Conheci sua nascente, pequena, uma criança dando os primeiros passos,
Margens floridas, pássaros cantando, flores te enfeitando,
E encachoeirado irmãos menores iam se agregando,
Até se tornar correntoso descendo as encostas,
E num repente se viu prisioneiro num grande reservatório.
O homem colocou comportas para não poder fugir.
E estranhos condutos onde descia furioso para mitigar a sede das pessoas da cidade,
Água pura para todas as serventias e as sujeiras voltavam para mim como esgotos.
Mau cheiro que causava repugnância nos passantes apressados,
Que passavam ao largo sem ao menos me direcionarem olhares.
Fui recebendo todas as repugnâncias que jogavam sobre mim como gratidão,
Animais mortos já em decomposição e toda sorte de entulhos.
E das fábricas que minhas turbinas geravam riquezas incalculáveis,
Retribuíam com escaldantes minerais que sobravam das maquinas já terminadas,
E tudo isso me deixava triste eu que nasci em paragens tão bonitas.
Um dia recebi no termino de um ano que se
encerrava,
Um.defensor da natureza onde todas as belezas se mostravam exuberantes,
E eu percorria já essas paragens bem mais volumoso onde tive minhas origens,
E esse espectador que sempre tentou me defender,
Ficou chocado por minhas águas turvas carregarem aguapés que desciam devagar,
Produzidas por impurezas que o homem jogava em mim sem ao menor pudor,
E percebi no seu semblante um misto de tristeza e também encantos pela natureza bonita que me cercava.
Jairo Valio.
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