sexta-feira, 6 de maio de 2016

BEBEDOURO: MEMÓRIAS DO MENINO AQUILES LAZZAROTTO, GEÓLOGO, HOJE APOSENTADO

MEMÓRIAS DE MENINO



Este era o ambiente de trabalho de meu pai, as oficinas de locomotivas. No caso, essa foto mostra a oficina da EF São Paulo-Goyaz, que acredito depois foi incorporada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Esse barracão, chamado depósito, ficava ao lado da Vila Paulista.



As compras do mês para a casa, o "pedido", eram feitas na Cooperativa da Companhia Paulista, que ficava na Rua Vicente Paschoal pouco acima do final da Rua Francisco Inácio. Eu ia com minha mãe, que lá preenchia um formulário com a lista de produtos, inserindo, em frente aos nomes dos produtos de que necessitávamos, a quantidade a ser comprada. A entrega era feita por carroceiros, em casa. A conta, se bem me lembro, vinha na forma de desconto no próximo hollerith de meu pai. Tudo era contadinho, controladinho. Nem pensar em gastos com supérfluos. E isso é tudo que criança quer: supérfluos. Minha mãe, coitada, teve muita paciência comigo, porque eu aprontava um chororô danado por não se comprar as guloseimas doces que eu queria. Em casa não faltavam doces, mas eram caseiros. Aqueles industrializados exerciam um fascínio miserável em mim - e acho que em toda criança. Aqui abaixo está a foto da Cooperativa.



Havia duas cooperativas em Bebedouro, Uma, que não era dos ferroviários, e que ficava na Rua Brandão Veras, perto do meio da quadra entre a Tobias Lima e a Antonio Alves de Toledo. Atualmente é um estacionamento grande. Essa era chamada, não sei por que, de Rafa. A cooperativa dos ferroviários era chamada Rafinha. Vai saber por quê!


Começo dos anos 1900, coreto na praça central.


Lembro-me desta casa, mas não tenho certeza sobre sua localização.


Antigo Cine Teatro Rio Branco, por volta de 1910.


Atualmente encontra-se ali o Teatro Municipal, antigo Cine Rio Branco, o qual já tinha essa forma e foi construído no local do antigo Cine Teatro Rio Branco mostrado acima.
 
Nesta foto, a velho Theatro Rio Branco aparece na esquina, à direita.


 

Antiga estrada de tropeiros que chegava a Bebedouro, vinda de Pitangueiras e Jaboticabal. Atual Rua Cícero Prates, na Vila Major Cícero de Carvalho.






Em 1920, o registro, na Estação Ferroviária, da inauguração da bitola larga da ferrovia.



Esta é a plataforma da Estação. Estar aí, para viajar, era emocionante. Eu era criança e praticamente todos os anos passávamos férias em São Paulo. A única coisa que me incomodava era a tal da história de usar roupas novas para viajar. Uma viagem de trem era, à época, como viajar de avião até há alguns anos. Todos os passageiros utilizavam suas melhores roupas, os carros de passageiros eram confortáveis, limpos e cheirosos. Mas roupa nova, para mim, significava incômodo. Demorou para eu entender que eu tinha alergia a uma série de tecidos, sendo que o linho, por exemplo, me pinicava toda a pele. Mas criança não tinha lá muito direito de ficar reclamando. Era vestir e estava acabado. Sem discussão. Isso quando o sapato novo não apertava este ou aquele lado dos pés. Sapatos novos eram duros. Claro que para nós, que não podíamos dispender muito dinheiro na compra de sapatos caros.




Rua São João, na praça da Matriz, ainda sem calçamento. 


Clube de Regatas Garrido, em 1920.



Hotel Amadeu, depois Hotel Municipal, e Ponto de Taxi da Praça da Matriz, na década de 1930. Hoje há um edifício no lugar do Hotel Municipal (esquina da Rua XV de Novembro com a Rua Prudente de Morais).



Antigo Ginásio Municipal, década de 1930. Seria essa a bem conceituada escola do professor Orlando França de Carvalho, que hoje fica ao lado do IEPC e é ocupada pela FAFIBE?



Inauguração da piscina na chácara Santa Teresinha, de propriedade de Adriano Garrido, em 1933. Presente, na ocasião, a campeã sul-americana de natação Maria Lenck.



Prédio do centro antigo de Bebedouro, Palacete Zacarelli, em 1935, hoje Associação Comercial e Industrial de Bebedouro. Esquina da Rua São João com a Rua Oscar Werneck. Reparem onde ficava a bomba de gasolina, à direita.


 
Esta mesma esquina vista desde a Praça Monsenhor Aristides.



Antes do "palacete" mostrado acima, essa esquina era assim.


Malhação do Judas, em 1938.
P.S. de 31/03/2012: Essa malhação do Judas acontecia na esquina da Rua Coronel João Manoel com a Rua Prudente de Morais. O Sr. Adriano Garrido, proprietário da Casa Garrido, que ficava nessa esquina, retirava, todos os anos, alguns paralelepípedos do meio da rua e colocava um pau-de-sebo com brindes e com o boneco para ser queimado. Era um evento muito divertido - segundo meu irmão Ítalo - bastante conhecido por toda a cidade e que contava com massiva participação popular.


Desfile na Rua São João, por volta de 1940.



Estação Ferroviária de Areias, década de 1940.



Cine São João, em 1941. Rua XV de Novembro, pouco antes da esquina com a Rua Tobias Lima.


Em 1950, o Estádio Arnoldo Bulle, tendo ao fundo o Ginásio do Professor Orlando França de Carvalho. Atualmente, tanto o Ginásio como o Estádio são de propriedade da FAFIBE.



Avenida Maria Dias, antes de sua pavimentação. Eu penso que essa foto seja do início da década de 1960, pois nasci em 1956 e lembro-me de, quando garoto, assistir as motoniveladoras abrindo a avenida. Até então, havia uma estreita trilha de terra desde a Vila Paulista até a ponte, que era de madeira. O calçamento tinha início na Rua São João, na subida em direção ao centro. Esse era o caminho que fazíamos para "ir à cidade", como se dizia então.




Rua Coronel João Manoel no final da década de 1950. Conhecida como a "Rua do Comércio". Aos sábados havia intenso movimento de carroças e charretes, com os pequenos sitiantes vindo às compras, e as lojas ficavam abertas o dia todo para atender melhor essa clientela. Atualmente, a cidade está cercada, literalmente, por grandes propriedades, e há poucos dos pequenos produtores, que davam mais vida e estimulavam a economia do município.



Ponto de Taxi da Estação Ferroviária na década de 1960. Só de ver esses automóveis, me vêm à memória os aromas agradáveis que emanavam dos bancos de couro e dos painéis amadeirados com seus grandes rádios com válvulas e seus detalhes em metal brilhante. Acima, à direita, está a casa do Chefe da Estação, e à esquerda uma vila dos ferroviários que trabalhavam na Estação.


Atual ponte do Lago, em 1963. Ligava o centro da cidade à Vila Paulista.



Foto de família feita no Foto Chinez, em 1935. O Foto Chinez tinha um estúdio com cenários para fotos, e ficava na Rua Oscar Werneck, abaixo e na mesma calçada do Cine Teatro Rio Branco (atual Teatro Municipal). São meus primos, João, Margot, Maria, Antonio e Cristovam Hernandez, e esta foto foi tirada pouco depois de seu pai ter sido assassinado na frente deles, quando se dirigiam para sua fazenda. O Critovam é o conhecido, recém-falecido, taxista Tobinha. Hoje somente as meninas estão vivas, e não são mais tão meninas, é claro.



Jovem casal, meu tio José e minha tia Lourdes, na praça do antigo Forum (agora Biblioteca Municipal), no início da década de 1940. Minha tia Lourdes é a irmã mais nova de minha mãe. Creio que esta foto foi tirada no dia de seu casamento no civil.



No final de década de 1940, amigos reunidos na Praça Rio Branco. Atrás, está a Rua XV de Novembro. Ao centro está Henrique Rebellato, e os meninos são seu filhos.
 

Grupo de amigos, ou família, reunidos no gramado da Vila Paulista, hoje reduzido a um cantinho no final da Vila, encontro de três ruas: a que vem do Tiro de Guerra (ao lado da linha do trem), a que passa atrás da Vila Paulista (também ao lado da linha do trem), e a que sobe para o Rotary Clube. A senhora no chão, mais à direita, é minha mãe, Caridade, com minha irmã Lilia sentada à sua frente.
 


Da paquera veio o primeiro encontro, o namoro...
Por volta de 1960, jovem em pé na esquina da Rua Francisco Inácio com a Rua General Osório. Ao fundo, a igreja do Colégio Anjo da Guarda. Este jovem, cujo nome é João Henrique, viria, alguns anos depois, a se casar com minha irmã. Era nessa esquina que ele esperava a passagem dela ao sair do Colégio, onde ela estudava.
 

Meus irmãos Lilia, Cristovam e Antonio José, e eu quase fora da foto, após a missa das Bodas de Prata de meus pais. Foto de janeiro de 1961, na Praça Monsenhor Aristides, ao lado da Matriz.




Foto da família no dia das Bodas de Prata de meus pais, tirada no estúdio do Foto Chinez, em janeiro de 1961.

Acrescento agora algumas fotos postadas por meu amigo João Antonio Curtis Filho em sua página do facebook. Junto com fotos antigas, coloco uma foto recente, que um dia será, também, uma foto antiga e já fica aqui registrada.




Essa foto é sensacional. A construção da Igreja Matriz de São João Batista. Só não tenho referência de data em que se deu essa construção.



A igreja Matriz de São João Batista, em 1935.


A nave principal da Matriz, ainda em 1935. Repare-se que não havia o altar voltado para a congregação. As missas eram rezadas em latim e o padre ficava de costas para a congregação e de frente para o altar ao fundo. Para sua pregação, o padre subia no púlpito, que aparece à esquerda junto a uma das pilastras.



Aqui se vê o centro da cidade, já com a Matriz construída. Ao fundo, a ferrovia. Da praça da matriz até a Vila Paulista o espaço era ocupado por chácaras, e não havia o Lago.

 
 
Numa foto de 1995, o centro da cidade mais atual. Bela foto com aquele aspecto de neblina matinal na sua parte superior.




Neste prédio, que fica no alto da escadaria em frente à Estação Ferroviária, funcionavam os escritórios da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Posteriormente, por volta da década de 1980, parte dele foi ocupada pelo Cartório Civil, que hoje não se encontra mais lá. Naquela porta lateral eu me lembro de ter sido levado por meus pais para fazer um exame médico - meu pai era ferroviário - e foi diagnosticado que eu estava com apendicite. Fui operado na Santa Casa naquele mesmo dia.




Esta é uma foto recente da Avenida Raul Furquim. Em 1963, quando me mudei da Vila Paulista para "a cidade", ela era bem curta. Acabava lá embaixo, perto daqueles prédios que estão nas suas primeiras quadras. Lá no começo dela, ao fundo, ficava o "Jardim Misterioso", em frente ao Grupo Escolar Abílio Manoel e à Prefeitura. Nesta rotatória do centro da foto a Raul Furquim cruza com a Avenida Pedro Paschoal. O traçado da Pedro Paschoal corresponde ao antigo percurso do ramal da ferrovia que ligava Bebedouro a Nova Granada. A Raul Furquim era uma estradinha de terra e passava por baixo da ferrovia onde havia um pontilhão de concreto bem estreito. Sua largura era suficiente para somente um veículo.

 
Aqui, a rotatória quando recém-construída (por volta de 1985?).

* * *


Atualização em 6 de março de 2012
Fui incluído no grupo Bebedouro em Foco, do Facebook, e copiei outras fotos que considerei interessantes. Esta é mais uma fonte muito benvinda de fotos. Também devo postar mais fotos de meu acervo particular, à medida em que considerar adequado. Como o meu acervo é mais de fotos de familiares e mostra pouco acerca da cidade, fica difícil encontrar algo que interesse a mais pessoas além da minha própria família.


Casa Vicente Paschoal, foto de 1918.


Casa Caputo, foto da década de 1920.



Mais uma foto da antiga Câmara Municipal, datada da década de 1920.



Praça 9 de Julho, foto da década de 1920. Há que se reparar que não existia, ainda, o prédio da Loja São Marco.




O Dr. Paraíso Cavalcante, em seu consultório, em 1924. É interessante de se ver que aquilo que hoje conhecemos como prédios (no caso, o Instituto de Educação Paraíso Cavalcanti) representa alguém que tem rosto, profissão, que viveu todas as dores e as delícias que todos nós vivemos. Eu mesmo fui aluno do "Paraíso Cavalcante". O Instituto, e não o médico.




Entrada do Cinematógrafo e Teatro Rio Branco, foto de 1925. Hoje, neste local, está o Teatro Municipal de Bebedouro, que, na forma atual, já foi o Cine Rio Branco.




Chegada do corpo do Coronel João Manoel na Estação Ferroviária de Bebedouro, em 1929. Essa escada da estação tem muita história. Naquele tempo, e até muitos anos depois, tudo e todos que chegavam ou saíam de Bebedouro o faziam por trem. As estradas para qualquer lugar eram precárias e de terra.




Funeral do Coronel João Manoel saindo da Igreja Matriz de São João Batista. Ainda me lembro de que pessoas importantes (acredito que somente elas) tinham, antes do enterro, seu corpo levado para a Matriz, onde se realizava a chamada Missa de Corpo Presente. Quando menino, assisti a essa cerimônia feita para o Professor Jarbas Aimoré do Prado (corrijam-me se o nome estiver errado). Foi um evento que me impressionou bastante, com toda aquela gente, sinos tocando à saída do funeral etc.



Interior do Cinematógrafo Theatro Rio Branco, na década de 1930. Esta foto me fez lembrar do filme Cinema Paradiso, que, por sinal, é um dos filmes de que mais gosto.



Praça 9 de Julho, por volta de 1940, agora com o prédio da Loja São Marco construído. Na esquina em frente, funcionava a Academia, que, anos depois, se transferiria para uma sede novinha em folha na esquina da Rua Campos Sales com a Avenida Raul Furquim.



Colégio Anjo da Guarda na década de 1940, antes da construção da capela.




Coreto da Praça Barão do Rio Branco, que foi removido em 1960 para a construção da Fonte Sonoro-luminosa.



A Praça Barão do Rio Branco, década de 1960, com a Fonte Sonoro-luminosa e a Concha Acústica. Lembro-me que, na inauguração da Fonte, fui até a praça à noite, com minha família. Morávamos na Vila Paulista e a praça estava superlotada de gente. Foi a única ocasião em que me perdi e, com cinco anos, fiquei assustado. Fui à Drogasil (esquina da Rua Prudente de Morais com a Rua São João) e acho que minha cara denunciava o fato de eu estar perdido. Alguns adultos me perguntaram sobre onde eu morava, de quem eu era filho e eu respondi direitinho a todas as perguntas. Já iam me levar para a Rádio Bebedouro para transmitirem aviso, quando, felicidade total, meus pais me acharam.
Também nessa ocasião, os estudantes das escolas da cidade fizeram desenhos sobre a fonte a ser inaugurada, e eu fui o ganhador com o melhor desenho de alunos da minha idade. Ganhei algo como 1.000 cruzeiros depositados numa caderneta de poupança. Nunca usei esse dinheiro e a conta deve ter sido fechada alguns anos depois. Era uma poupança tão sagrada que não podia ser tocada. Coitada, morreu abandonada. E, na verdade, não era uma quantia tão vultosa assim.




Foto de 1942. Tinha a agência da Ford, na Rua Oscar Werneck.




Outra foto da década de 1940.



Centro de Bebedouro, em 1949.



Década de 1950, Praça Valêncio de Barros, com a antiga Prefeitura e o Grupo Escolar Abílio Manoel. Sempre conheci essa praça como sendo o "Jardim Misterioso". Conta-se que ali havia um cemitério antes de existir a praça. No centro da praça há uma estátua de Anchieta escrevendo no chão com uma vareta. Essa vareta foi quebrada pouco tempo depois de inaugurada a estátua. Eu sei quem quebrou, mas não conto. Para nós, estudantes do Grupo Escolar, o Anchieta estava com um giz na mão, e não uma vareta.




A matriz de São João Batista em 1951.



A matriz em foto mais recente. O ângulo da foto é interessante por mostrar a luminosidade do interior da igreja passando através daquela porta que fica entre o átrio e a nave principal. Bela foto.



Em 1952, o prefeito de Bebedouro, Dr. Pedro Paschoal, entregando a faixa de Rainha da Associação dos Empregados no Comércio de Bebedouro (AECB), clube do qual, muitos anos depois, vim a ser associado. Era muito interessante a piscina desse clube, inaugurada, creio, que no final da década de 1960 ou começa da década de 1970. Ela era relativamente pequena, mas muito bem situada, no quintal do clube que ficava na esquina da Rua São João, bem atrás da Concha acústica.
Quanto ao Dr. Pedro, nem sei como expressar adequadamente minha gratidão por todas as vezes em que ele atendeu e cuidou de meu pai. Ele ia lá em casa e já entrava brincando com meu pai, desanuviando o ambiente e fazendo com que meu pai reagisse de forma bem-humorada às suas provocações. Nunca me esqueço de ter ouvido minha mãe perguntando, quando ele ia saindo numa dessas vezes, quanto era a consulta. Ele respondeu, jocosamente: "Pode esperar, que mando a conta pelo Banco do Brasil". E ia embora com todo o seu bom humor e generosidade. E com a nossa gratidão, pois os tempos eram difíceis e pagar um médico, então, seria um golpe grande no nosso apertado orçamento familiar.
Até meu pai falecer, em 1978, foi sempre o Dr. Pedro o seu médico. Eles eram aqueles velhos amigos de muitos anos, desde os tempos da Vila Paulista, desde antes de o Dr. Pedro começar sua carreira política.

Atualização em 2 de maio de 2012
Vou postar aqui mais algumas fotos de meu acervo pessoal. Também resolvi, nas minhas fotos postadas anteriormente, acrescentar alguns nomes dos fotografados, para ajudar ao pessoal mais antigo a rememorar "aqueles tempos".



Nesta foto, e na seguinte, aparece a família Rebellato. Henrique e Benedita tinham um bar na esquina da General Osório que fica uma quadra acima do Colégio Anjo da Guarda. O tempo está tirando da minha memória os nomes das ruas...




Aqui, a foto de minha família durante a comemoração das Bodas de Prata de meus pais. A foto foi feita ao lado de minha casa, então, num gramado que havia no final da Vila Paulista, onde havia um cercado com equipamentos de uma estação meteorológica. Os trens estão lá, sempre como pano de fundo das nossas memórias.



Batizado do meu primo Júnior. Eles vieram de São Paulo para fazer o batismo na Matriz de São João Batista, e meus pais foram os padrinhos. Na foto estão minha mãe, com o afilhado no colo, meus tios e minha prima.



O grande evento da inauguração da Avenida do Lago (se não me engano, Av. Sérgio Sessa Stamato). Eu estava lá. Reparem que há uma barreira ferroviária na calçada, à esquerda na foto. Havia um trenzinho que percorria toda a extensão da avenida, puxado por uma locomotiva a vapor antiga e pequena.

 
Achei uma foto com o trenzinho. Era muito gostoso o passeio naquele trem. E era de graça!



A chegada de minha irmã, Lilia, à frente da Matriz. Na foto aparecem também meu pai, segurando a porta do carro, e meu irmão atrás dele. O carro, do tio do noivo, era um Simca Presidente.


Naquele tempo costumava-se fazer as festas de casamento no quintal de uma casa, cobrindo-se uma armação em madeira ou bambu com encerados de caminhão e forrando-se o chão com palha de arroz. Na foto, meus irmãos mais velhos, Lino e Ítalo, e meu primo dobrando o encerado utilizado na festa do casamento de minha irmã. Este quarteirão fica na Rua Campos Sales, entre a General Osório e a José Francisco Paschoal.


Concurso "A mais bela voz de Bebedouro". Em 1969 meu cunhado, João Henrique, concorreu e ficou em segundo lugar. O primeiro lugar foi ganho por outro João, o Cavalheiro (acho que é este seu sobrenome). O prefeito Hércules Hortal entrega o prêmio a João Henrique. O concurso aconteceu no auditório do Instituto de Educação Paraíso Cavalcanti e foi todo transmitido ao vivo pela Rádio Bebedouro.



Estes caminhões devem estar na memória de todos nós, que já passamos dos quarenta ou cinquenta anos. Sempre procurávamos ir ao açougue depois da chegada desse caminhão que entregava as carnes. Não conhecíamos, então, o que era carne congelada...


Em 1970, meu irmão Antônio José formava-se na Academia, recebendo seu diploma de Bacharel em Contabilidade. Aqui ele está sendo cumprimentado pelo professor Francisco Martins Alvares.

Atualização em 3 de maio de 2012
Hoje é aniversário de Bebedouro, e visitei o grupo "Bebedouro em foco" no Facebook, onde colhi algumas fotos das quais gostei. Agradeço aos meus conterrâneos por me proporcionarem esse prazer. Algumas fotos foram colocadas acima, relacionando-se com fotos previamente postadas. Outras coloco a seguir.



Casa de Manoel Alves de Toledo e D. Rita Alves de Toledo.

Casa de Conrado Caldeira, esquina da Antonio Alves de Toledo com a Conrado Caldeira. Nos meus tempos de infância e adolescência essa era a "casa mal assombrada". Um sobrinho de Conrado Caldeira, então meu colega de ginásio, contou-me que a casa estava fechada desde que a família que aí morava morreu toda em um acidente numa viagem de férias. Todos os pertences permaneceram na casa por muitos anos e, segundo ele, a umidade e as goteiras estavam destruindo tudo, inclusive enferrujando as cordas do piano, as quais eventualmente arrebentavam. Tudo isso, no entender dos parentes, gerava sons que levaram ao surgimento da história de que a casa era assombrada. Talvez fosse mesmo... Afinal, todos os moradores da casa tiveram um fim trágico...



Acima está a fanfarra do Instituto de Educação Dr. Paraíso Cavalcanti, por volta de 1970, Certamente eu estava nesse desfile, lá pelos últimos pelotões. Essa rua é a São João, e aparece a Escola de Datilografia Remington.


Desfile de 1972, aniversário de Bebedouro. Descendo a Rua Tobias Lima, chegando na esquina da Rua São João. Esses dias de desfile até que eram bem animados. Chegar cedinho na escola, ficar em formação, os inspetores de alunos e alguns professores todos sérios e compenetrados para fazermos "bonito" no desfile. Uniforme impecavelmente limpo. Os mais altos na frente, os baixinhos mais atrás...



Ainda em 1970, o início da Avenida Raul Furquim. À direita, na primeira esquina, está o antigo Dispensário de Tuberculose, onde a gente fazia chapa do pulmão e tomava vacina. À esquerda, também na esquina, ficava a Academia de Comércio Vicente César.

 
O pessoal da Artesanal (Escola Industrial Stelio Machado) também desfilava, é claro. É interessante que sempre havia um certo clima de disputa entre escolas para se ver quem apareceria melhor no desfile. Aqui se pode ver a Artesanal (como a gente chamava) na década de 1960, vista desde a torre da Igreja Nossa Senhora Aparecida.



Foto de 1971, com o Coral Municipal, regido pelo Maestro Pedro Pellegrino, apresenta-se na escadaria em frente à Prefeitura Municipal. Na foto aparece meu cunhado João Henrique. Fui cantor do Coral do Maestro Pedro Pellegrino que cantava na Matriz. Vários desses cantores também participavam daquele coral.

Atualização em 6 de maio de 2013
Andei dando alguma mexida aí por cima, na postagem. Acrescentando alguma coisa aqui, corrigindo um erro de digitação ali... E agora posto mais algumas fotografias interessantes dessa nossa querida cidade.

 
O antigo escritório da Cutrale, em 1970, aproximadamente. Veja-se que ali atrás havia laranjais onde hoje está o Shopping.
 
Aqui, já em 1988, aparecem as obras de construção do Shopping.

 
Esse era o ônibus da Empresa Auto Ônibus São Manoel, que fez, por muitos anos, a linha de Barretos a São Paulo, passando por Bebedouro, Jaboticabal, Araraquara e Campinas. Antes da construção da primeira Estação Rodoviária, o ponto de ônibus e o escritório para venda de passagens ficava na Rua Prudente de Morais, numa espécie de porão do Hotel Amadeu (depois, Hotel Municipal). Pouca gente viajava de ônibus, pois ele fazia o mesmo percurso do que os trens que faziam a linha Colômbia-São Paulo. Os trens eram muito mais confortáveis. Até hoje, se houvesse a possibilidade de optar entre trem e ônibus, eu viajaria de trem, sem dúvida. O trem é mais seguro e muito mais confortável, pois nele há espaço entre as poltronas e, além do mais, pode-se caminhar pelo trem. Os trens da Companhia Paulista tinham um carro restaurante que era bonito, limpo, extremamente agradável, onde se comia excelentemente bem.


 
Com a decadência dos trens, sucateados como resultado de políticas públicas que privilegiavam o transporte rodoviário, e com a melhoria das estradas, consequência dessa mesma política, as pessoas passaram a demandar mais os ônibus. O aumento de linhas e da quantidade de horários de viagem levou à construção da Estação Rodoviária de Bebedouro. Ela ficava na Rua Nossa Senhora de Fátima, bem perto da Estação Ferroviária. Hoje o espaço é ocupado por um grupamento da Polícia Militar.
Nessa rodoviária tive a oportunidade de embarcar inúmeras vezes, à noite principalmente, em minhas viagens de final de férias, quando voltava para a universidade. Ia para São Paulo durante a noite e, via de regra, ia para o começo da Via Dutra para pedir carona para o Rio de Janeiro. É! As pessoas viajavam de carona, sim. As passagens de ônibus eram caras para muitos de nós que estudávamos fora. Outras vezes, sequer ia de ônibus para São Paulo. Meu pai me levava para o trevo de Bebedouro (no Alto da Boa Vista) e ali começava meu périplo para chegar ao Rio de Janeiro. Mas felizmente sempre cheguei sem qualquer incidente ou problema. Carona era uma coisa muito natural naquele tempo.

 
Acho interessante lembrar, e quem tem idade próxima à minha lembra-se também, do quão era custoso fazer um interurbano até meados da década de 1970 (por volta de 1975 foi implantado o sistema de DDD e telefonia via satélite da Embratel - empresa pública). A gente ia até a telefônica - a grande maioria da população não tinha telefone em casa - e pedia uma ligação. Dependendo de uma série de situações, a ligação demorava de uma hora a muitas horas para ser completada. A telefonista de Bebedouro ligava para a de Ribeirão Preto, a de Ribeirão Preto ligava para a de Araraquara, a de Araraquara ligava para a de São Carlos, etc. etc. A ligação ia sendo construída trecho a trecho. E quando se conseguia falar com São Paulo, o som era baixíssimo e muito cheio de ruídos. Era uma gritaria só na Telefônica, cada um gritando na sua cabine para tentar ser entendido do outro lado da linha. Por vezes, a atendente, sabendo de problemas nesse percurso de ligações, informava que a ligação pedida somente seria completada horas depois. A gente voltava para casa e retornava à Telefônica no horário marcado pela atendente. Nota: quando me refiro a Telefônica, trata-se da Companhia Telefônica Brasileira (CTB), e não da estatal espanhola Telefónica que hoje nos presta serviços tão negligentes (tenho lá meus muito bons motivos para dizer isso).
Na foto, as telefonistas da CTB por volta de 1970. As ligações locais eram feitas assim: a gente tirava o fone do gancho e, lá numa dessas mesas da foto, uma das telefonistas via acender uma luz referente ao telefone que a gente estava usando e colocava um cabo no bocal dessa linha; ela dizia "- Telefonista!"; a gente dizia "- Ligue no 963, por favor"; ela pegava um outro cabo e ligava no bocal do telefone solicitado; quando as luzinhas apagavam era sinal de que a ligação havia sido encerrada, e ela desconectava os cabos. Caso o telefone desejado estivesse ocupado, ela olhava no painel e via que aquele telefone estava conectado a outra ligação, e diai "- O telefone está ocupado". Era tudo visual e manual. Nada automático. Em cada uma dessas mesas havia todas as conexões para todos os telefones da cidade, que, na verdade, não eram muitos.
Por fim, mas de forma alguma menos importante, quero agradecer à Câmara Municipal de Bebedouro pela aprovação e encaminhamento a mim de uma Moção de Aplauso, proposta pelo Vereador Paulo Henrique Ignácio Pereira (Paulo Bola), pela minha "contribuição histórica à memória de Bebedouro" ao dedicar este espaço de meu blog para a cidade. Obrigado a todos pelo carinho demasiado, até, frente a um trabalho tão singelo quanto esse. É claro que é bom ver que aquilo que a gente faz sem pretensão alguma acaba por chegar a tantas pessoas, como pude sentir pessoalmente, durante minhas idas a Bebedouro. Diversas pessoas comentaram sobre o blog, deixando-me inclusive surpreso com toda essa receptividade. O carinho e o afeto são características fortes do povo bebedourense, que devem continuar a ser sempre cultivadas e aprofundadas pelas gerações vindouras.
 
 
 
OBS: PARABÉNS, MESTRE AQUILES, DO BLOG HOMÔNIMO.
 

23 comentários:

  1. Sou bebedourense de nascimento e fiquei muito emocionado com as fotos que vi. Parabéns pela iniciativa.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Minha terra natal. Nasci em 1956 e morei em Bebedouro até final de 1974. Estudei no Grupo Escolar Abílio Manoel, Sesi (5a. série), Ginásio Industrial Estadual Prof. Stelio Machado Loureiro (onde minha mãe trabalhava) e Colégio Anjo da Guarda. Lembro que no Dispensário de Tuberculose era raro fazer radio x do pulmão, o mais comum era o teste de mantoux. Meu avô Arnaldo Simões (conhecido como Douradão) foi chefe da Cia Paulista de Estrada de Ferro e colocou os 6 filhos para trabalhar lá. 2 aposentaram, 2 faleceram na ativa e 2 saíram para trabalhar em outros locais. Meus pais Oscar Simões e Maria Conceição Simões e avós maternos Mauro Pionato Brasileiro (Mauro lenhador pq tinha uma lenhadora) e Wenceslina Henrique Barbosa (conhecida como Tita). Este avô foi criado pela família do capitão Venâncio Antunes. De alguma forma, quero deixar registrado minha eterna gratidão e boa lembrança a família de Maud Fragoas. Amo minha Cidade Coração. Celia Marina Simões.

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  4. Parabéns Aquiles isto é fabuloso viver e fazer história da nossa querida Bebedouro nasci ai na década de 60 meu nome é Jose .Júlio Xexéu sempre admirei o João Henrique um dos maiores profissionais que conheci na minha área de Educação Física e você Aquiles entrou para historia de Bebedouro 👐👐👐🙏❤

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  5. Grande lembrança coisa linda nossa

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  6. Amei!
    Parabéns pelo trabalho!
    Senti falta da Santa Casa de Misericórdia, que sempre admirei e achava linda! Espero que esteja sendo preservada!
    E nossa Igreja Matriz, que eu amo!
    Pena que nem tudo pode ser preservado pois, havia belas construções de época.
    Saudades de muita coisa e muita recordação. Professor Pedro Pellegrino que eu adorava.

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  7. Voltei no tempo,sou nascido em Bebedouro muita emoção grandes lembranças ,Salvador Valente data de nascimento 30/09/2950.abraco a todos Bebedourense

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  8. Adorei o blog, as fotos e as informações, porém senti falta de ter informações sobre o moderador da ágina (que inclusive está de parabéns)

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  9. Belo acervo ! Parabéns e obrigada por nos fornecer.
    Emoção pelas memórias vividas na nossa " Cidade Coração ". ABRAÇO.

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  10. Parabéns Aquiles.adorei.como você também sou filha de ferroviário e sou muito ligada em trem ferrovia etc.gosto de fotos e objetos antigos.tenho muitas festas fotos de Bebedouro e muitas que vc postou eu vou acrescentar às minhas. Eu sou Dinora Maio Sgarbi.

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  11. Lindo, me fez recordar a querida Cidade Coração.
    Conheço seu irmão Lino, que trabalhava na cooperativa com meu tio Paulo de Oliveira Campos.
    Faço duas observações sobre seu magnífico trabalho.
    1 creio que a cooperativa da CP era RAPONA e a cooperativa de consumo popular era a RAPINHA.

    2 o primeiro nome do hotel era Hotel SESSA, a última vez que o vi chamava -se Hotel CABRITA.

    PARABENS
    Obrigado.

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  12. Cara, que história! Que fotos magnificas são essas! Não chego nem perto dessa grande história, sou de 95, mas foi muito bom conhecer um pouco mais sobre nossa cidade! Parabéns!!! disponibilize mais fotos se tiver!!!

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  13. Amei ,fantastico muita saudades de Bebedouro moro em nova odessa sp a 15 anos.

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  14. Adorei nasci nesse ano é morei na chácara Casagrande ia pela Raul Furquim sem asfalto para escola Abílio Manoel e depois ia colher algodào com meus países onde hj é um posto de combustível desativado na Raul Furquim

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  15. Emocionante demais!!! Sou bebedourense com muito orgulho. Moro atualmente em Campo Grande MS. Mas sempre que posso visito minha cidade natal. Trabalho primoroso, maravilhoso, são memórias que nunca deveriam ser apagadas. Parabéns pela iniciativa. Um detalhe muito importante, me criei na rua nossa senhora de Fátima e estou muito feliz com a conservação da rua de paralelepípedos.

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  16. Emocionante demais!!! Sou bebedourense com muito orgulho. Moro atualmente em Campo Grande MS. Mas sempre que posso visito minha cidade natal. Trabalho primoroso, maravilhoso, são memórias que nunca deveriam ser apagadas. Parabéns pela iniciativa. Um detalhe muito importante, me criei na rua nossa senhora de Fátima e estou muito feliz com a conservação da rua de paralelepípedos.

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  17. Emocionante demais!!! Sou bebedourense com muito orgulho. Moro atualmente em Campo Grande MS. Mas sempre que posso visito minha cidade natal. Trabalho primoroso, maravilhoso, são memórias que nunca deveriam ser apagadas. Parabéns pela iniciativa. Um detalhe muito importante, me criei na rua nossa senhora de Fátima e estou muito feliz com a conservação da rua de paralelepípedos.

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  18. Parabéns querido por este trabalho tão bonito.
    Faltou falar dos desfiles de Carnaval.
    A disputa das escolas de samba.
    Claro que a Paulista era a melhor kkkk.
    Desfile nela.
    Sou filha do seu José Manoel e da dona Alice.
    Morava numa casa de esquina enfrente a Vl. Paulista.
    Obrigada por essas lembranças tão singelas.
    Sueli

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  19. Lindo,Lindo, obrigado pela publicação.

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  20. Parabéns ao autor Aquiles; agradecimentos de bebedourense que estudou nos ótimos Grupo Escolar Abilio Manoel e Ginásio Dr.Paraiso Cavalcanti. Ví em moleque o João Henrique Rebelatto. O grande maestro Pedro Pelegrino. O prefeito Pedro Paschoal; e muita gente boa. Tenho daí queridos parentes e amigos; alguns, que encontro ainda hoje na capital.
    Esse acervo de fotos e lembranças é primoroso! Será bem guardado.
    - Pedro Sérgio Sassioto - S.Paulo, capital - 12/04/2021

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  21. Parabéns pela esses lembracas da cidade de bebedouro eu nasci nó ano de 1952tem muito orgulho da minha cidade natal isto era muito bom naquele época

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  22. LEMBRO DE QUASE TUDO-NASCI EM 1939 NUMA CASA NA FRANCISCO INACIO ENCOSTADA NO ARMAZEM DO MEU AVÔ AUGUSTO TOLLER SOU O NETO MAIS VELHO.A FAMILIA TOLLER SEMPRE TRABALHOU COMO CONCECIONÁRIAROA DE VEICULOS CHEVROLET E MASSEY FERGUNSON.FUI MILITAR ESTUDEI NA MESMA ACADEMIA DE BOLSONARO.HOJE AINDA TRABALHO SOU ADMINISTRADOR DO EDIFIO CONDOMINIO AUGUSTO TOLLER NA PRAÇA BARÃO DO RIO BRANCO.
    PRABENS AO PRODUTOR DESSA MARAVILHA DE HISTÓRIA COM FOTOS E TUDO MAIS.
    SOU VICTOR FREITAS TOLLER.

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