sábado, 14 de novembro de 2020

QUEM FOI ANTONIO ZAPOTOSKI?

Algumas pessoas acabam sendo lembradas na história de uma cidade não pelos grandes feitos, grandes obras, mas por terem vivido uma vida simples com uma ou outra atitude peculiar, ou costumes ou profissão.
Antonio Zapotoski era polonês. Ele chegou solteiro ao Brasil e, nesse mesmo navio que o trouxe um dia, nessa mesma viagem ao novo mundo que se vislumbrava, conheceu Antonia, também polonesa e também cheia de sonhos. Eles se casaram aqui e aqui viveram em fins do século XIX, início do século XX, na “Colônia de Pariquera-Assú" 
Tão logo chegou, foi trabalhar com Máximo Zanella e também com o velho Estanislau Cugler. Ambos tinham loja de venda de secos e molhados e que ficavam na mesma avenida, a Dr. Carlos Botelho, a primeira no prédio anterior ao atual Magmax grande e o segundo no mesmo local em que recentemente funcionou a Casas Dolores (para efeito de localização espacial). 
O casal teve seis filhos: João, Francisco, Pedro, Domingos, Paulo e Armilha., sendo que os dois primeiros foram morar em Registro e os outros quatro em Cajati. 
O casal morou no Bairro Treze de Maio e aos 95 anos faleceu. 
Era cego de um olho, foi pedreiro, carpinteiro e fotógrafo. 
Ele ajudou a “montar” a linha telefônica de Pariquera-Açu a Jacupiranga e, como a bateria que se usava à época era fraca, era necessário um local intermediário para que se completasse a ligação. Esse local ficava na estrada de Jacupiranga, atual Rodovia José Redis, na casa dos Skurtinski que, através de sua filha Tiocha ou Tioska Skurtinski, uma moça loira muito bela, contratada telefonista e que fazia as ligações Pariquera/Jacupiranga.
O que mais tenha marcado a sua figura, talvez tenha sido o fato dele ter sido um fotógrafo. Ainda existem raros registros deixados por ele. 
“Sua máquina fotográfica ficava sobre um tripé coberta com pano preto. Ele posicionava a pessoa que ia tirar foto a uma distância mais ou menos de três metros. Aí começava o ritual: colocava o pano preto sobre sua cabeça e, não gostando, saia, pegava no queixo da pessoa, virava pra esquerda, pra direita, pra cima ou pra baixo várias vezes. A cada mexida, ele saia debaixo do pano preto até que achasse que a pessoa estivesse bem posicionada para a foto.” (Professora Maria Silene Prévidi de Barros).
E assim, esse homem entrou nesta história: o polonês, o pedreiro, o carpinteiro e o fotógrafo Antonio Zapotoski.

Prof. Nilson Roberto Rodrigues, responsável pelo Projeto Memorial Iconográfico de Pariquera-Açu.
Do facebook.


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