domingo, 6 de outubro de 2013

AS 14 CRUZES DO MONGE DE IPANEMA

No livro "Cruzes e Capelinhas", Antonio Francisco Gaspar, à página 67, edição 1.952, deixou lá suas impressões acerca das.....

CRUZES DO MONGE DO IPANEMA
( na estrada para a Capela do Alto):

No local da Capela do Alto, bairro que fica à margem da estrada de rodagem entre Campo Largo (hoje Araçoiaba da Serra) e a cidade de Tatuí, existiu ou ainda existe abandonado pelo tempo, um Cruzeiro que dizem os antigos foi plantado pelo eremitão João Maria D`Agostinho cognominado: o "Monge do Ipanema".
Esse anacoreta, vindo de Piemonte, Itália, em 1844, apresentou-se em Sorocaba em princípios do mês de Dezembro desse ano no Cartório do Escrivão Serventuário Procópio Luis Leitão Freire e pediu permissão de residir nas matas do morro Araçoiaba, imediações da Fábrica de Ferro São João do Ipanema.
Após ali permanecer algum tempo exercendo seu ministério de Eremitão, passando segundo conta a tradição, dias nas mais duras penitências, assombrando a todos, tanto por sua vida austera como pelos seus conselhos cheios de sabedoria, veio um dia ter a esse local em que chama-se Capela do Alto, a fim de plantar um Cruzeiro.
E assim o fez.
É o mui reverendo e estimado padre Vicente Hypnarowsky, vigário da Paróquia de Nossa Senhora  das Dores de Campo Largo, que diz no seu livro "Centenário da Fundação de Campo Largo", página 21, editado em 1.926:
 " Ao lado oriental da fábrica de ferro "São João do Ipanema", estado de São Paulo, comarca de Sorocaba, existe uma pedra colossal, conhecida pelo nome: "Pedra do Monge", onde há cerca de 60 anos atrás residiu um anacoreta". 
Antonio Guilherme, também um dos mais antigos moradores desse local e que dizem ter nascido ali por volta de 1860, contava que o MONGE e mais sitiantes plantaram 14 cruzes de madeira de lei, formando um desenho retangular conforme o esquema a seguir:


Pelas informações do sr. Francisco das Neves em um Domingo, a 4 de Outubro de 1942, soubemos que o sr. Antonio Guilherme era o zelador desse cruzeiro.
Capinava o mato quando crescia ao redor dessas cruzes as quais eram também cercadas por uma cerca de arame farpado.
O sr. Guilherme também informava com precisão a todos que, quando o Monge habitava a "Gruta da Pedra Santa", na encosta do Morro do Araçoiaba, de vez em quando aparecia ali no Cruzeiro a fim de fazer as suas orações.
O investigador dessa tradição cristã soube mais que, as 14 cruzes são até veneradas pelos sitiantes do bairro e o cercado livra de os animais não repastarem ali a fim não ser profanado pela gula o símbolo de nosso Redentor.

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