sábado, 29 de setembro de 2018

AVAÍ, CEM ANOS ATRÁS





Os moradores do então Distrito de Paz de Jacutinga, que integrava o Município e Comarca de Bauru, dirigiram em 1918 uma representação ao Congresso Legislativo do Estado de São Paulo solicitando sua transformação em Município. 
O nome da localidade tinha sua origem em uma ave então abundante na região. 
Em seu pedido propunham que o novo município também abrangesse o território do Distrito de Paz de Presidente Alves. O abaixo-assinado informava que a população dos dois distritos era estimada em mais de doze mil habitantes, tendo a sede do novo município, Jacutinga, 245 prédios.
A proposta, encampada pelo Senador José Alves Guimarães Júnior – é importante recordar que o Congresso Legislativo dividia-se em Câmara dos Deputados e Senado –, transformou-se no Projeto de Lei nº 3, de 1918. Todavia, submetido à Comissão de Estatística, Divisão Civil e Judiciária do Senado encontrou alguns obstáculos para a aprovação do Projeto. 
O primeiro era relativo às divisas propostas, que reduziriam sensivelmente as dimensões do Município de Bauru e do Distrito de Paz de Presidente Alves. 
Para tanto propuseram-se novas divisas, a partir de estudo realizado pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo. 
O outro era relativo à denominação de Jacutinga. 
A Comissão achava a denominação inconveniente, pelo fato de haver em Minas Gerais, na fronteira com São Paulo, uma cidade com o mesmo nome, “o que acarreta contínuos enganos, acontecendo muitas vezes mercadorias e cartas dirigidas a uma cidade irem parar em outra”. Para tanto propunham que se alterasse o nome para Avaí, “nome de um córrego que banha a povoação e que relembra um brilhante feito das armas brasileiras na campanha contra o Paraguai”. Ambas propostas foram aceitas e o Projeto transformou-se na Lei nº 1.672, de 2 de dezembro de 1919, que criou na Comarca de Bauru o município de Avaí.
Na documentação anexada ao Projeto de Lei nº 24, de 1917, está uma fotografia feita defronte ao Hotel Bela Vista. 
No detalhe da imagem, além das expressões humanas, também é digno de observação o fato de várias das crianças não possuírem calçado, sendo este um indício concreto da penúria a que estavam submetidos alguns dos moradores.

Acervo do site Interior Paulista

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