terça-feira, 17 de março de 2020

DISTRITO DO RECHÃ, EM ITAPETININGA

2018

Distrito do Rechã — Foto: TV TEM

O Distrito do Rechã foi fundado em 1907 com o nome do bairro do Herval.
É o maior distrito de Itapetininga, com mais de seis mil moradores e fica a mais de 40 quilômetros do centro da cidade.
Faz divisa com o Distrito de Itapetininga, com o Distrito de Gramadinho, com o Distrito de Bom Retiro da Esperança, pertencente ao município de Angatuba, faz divisa também com o município de Angatuba.
O bairro cresceu movido pelas indústrias de transformação e pela pecuária que foi desenvolvida por donos de fazendas da região.
A lei municipal nº 3.080 de 11 de dezembro dispõe sobre as delimitações do perímetro urbano do Distrito do Rechã, onde consta que a Câmara Municipal de Itapetininga aprovou e o Prefeito José Carlos Tardelli sancionou e promulgou a lei.
Por ocasião de nossas pesquisas no Distrito, para constar em nosso livro da série GENEALOGIA DE UMA CIDADE – volume II – ITAPETININGA conhecemos a professora Sonia Letícia que trabalha na Escola Estadual Professor Virgílio Silveira naquele Distrito e nos informou ter efetuado diversos trabalhos de pesquisa sobre a história daquela localidade, possuindo muitas fotografias e tendo inclusive efetuado algumas exposições juntamente com alunos daquela escola.
Segundo ela o morador mais antigo que tinha no bairro do Herval era o senhor Turíbio de Souza.
O primeiro nome dado ao bairro foi Herval. 
Diziam que naquela região havia muitas ervas plantadas.
O distrito passou a se chamar Rechan, devido aos imigrantes franceses e portugueses que viveram no local.
Esse nome foi batizado pelos franceses que ali trabalhavam na época na colocação dos dormentes e trilhos para a Estrada de Ferro Sorocabana, com o nome de Rechan.
Foi em 1907 que o trem começou a passar pelo Rechan.
A estação foi inaugurada em 16 de outubro de 1907 com o nome de Estação Herval.
O nome da estação foi modificado em 1910 para Rechan. Quando houve a mudança de nome do bairro para RECHÃ, a estação também acertou o nome.
A mudança foi feita na Língua Portuguesa com a extinção do som nasal resultante das palavras com final “an” e sendo substituído por “ã”.
A palavra ainda manteve o significado "local baixo cercado por relevo, onde se encontram muitas ervas".
Em 1909 foi feito um embarcadouro para porcos, sendo que eram embarcados em grande quantidade nessa estação, a exemplo do que ocorria na próxima estação de Engenheiro Hermílio.
Passados mais de vinte anos sem nenhum movimento e com a extinção dos trens de passageiros do ramal, a estação foi restaurada em 1978 e passou a receber o trem de passageiros Sorocaba-Apiaí, no final de 1997.
Muito embora esse trem somente passasse duas vezes por dia, ou seja, uma vez à noite por volta de 21 horas e outra às 9 horas da manhã, a estação estava sempre cheia de pessoas para ver o trem chegar, exatamente como há 100 anos atrás. Esse trem foi desativado em 2001. 
A estação ficou algum tempo abandonada e toda pichada por vândalos.
A fábrica de sucos da Citrovita fica a cerca de um quilometro da estação.

Fonte: Livro Genealogia de uma cidade – volume II – Itapetininga de 
José Luiz Nogueira – páginas 81 à 85.
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Segundo o presidente da Associação de Moradores do Distrito do Rechã, Sr. Araugo Araújo, a fazenda incentivava os funcionários a construir casas e foi para tentar resgatar o espírito de comunidade que a associação foi criada em 2009.
A associação atende cerca de 100 crianças entre 7 e 12 anos de idade.
O espaço é um dos poucos com atividades diferenciadas para os moradores feito com apoio de empresas parceiras.
“A comunidade aprendeu a se unir. A gente percebe que sempre foi difícil o poder público inserir alguma atividade aqui no bairro. 
Então, a associação resolveu promover ações para a comunidade, tipo projetos sociais. A nossa arrecadação é 12% do PIB do município. 
Com o tempo aquele gestor que puder olhar, acho que terá retorno, o que falta hoje é investimento em qualquer área”.


Bairro do Rechã foi fundado em 1907 e é o maior Distrito de Itapetininga — Foto: TV TEM

Além disso, a fundação do bairro está ligada à inauguração da estação de trem.
A área começou a funcionar em 1907 para transporte de cargas e passageiros e em 1997 ainda fazia a linha Sorocaba – Apiaí. A estação só foi desativada em 2001.
Irene Rosa Cândido, de 87 anos, conta que se lembra do caminho dos trilhos, pois viajou inúmeras vezes de trem.
“Quando eu comecei a conhecer tudo eu já via o trem passar. De vez em quando eu escuto e me dá uma saudade. 
Naquele tempo ninguém tinha carro. 
O trem era o único jeito de sair do bairro”.
Ela ainda conta que sua avó foi criada em uma das fazendas que deram início ao bairro.
Os pais dela se conheceram no distrito. Atualmente, ela mora com a filha.
“Eu comentei com meu patrão ‘Eu nunca tive nada que me pertence', mas no Rechã eu tenho”.



Distrito do Rechã - Foto: TV TEM

Energia elétrica
A energia elétrica só chegou ao distrito em 1975. Sônia Letícia Vergueiro conta que tinha quatro anos de idade e que ela e outros sete irmãos nasceram e foram criados no bairro.
A chegada da luz até as casas, segundo ela, foi um dos maiores eventos para a comunidade.
“Foi na frente da minha casa. Então, foi dia de festa. As pessoas até se arrumaram. É disso que estamos precisando. De mais união para que a gente possa acreditar mais nos outros, que a comunidade possa acreditar”, diz.


Distrito do Rechã em Itapetininga — Foto: TV TEM

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