Preto. Construiu uma pequenina casa de madeira, abriu roçado para subsistência e iniciou a venda de terrenos desmembrados pelo italiano Nicolau Di Pietro, responsável pela Gleba Cedral.
FUNDAÇÃO DO POVOADO
De 1906 a 1910, chegaram Nicolau Aziz, que construiu a segunda casa, João Chames,Coronel Silvério da Cunha Lacerda, Felipe Scarpeli, Vicente Ferreira da Silva, Francisco Turano, Antônio Alves, Julio Xavier de Mendonça, Marco de Sandre, Pedro Franzine, Manoel de Oliveira Jordão, Pedro Ducato, Carlos Dias Barbosa, João Facchin, Luiz e Ricardo Guidolin, Guilherme Buosi, Eduardo Alves Ferreira, Francisco Baione e muitos outros. Com eles, a saga dos italianos, espanhóis, portugueses, árabes, etc. O Povoado cresceu. O café, principal produto, era produzido em grande quantidade, ao lado do arroz, feijão, milho e também pequenos rebanhos de gado, faziam a riqueza do lugar. O povoado se desenvolvia, e Francisco Baione e Nicolau Pietro iniciaram o loteamento das terras acima da linha da estrada de ferro. As terras do lado de baixo eram loteadas pelo senhor Felipe Scarpelli, e logo surgiram as primeiras ruas. Em 1906, o sírio Nicolau Aziz constrói um prédio de tijolos, onde instala sua residência e o armazém de secos e molhados. O jovem João Chames, ao chegar a Cedral, empregou-se como funcionário da Casa Nicolau Aziz & Cia. De 1910, em diante, outras famílias chegaram ao povoado. Vieram os Facchin, Dicatti, Beolchi, Perozin, Rasja, Britto,Targa e muitas outras. O pioneiro Joaquim dos Reis e sua esposa Maria Theodora de Miranda, adquirem então, três mil alqueires de terras na gleba Paula Vieira e dão inicio ao loteamento e povoamento do Bairro do Sapé. Outro pioneiro destas terras, Giovanni Facchin e sua esposa Maria Russi, italianos de Treviso, construíram em 1910, a primeira morada no Bairro Córrego do Baixadão.
A ESTRADA DE FERRO
Os trilhos da Estrada de Ferro de Araraquara chegam ao povoado em 1911, cortando o sertão, buscando o progresso em direção ao Mato Grosso. Fez parada em São José do Rio Preto e com ela veio o progresso na região e, Cedral, Vila daquele município, experimentou também um grande desenvolvimento. Cortando a vila ao meio, sem saber dos problemas políticos que geraria, os trilhos do progresso foram instalados. Em 26 de fevereiro de 1912, solenemente, sob a chefia do senhor Bento Mendonça Ramalho, foi inaugurada a ESTAÇÂO CEDRAL. O trem então levava sacas de café e cereais para a cidade de Santos e trazia noticias da capital, juntamente com novos e corajosos empreendedores. Os pioneiros já não precisavam mais percorrer, de carro de bois ou à cavalo, os 200 km até Jaboticabal, para a busca de mercadorias e noticias. O trem as trazia diariamente.
Considerado o fundador do município de Cedral, Felício Bottino nasceu em 26 de maio de 1861, na cidade de Colle D'Anchise, Província de Campobasso, região de Molise, Itália. Era filho de Antônio Bottino e Mariana Di Gregório. Casou-se aos 41 anos de idade, com Pierina Anarratone, no dia 23 de outubro de 1902, no Distrito de Paz de Araraquara, conforme registro sob nº 154 do Cartório de Registro Civil. O casal Felício e Pierina tiveram os seguintes filhos: Marianinha, Adelina, Antônio, Antônia, Carlos, Pedro, Beatriz, Anziolando e um natimorto. Acometido de grave doença, Felício Bottino faleceu em 21 de fevereiro de 1925, aos 64 anos de idade, na cidade paulista de Bebedouro, onde está sepultado. A senhora Pierina faleceu em 24 de agosto de 1954, aos 77 anos de idade, e está sepultada no cemitério de Cedral. Benfeitor, Felício Bottino doou terras para inúmeras benfeitorias no município, inclusive a área para a construção do cemitério local. A antiga Rua Duque de Caxias, teve o seu nome alterado para Rua Felício Bottino, conforme Lei nº 51 de 15 de abril de 1950. Felício Bottino também é nome de logradouro na capital de São Paulo.
ORIGEM DO NOME
A maior dificuldade encontrada pelos moradores, quando aqui chegaram, foi a derruba das imponentes Árvores de Cedro, que emaranhavam se dominando a região. Deste obstáculo surgiu o nome do município. O nome CEDRAL foi tirado do nome da árvore CEDRO, que existia em grande abundância na época da fundação do povoado. Em 17 de novembro de 2009, através do Decreto Lei Municipal nº 2013, fica instituída à ÁRVORE CEDRO como símbolo do município de Cedral.
CRIAÇÃO DO DISTRITO
Em 27 de novembro de 1919, através do Decreto Lei Estadual nº 1664, o povoado foi elevado à categoria de Distrito, pertencente ao município de Rio Preto, passando sua sede à categoria de Vila, com a denominação definitiva de Cedral. Sua instalação ocorreu oficialmente em 05 de abril de 1920, quando em sessão solene criou se o Cartório de Paz. Foram subprefeitos do Distrito de Cedral os senhores: Felipe Scarpelli, Coronel Sivério da Cunha Lacerda, Julio Xavier de Mendonça, Guilherme Buosi, Dr. Jorge de Carvalho, Joaquim Costa e Messias Vicente ferreira. O subprefeito do Distrito de Paz de Cedral, naquela época, era nomeado pelo Presidente da Câmara de Rio Preto, com mandato de um ano.
CRIAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
No dia 27 de dezembro de 1929, através do Decreto Lei Estadual nº 2.399, o Distrito de Cedral é elevado à categoria de Município, quando a sede recebe foros de cidade e desmembra-se do município de São José do Rio Preto. Sua instalação verificou se em16 de março de 1930, assumindo o cargo de primeiro prefeito, o senhor Messias Vicente Ferreira, juntamente com os primeiros vereadores eleitos no município, João Faquim, Guilherme Buosi, Messias Vicente Ferreira, José Ferreira Fontes e Higino Barcellini, empossados na oportunidade pelo Juiz de Direito da Comarca, Dr. Mário Guimarães que também declarou instalado o município de Cedral.
PERSONALIDADES ARTÍSTICAS
ORQUESTRA OSMAR MILANI
O Maestro Osmar Milani, nasceu em Cedral, em 21 de janeiro de 1920. Filho do Maestro João Milani e da pianista Cecília Bonsi Milani. Seus padrinhos de batismo foram Felipe Scarpelli e Cristina Petreca Scarpelli. Fez o primário em Cedral e integrou o Coral da Igreja São Luiz Gonzaga. Foi casado com Marlene Landolpho Milani. Genitor de Osmar Milani Junior, médico pediatra, e avô de Bia e Júlia. Sob a regência do Maestro João Milani seu genitor, foi trombonista da philarmônica Carlos Gomes de Cedral. Depois, integrou a Orquestra Jazz Band Paratodos, sob a regência de seu irmão Lelo, em São José do Rio Preto. Transferiu-se, mais tarde, para a capital paulista, integrando a orquestra de Orlando Ferri. Em seguida foi para o Guarujá, onde trabalhou no Cassino Guarujá até 1946. De volta a São Paulo, em 1949, participou na Rádio Tupi, da Orquestra Georges Henry, como trambonista arranjador. Em 1952, foi contratado pela Rádio Excelcior, depois Nacional, como maestro titular e arranjador. Nessa época fundou e comandou a Orquestra Osmar Milani, apresentando-se por todo o Brasil até 2003. Passou por quase todas as emissoras de rário de São Paulo: Cultura, Record, América, Bandeirantes, Gazeta, Nacional, emissora na qual foi maestro titular.
Estreou na tevê quando a Rede Globo comprou a TV Paulista, como diretor musical do programa O Mundo é das Mulheres, comandado por Hebe Camargo. Fez ainda o programa da Dercy Gonçalves e compôs várias trilhas de aberturas. Depois, o Maestro passou para o SBT onde, por mais de trinta anos permaneceu ao lado de Silvio Santos. Participou dos programas: Show da Loteria, Boa Noite Cinderela, Qual é a Música?, Em nome do Amor e Alô Chistinah!. A Orquestra Osmar Milani acompanhou os famosos cantores Orlando Silva, Vicente Celestino, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Francisco Alves, Morgana, entre outros nomes da música brasileira. Foi o descobridor dos cantores Francisco Egídio e Agostinho dos Santos, ambos crooner de sua orquestra na década de 1950. Por três vezes foi agraciado com o troféu Roquete Pinto, como melhor maestro-arranjador. Gravou pelas gravadoras Copacabana, Polydor e Odeon os discos: Música Popular Internacional, LP Osmar Milani - Baile dos Estados, Encontro com a Música, em parceria com o Maestro Luiz Arruda Paes, Osmar Milani - Vol.I, Compacto - Duas Vozes... Quatro Sonhos, Baile da Balança, Melodias e Danças, Estas...são as preferidas. O Maestro Osmar Milani faleceu no dia 20 de fevereiro de 2003, aos 83 anos de idade.
ANTÔNIO CARLOS SENEFONTE - KID VINIL
O famoso Kid Vinil nasceu em Cedral, no Bairro Invernada em 10 de março de 1955. Filho de Antônio Senefonte e Celestina Beretta Senefonte. Kid Vinil é músico, jornalista e radialista. Começou sua carreira em 1979, na rádio Excelcior FM (SP). No ínicio dos anos 1980 integrou a banda Verminose, mais voltada para o punk rock. Ficou famoso nos anos 80 como vocalista e lider do grupo Magazine, com as canções Tic Tic Nervoso, A Gata Comeu, Sou Boy e Glub Glub no Clube. Também foi um dos maiores incentivadores do movimento punk paulista, organizando shows e tocando músicas de bandas de punk rock e pós-punk em seu programa de rádio. Estreou em 1987, na televisão, participando do programa Boca Livre, da TV Cultura. Na Band comandou o programa Mocidade Independente e depois se tornou VJ da extinta MTV, participando de programas como Lado B, em que participavam bandas ainda desconhecidas. Foi colaborador dos jornais a Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo, escrevendo resenhas musicais. Foi diretor artístico das gravadoras Eldorado e Trama. Foi também, DJ de rock em diversas casas noturnas. Entre 1994 e 1996, esteve à frente do departamento internacional da gravadora Eldorado. Em 2008, lançou o livro chamado Almanaque do Rock, que relata a trajetória do rock, começando pelos anos de 1950 até os dias de hoje. Antônio Carlos Senefonte, o KID VINIL, faleceu no dia 19 de maio de 2017. Algum dia receberá de seus conterrâneos o merecido reconhecimento.
REGISTRO DO HISTORIADOR - LINHA DO TEMPO
Por volta de 1900, nascia Cedral, em meio à mata virgem, e os fundadores Felício Bottino, Coronel Severiano Vicente Ferreira, Coronel Silvério da Cunha Lacerda, e Vicente Ferreira da Silva, com facão em punho, abriram picadas e clareiras onde foram construídas as primeiras moradias.
De 1906 à 1910, a população aumentou com a chegada das famílias de, Felipe Scarpelli, Nicola de Pietro, Francisco Turano, Antônio Alves, Antonio de Oliveira Jordão, Pedro Lucato, Nicolau Assiz, Julio Xavier de Mendonça, João Chames, Carlos Dias Barbosa, João Faquim, Luiz Guidolin, Joaquim Pereira da Mata, Guilherme Buosi, Eduardo Alves Ferreira e outros.
Em 1912, Cedral, era ainda um pequeno agrupamento de casebres embrenhados em verdadeira mataria, e neste ano o progresso veio com a Estação da Estrada de Ferro Araraquarense, onde paravam diversos trens diários de passageiros, e era o meio de transporte usado pela população.
Em 1918, inaugura-se uma Agência dos Correios.
Em 1920, foi inaugurado o Cine Theatro Politheama, de propriedade do senhor Manoel Reino, depois transferido para o tenente Luiz de Mello.
Em 25 de abril de 1920, foi criado o Cartório de Paz, tendo como oficial o senhor Delmino Augusto D'Ávila e como Juiz de Paz, o senhor Marcio Brito.
No ano de 1924, eis que Cedral é iluminada, por luzes públicas e particulares. Cedral era um pontinho iluminado, em verdes matas, ainda existente na época.
Em 20 de outubro de 1925, a Paróquia São Luiz de Gonzaga, foi construída em um terreno doado pelo senhor Felipe Scarpelli, e o primeiro vigário da época foi o padre Antônio Augusto Dias.
Em 24 de fevereiro de 1927, o Grupo Escolar foi inaugurado, tendo como primeiro diretor o senhor Sebastião Alves de Almeida Salles.
Em 08 de julho de 1928, o “Banco do Estado de São Paulo”, inaugura sua nova Agência, tendo como gerente o senhor Augusto de Paiva Castro.
Em 27 de dezembro 1929, por Lei Estadual nº 2.399, Cedral recebe foros de cidade e, desmembra-se do município de São José do Rio Preto. Sua instalação ocorreu em 16 de março de 1930.
Neste mesmo ano, tendo como chefe o senhor Clóvis Alberto da Costa, instala-se também a Coletoria Federal.
Fonte: Texto Extraído das Obras: O CEDRAL E AS RAÍZES DO CEDRO.
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