sábado, 22 de fevereiro de 2014

OS CEM ANOS DE MATHILDE SALGADO





D. Mathilde (à direita), com a irmã Maria Aparecida.

No dia 2 de abril de 2007, a iguapense Mathilde Salgado dos Santos completou o seu centenário de nascimento. 
Sobre ela escreveu Roberto Fortes, em seu blog "ALFARRABIOS" datado de 07 de maio de 2007:
Nascida em Iguape em 2 de abril de 1907, é filha do casal Bernardino Emiliano da Cunha Salgado, natural de Roseira (SP), e de Emília das Dores Salgado, natural de Iguape (nascida Emília das Dores de Oliveira, da família que era conhecida como “Os Fragateiros”). São seus irmãos: Lavínia Salgado Fernandes (1904-1993); Vinícius da Cunha Salgado, falecido; Maria Aparecida Salgado Arcas, de 94 anos, viúva de Luiz Arcas; Maria de Lurdes Salgado Gomes, viúva; Júlia Salgado Lima, viúva; Benjamim da Cunha Salgado, falecido em 2005; Emiliana Salgado de Oliveira, viúva, artista plástica; e Edmundo de Oliveira Salgado, o irmão caçula, falecido em 1998.
Em 1918, dona Mathilde Salgado foi vítima da terrível gripe espanhola, que dizimou milhões em todo o mundo, sendo atendida pelo médico e notório poeta santista Martins Fontes (1884-1937). Falando em poetas, Mathilde conheceu o renomado poeta Vicente de Carvalho (1866-1924), cuja família era frequentadora das festas sociais e religiosas em Iguape. Durante a mocidade, dona Mathilde fez parte do antológico Grêmio das Violetas, fundado em 1923, participando ativamente dos folguedos carnavalescos de então.
A sua família se transferiu para Santos em 1932. Dona Mathilde casou-se, em 26 de abril de 1940, com o senhor Armando Dias dos Santos, português, falecido em 1969. O casal não teve filhos. Embora não morasse em Iguape, na década de 1960, dona Mathilde fez um pedido especial ao marido, que era construtor, para que este fizesse um prédio em Iguape, que foi construído em frente ao Fórum da cidade, na Rua dos Estudantes.
Artista plástica autodidata, dona Mathilde é pintora de telas e porcelana. Em certa ocasião, restaurou a imagem de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e o altar da Igreja de São Benedito, em Iguape, com pinturas e aplicação de ouro nas partes douradas. Mulher decidida, cuidava de todos os negócios imobiliários deixados pelo marido. Até os 90 anos, dirigia regularmente o seu automóvel, realizando sozinha várias viagens de Santos ao Vale do Ribeira.
Entre os seus amigos, destacavam-se a senhora Argentina Fortes Vendemiatti, em cuja casa se hospedava quando vinha a Iguape durante as festas de Agosto, além do casal Paulo Brasileiro Fortes e Thereza Altiva Fortes. Também tinha laços de amizade com o casal Eurico Moutinho e Adélia Fortes Moutinho, quando vinha nestas mesmas ocasiões, juntamente com a sua mãe, dona Emília.
Foi dona Mathilde Salgado que trouxe para o Museu de Iguape a biografia do ilustre vale-ribeirense Bernardino Machado (1851-1944), nascido em Iguape, que foi presidente de Portugal por duas vezes, biografia esta que ela própria solicitou a uma sobrinha quando esteve em Portugal.
No alto de seus 100 anos de feliz existência, dona Mathilde é um exemplo da pujança e da determinação da mulher vale-ribeirense.

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