domingo, 31 de março de 2013

IGUAPE E O SENHOR BOM JESUS.

Iguape



Transcrito do original:
Documento n.° 12

Aparecimento da IMAGEM do Senhor Bom Jesus


Sendo no anno de mil seiscentos e quarenta e sete, mandados por dous Indios Buçaes, e sem conhecimento, e ignorantes da fé, por Francisco de Mesquita, morador na praia da Jurêa, para a Villa da Conceição, a seus particulares, acharão na Praia da Yuna, junto ao rio chamado Passauna, rolando um vulto com as superfluidades do mar e que vulgarmente chamão resacas, e reconhecendo-o levarão para o limite da Praia, onde fazendo uma cova o puserão de pé com o rosto para o nascente e assim o deixarão com um caixão que divisarão ser de cêra do Reino, e umas botijas de azeite doce, cujo numero não pude saber de certo, as quaes cousas se acharão desviadas um pouco espaço do dito vulto, e voltando os ditos Indios d’ahli a dias acharão o dito vulto que não conheciam, no mesmo lugar, mas com o rosto virado para o poente, no que fizerão grande reparo pelo terem deixado para o nascente, e não acharem vestigios de que pessoa humana o podesse virar; e chegados que forão ao sitio de seu administrador contando o caso, que logo se soube pelos vizinhos, resolverão que Jorge Serrano e sua mulher Anna de Góes, e seu filho Jorge Serrano e sua cunhada Cecília de Góes, a ir vêr o narrado pelos Indios, e chegados, acharão a Santa Imagem na forma em que os Indios a tinhão exposto, e tirando-a metterão numa rede e a trouxerão alternativamente, os dous homens e as duas mulheres até o pé do monte a que chamão de Jurêa, onde os alcançou a gente da villa da Conceição, que vinhão ao mesmo effeito pela informação dos Indios, a qual gente da Conceição ajudarão aos quatro o conducção da dita Santa Imagem, até ao mais alto do dito monte da Jurêa, d’onde os dous homens e as duas mulheres, com a mesma alternativa, a transportarão até a barra do rio chamado Ribeira de Iguape, onde forão os moradores da Villa de Iguape buscar a Santa Imagem, e trazendo-a com muito grande acatamento, puzerão no rio a que chamão hoje com muito grande alegria a Fonte do Senhor, para lhe tirar o salitre e ser encarnada de novo, o que conseguirão depois de segundo encarne, pela imperfeição com que ficava, e conseguindo o ornato, a collocarão nesta Igreja da Senhora das Neves, em que está, aos dous dias do mez de Novembro de mil seiscentos e quarenta e sete, conforme achei no assento de um curioso, tirado de outro mais antigo; tambem achei informação de que era tradicção, que a Santa Imagem do Senhor Bom Jesus, vinha do reino de Portugal, embarcada para Pernambuco, e que encontrando o navio outro de inimigos infieis, lançarão os do navio portuguez a Santa Imagem ao mar, para não ser tomada com o que se achou junto a ella de cêra e azeite; e que no mesmo tempo em que foi achada a dita Santa Imagem na Praia, foram vistas pelo Padre Manoel Gomes, Vigario da Ilha de São Sebastião, passar pelo mar da parte do Norte para o Sul, seis luzes uma noite, cuja luzerna illuminava grande circumferencia, a qual noticia dira o dito Vigario ao Reverendo Padre Antonio da Cruz, religioso da Companhia de jesus, e para que venha a noticia de todos, e estes louvem ao Senhor como convem, por tão Soberano favor, esperando a sua misericordia, que foi servido que se cumprisse a prophecia: Orietur vobis Sol Istitiae, se verifiquem tambem a subsequente Et Sanitas in penis ejus. Curando nossas almas do contagio da culpa, dando-nos o premio aos escolhidos promettido, mandei escrever esta informação, que mando ao reverendo Vigario e seus successores a publiquem e leião no dia da festa do Senhor, no tempo em que costumão lêr as esmolas do anno, o que comprirão sob pena da Santa obediencia. dado em Visita, sob meu signal e sello, que perante mim serve nesta Villa de Nossa Senhora das Neves, de Iguape, aos vinte e dous dias do mez de Outubro de mil setecentos e trinta. E eu o licenciado Padre Manoel do Valle Palhano. Secretario da Visita o fiz e escrevi.—Christovão da Costa e Oliveira.

Fontes :
Ernesto Guilherme Young, "Esboço Histórico da Fundação da cidade de Iguape", Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. II, pp. 128-130, 1896 e Blog By História da cidade de Iguape.

O VALE DO RIBEIRA

Vale do Ribeira - ilustração cartunista Sesary

A região do Vale do Ribeira é formada por 30 municípios; 23 são municípios paulistas (
Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananeia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra, Sete Barras e Tapiraí) 
e 7 são municípios pertencentes ao Paraná (
Adrianópolis, Bocaiuva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná)
A região possui uma das áreas de beleza natural mais exuberante do Estado. 
Entre seus parques e reservas naturais de mata atlântica estão mais de 10 mil espécies entre fauna e flora declaradas pela Unesco como reserva da biosfera por sua diversidade. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

ITAPETININGA- 1.934




Esta foto é de 1934 e foi enviada pelo Du Oliveira para o blog do Flávio Gomes, de Itapetininga.


Segundo Du, a bomba ficava na rua em frente à oficina. 






segunda-feira, 25 de março de 2013

1.985: ONDE FOI PARAR O BOLINHO DE FRANGO DO ODILON.



No jornal O ESTADO DE SÃO PAULO - edição de 27.11.1985.

UMA LENDA DE PINDAMONHANGABA.


Dentre tantas lendas de Pindamonhangaba, contadas por Newton Lacerda César, uma chama a atenção.
É sobre uma escrava chamada Lavínia que servia seus patrões numa fazenda de café, propriedade de um "foral" do Império, pras bandas do Bairro da Cruz Grande e do Morro da Piedade.
Nessa fazenda havia um feitor muito ruim que maltratava demais os escravos do patrão.
Lavínia era uma escrava cheia de encantos e durante as tardes muito quentes acompanhava as sinhazinhas até uma lagoa, onde se banhavam. 
Tão acostumada estava, que, quando as meninas decidiam por outras diversões, Lavínia acabava indo para lá sozinha, pois o local era bem discreto.
Aconteceu que o feitor engraçou-se até à paixão pela mucama Lavínia. 
Um dia, chegando à lagoa sozinha, preparava-se para entrar na água, claro que só na beirinha, pois não sabia nadar, quando um homem tentou agarrá-la: era o feitor.
A fim de livrar-se do monstro, a escrava caiu na lagoa e desapareceu.
Sem contar a ninguém sobre o ocorrido, ainda o feitor ajudou nas buscas encetadas durante algum tempo para encontrar a escrava sumida.
Nunca mais esse homem teve sossego.
Via a assombração da moça por toda parte; mais ainda quando passava pela lagoa. Aí, ela surgia nua, mostrando toda a beleza que ele nunca vira, e, com brejeirice, o convidava a entrar com ela.
Um dia, ele não resistiu ao convite e jogou-se na água para nunca mais voltar.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SANTO ANASTÁCIO


A efetiva intenção de expansionismo da Estrada de Ferro Sorocabana, começou a despertar o interesse de grupos que detinham a posse de terras na região, dentre eles a Companhia dos Fazendeiros de São Paulo, que firmou um contrato com a Sociedade Ramos e Porto & Cia, que tinha como sócios os srs. Arthur Ramos e Silva (pai), Arthur Ramos e Silva Jr., Dr. Luiz Ramos e Silva e Fabiano Porto, com o objetivo de lotear as glebas rurais, comercializar e colonizar a região.
Para o Posto de Vendas, designou o Dr. Luiz Ramos e Silva e o engenheiro Silvano Wendel, que houvera desenhado a planta de uma nova cidade.
Os primeiros lotes de terras com 50 alqueires foram adquiridos por FRANCISCO BRAVO DEL VAL e ÂNGELO TÁPIAS ORTIZ, pelo valor de 60.000 reis cada.
O curioso é que cada um que adquiria um lote na zona rural, ganhava gratuitamente um terreno localizado na zona urbana, ou seja, na futura cidade que viria florescer.

OS PRIMEIROS MORADORES DA CIDADE

JOSÉ FRANCO MOIA - Foi o primeiro morador do lugarejo, ainda chamado Vai e Vem, que construiu sua casa na esquina das atuais ruas Osvaldo Cruz, com a Dom Pedro II, sendo instalada no local uma hospedaria de nome Hotel Franco, tendo neste local, mais tarde, sido construído o Bar Jardim, depois Confecções Líder.

ANTÔNIO CARDOSO - Na extremidade oposta do quarteirão – avenida Dom Pedro II, esquina com a avenida José Bonifácio.

FRANCISCO PANTUSO (primeiro barbeiro da cidade) e JOSÉ ANÉAS FRANCO, construíram suas casas na atual rua Barão do Rio Branco, aproximadamente nas imediações onde hoje localiza-se o Edifício João Antonio Corral.

JOCELINO DE CAMARGO - construiu sua casa na rua Rui Barbosa.

ANTÔNIO LOPES – construiu uma casa de madeira na avenida José Bonifácio, quase esquina com a Dom Pedro II, localizada ao lado do antigo bar Ok.

JOSÉ JOAQUIM LOPES – construiu uma casa comercial na avenida Dom Pedro II.

NICOLA ARNONI – foi o primeiro a construir uma casa de tijolos, localizada na rua Rui Barbosa, 668.

MANOEL FALCON – a segunda casa de tijolos, construída na esquina das avenidas José Bonifácio e Dom Pedro II, local onde depois foi instalada as Casas Pernambucanas.

HENRIQUE NICOLINO RINALDI – foi o proprietário da primeira farmácia da cidade “Pharmácia da Fé”, situada defronte à Praça Ataliba Leonel, tendo posteriormente sido vendida ao sr. JOSÉ ORFILA MINEIRO, que foi o primeiro vice-prefeito.

SANTOS FERNANDES, FAMÍLIA GALINDO, MIGUEL PALMA, MANOEL SALINAS REINA, também aqui chegaram nos primórdios da cidade.

OLÍMPIO RICCI e IZIDORO SALINA foram os primeiros pedreiros e JOSÉ SALINA o primeiro carpinteiro.










site oficial.
fotos: emurb