HISTÓRIA DE SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA SP
128 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA EM 2019
O Município de Santo Antônio da Alegria teve início quando o local era apenas uma fazenda, cujo nome era Cuscuzeiro e situava-se às margens do Ribeirão Pinheirinho, fazendo parte do município de Batatais até então.
O Sr. Francisco Antônio Mafra, considerado a pessoa mais importante do início de nossa história; solicitou permissão ao Dr. Joaquim Emmanuel Gonçalves de Andrade (Cônego da Catedral da Cidade de São Paulo) para que fosse iniciada a construção da capela dedicada a Santo Antônio. O Dr. J.E.G.A. concedeu-a e na década de 1860 foi construída a capela do "Cuscuzeiro", que seria o marco inicial para o que viria a surgir.
Muitos se perguntam até os dias atuais, o porquê de o município se chamar Santo Antônio da Alegria?
Santo Antônio é uma homenagem ao padroeiro da cidade (Santo Antônio de Pádua) e Alegria, se deve ao fato de que, na época muitas festas aconteciam na fazenda Cuscuzeiro, devido ao grande fluxo de tropeiros que viajavam de um estado ao outro e paravam para descansar no local.
A Capela de Santo Antônio, foi elevada, através de um oficio à categoria de Freguesia em 28 de Fevereiro de 1866. Sendo assim passou a ser freguesia da vila de Batatais. Tornando-se município no dia 10 de Março de 1885, sendo instalado no dia 07 de Abril de 1890.
A Escrava Luciana
No dia 09 de Julho de 1874, foi instalado o Cartório de Registros na Freguesia de Santo Antônio e segundo constam os primeiros documentos, a primeira escritura foi a de compra e venda de uma escrava, cujo nome era Luciana, 18 anos de idade, cor preto, crioula.
O Sr. Manoel Gomes de Oliveira quem a vendeu pelo preço de 900 mil réis ao Sr. Joaquim José Ferreira de Lima.
O Laudo Villeroy
O Laudo Villeroy é a demarcação dos limites de terra entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.
“O governo de Armando Sales de Oliveira encontrou a controvérsia de limites de São Paulo com Minas Gerais em posição bastante melindrosa", confiando ao general Augusto Ximeno Villeroy a tarefa de demarcar à linha fronteiriça dos dois estados.
Em Santo Antônio o laudo Villeroy havia atribuído a Minas toda a divergência da Margem direita desde o rio (onde hoje é o bairro São Benedito), abrangendo uma parte da cidade (o outro lado do rio, Igreja da Matriz e Centro). "A linha do acordo de Belo Horizonte cortou a divergência ao meio, atribuindo a São Paulo o trecho de patrimônio da margem direita do rio e a parte da cidade (já citada), como também as terras dos arredores cujos proprietários pediram passagem para São Paulo."
O Vilarejo Souza
Muitos certamente nunca ouviram falar, porém a oeste do município de Santo Antônio da Alegria, ao lado da fazenda da Matinha, às margens do córrego Souza, próximo da divisa de Cajuru e Altinópolis, existiu um pequeno vilarejo de nome "Souza".
"Espírito Santo da Alegria era o nome oficial daquele patrimônio cuja área era de treze alqueires de terra, doados para a Igreja, pelo senhor João Borges da Silva". O local era apenas um arraial, que cresceu e chegou a ter várias ruas, várias mercearias, bares, açougues e a igreja com galpão e coreto. Na época a prefeitura de Santo Antônio da Alegria também arrecadava impostos daquele patrimônio, segundo a lei municipal vigente.
Acredita-se que Souza sobreviveu até 1948. A precariedade das estradas obrigou o povo a mudar-se para outras cidades, o comércio conseqüentemente foi fracassando até a extinção completa do lugarejo.
O local hoje infelizmente não existe mais, o tempo levou as memórias que ali existiram e a mata dominou o local.
Curiosidade: Em entrevista com o Sr. Luiz Paiva, o mesmo relatou já ter ido ao local nos dias atuais e relatou que após algumas escavações, alguns vestígios começaram a aparecer. Tais como: guias das calçadas e partes das ruas; entretanto às casas que ali houve simplesmente desapareceram.
A Economia da Época
“Poucos documentos existem a respeito da economia de Santo Antônio da Alegria ao longo de sua história. Mas sabe-se que era baseada na agropecuária. Os transportes, os serviços, as pequenas indústrias e até mesmo algumas olarias, existiam em função da produção agrícola.”
Transportes
No passado o transporte era realizado por carros de boi e lombo de burro. As principais mercadorias transportadas entre a cidade e a zona rural eram: querosene, açúcar e sal. O querosene servia para a utilização nas lamparinas, pois até então, não existia energia elétrica nas regiões rurais. Já o açúcar e o sal eram basicamente necessidades alimentares.
Os primeiros veículos que aqui houve, datam de 1939. "Consta um automóvel de carga, caminhão marca Chevrolet de Germano Guerra residente na Serra da Boa Vista"; a velocidade máxima que o veículo atingia era 80 km/h. Segundo registros houve também um veículo da marca Dodge-Brothers, para turismo, na cor preto, cuja velocidade máxima ultrapassava os 50 km/h, o automóvel pertencia a Valter Wappler. E um veículo de condução pessoal, para turismo, da marca Rúgbi, que atingia a velocidade máxima de 90 km/h, de propriedade de José Abrão.
Fonte: Livro "História de Santo Antônio da Alegria" - Vol.01
Autor: João Batista Garcia Maia.
Santo Antonio da Alegria aniversariou no último dia 13 de junho.
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