Denominações anteriores: Pindamunhangava, São José de Pindamonhangaba e Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba.
Fundadores: Antônio Bicudo Leme, Braz Esteves Leme, João Correa de Magalhães, Pedro da Fonseca Magalhães e Manuel da Costa Leme.
Data da fundação: Meados do século XVII.
O topônimo Pindamonhangaba significa lugar onde se faz ou se fabrica anzol (pindá ou pina = anzol – monhan = fazer – gaba = lugar).
O mais antigo documento que faz referência a Pindamonhangaba é o relativo a uma data de terras a Jacques Feliz e seus filhos, assinada por João de Moura Fogaça, em 21 de novembro de 1628, em Angra dos Reis. Essas terras iam de Pindamonhangaba a Tremembé.
A conclusão que se tira de novos estudos históricos pindamonhangabenses é que de 1640 a 1665 existiu pequeno arraial, sendo de 1665 a 1704 o período da Freguesia ou Capela de São José.
Há indícios de que tenha existido uma igrejinha, construída anteriormente a 1665, talvez fundada por Manuel da Costa Cabral e outros, ali afazendados. Tais começos são obscuros. Os irmãos Antônio Bicudo Leme, seu genro e Braz Esteves Leme teriam chegado à região antes de 1660.
Afirma um autor pindense que Bicudo Leme iniciou as obras da Igreja-Matriz em 12 de agosto de 1672 e por isso, a Câmara Municipal entendeu, em 1953, de oficializar essa data. Todavia, a questão da fundação da cidade é bastante controvertida, não sendo conhecida a provisão que teria criado a Capela.
Pouco a pouco vai se levantando e espesso véu que cobre, na história pindense, o século XVII, apontando-se a notável contribuição do povo para o desbravamento das Minas Gerais, através das figuras do Padre João de Faria Filho, Antônio Dias, Coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, e outros.
Pindamonhangaba pode orgulhar-se de ter sido uma das duas cidades brasileiras que conseguiram predicamento de Vila por um golpe revolucionário, em pleno período colonial.
Esse fato foi confirmado por Carta Régia de Dona Catarina, datada de 10 de julho de 1705 com o nome de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba.
Salientaram-se no movimento emancipador o Padre Faria, Bicudo e os componentes de sua família, além do filho Manuel da Costa Leme.
Segundo Padre Taques, Pindamonhangaba era “onde a maior parte da nobreza de Taubaté e São Paulo se achava estabelecida, sendo naquele tempo o dito Manuel da Costa Leme o mais potentado e venerado de todos”.
Bastante obscuro também é o século XVIII que se iniciou com bastante agitação por parte dos pindamonhangabenses, na mineração de além Mantiqueira, terminando por pequeno ciclo de cana-de-açúcar. Acentua-se a atividade escravocrata, após o apresamento do índio. Firmam-se velhas famílias, proprietárias de sesmarias e latifúndios, três das mais antigas: Romeiro, Godoi e Salgado-Bicudo (Siqueira) e duas mais recentes: Marcondes e Homem de Melo.
Os descendentes vão se destacar no século XIX, com o cilclo do café, construindo seus próprios palácios e conquistando títulos de nobreza: Barão Homem de Melo, 1º e 2º Barões de Pindamonhangaba, Barão de Romeiro, Barão de Itapeva, Barão de Lessa e outros.
No início do século assinala-se a participação dos pindamonhangabenses no Grito do Ipiranga, com a maior das representações, formando a Guarda de Honra do Príncipe Regente: Coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Melo, comandante, Capitão João Monteiro do Amaral, Tenente Francisco Bueno Garcia Leme, Domingos Marcondes de Andrade, Miguel de Godoi Moreira e Costa, Adriano Gomes Vieira de Almeida, Manuel de Godoi Moreira, Manuel Ribeiro do Amaral, Antônio Marcondes Homem de Melo e Benedito Correia Salgado da Silva.
A altivez da gente pindense, os brios do povo, econômica, étnica e socialmente forte vão eclodir na revolução liberal de 1842, na qual tomam parte ativa. A elevação à categoria da cidade, por Lei de 3 de abril de 1849, segue-se a fase econômica do café, recebendo Pindamonhangaba o cognome de Princesa do Norte. Os sobradões de hoje, velhos e senhoris, falam-nos desses dias de glória, de abastança e fidalguia e já por isso, já por ter sido erguida num platô beirado pelo Paraíba, donde se descortina a imponência da Serra da Mantiqueira, encontra-se na alma do pindense, até hoje, essa qualquer coisa de sobranceiro, de hospitalidade, diremos mesmo, de orgulho sadio.
A comarca foi criada em 1858, mas logo suprimida,e só em 1877 se instala definitivamente.
Em todos os grandes momentos históricos nacionais, no século XIX, Pindamonhangaba faz sentir sua presença: Guerra do Paraguai, Abolição, República.
Aos 25 de fevereiro de 1888 já não havia mais escravos no município, mas a cidade é duramente atingida pelas consequências do movimento libertador. Não estando os fazendeiros preparados para o regime de trabalho livre a lavoura decai e são retalhadas extensas propriedades rurais começando então a fase de cidade morta, sem a natural continuidade de industrialização. O ritmo ascensional do progresso material somente foi retomado na época da 3ª República, quando seu progresso agrícola encaminha a “Princesa do Norte” para os primeiros lugares dentre os municípios do Estado.
Foi incorporado o distrito de São Bento do Sapucaí, por Decreto de 16 de agosto de 1832, havendo o mesmo sido desmembrado pela Lei n.º 23, de 16 de abril de 1858.
O município contava, em 3 de outubro de 1955, com 7 321 eleitores inscritos e sua Câmara Municipal é composta de 15 vereadores.
Origem do nome:
PINDÁ (ou PINÁ) = anzol. MONHAN = fazer. GABA = lugar.
PINDAMONHANGABA = lugar em que se faz anzol, ou fábrica de anzol.
Berta Celeste Homem de Mello
Nasceu em 21 de março de 1902, em Pindamonhangaba.
Berta poetisa, farmacêutica e professora.
Em 1941 venceu um concurso na Radio Nacional do Rio de Janeiro para a composição da letra em português do "Happy Birthday to You", "Parabéns a Você".
Faleceu em Jacareí, a 16 de agosto de 1999 de infecção pulmonar aos 97 anos.
João Carlos de Oliveira - o "João do Pulo"
Mostrou logo como juvenil o seu excelente talento ao quebrar o recorde mundial da categoria no salto triplo com 14,75 metros no Sul-americano de 1973.
Dois anos depois, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, aconteceria o momento de maior glória em sua carreira.
João do Pulo já havia conquistado a medalha de ouro no salto em distância (8,19m) e tentaria levar também medalha de ouro na sua última tentativa no salto triplo.
Com um salto magnífico, de 17,89 metros, entrou para a história do esporte com um recorde mundial que levaria 10 anos para ser superado.
Na Olimpíada de Montreal-1976, João do Pulo conseguiu sua primeira medalha olímpica com um bronze.
A marca de 16,90 metros não foi das suas melhores, talvez em face dos compromissos com os militares - era cabo do Exército - o tirarem de competições e de sua melhor forma física.
Quatro anos depois, na Olimpíada de Moscou, João do Pulo era um dos favoritos para a medalha de ouro.
Um ano antes, no Pan-americano de Porto Rico, ele tornara-se bicampeão no salto triplo (17,27m) e em distância (8,18m) provando que era o favorito para a medalha de ouro olímpica. Numa prova polêmica, João ficou com a medalha de bronze olímpica no salto triplo sendo superado pelos soviéticos Jaak Udmae e Viktor Sansev.
Suspeita-se que os ficais de linha o prejudicaram anulando seus melhores saltos para beneficiar os soviéticos.
Ainda em 1980 um trágico acidente de carro interromperia a carreira de João do Pulo no auge da sua forma.
Ele sofreu durante um ano no hospital e acabou perdendo sua perna direita que foi amputada.
João Carlos de Oliveira faleceu em 1999, aos 45 anos de idade, em consequência de uma cirrose hepática e infecção generalizada.
Fonte: Migalhas dr. Pintassilgo
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