A história recente da cidade não pode deixar de ser vinculada à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Mas Bauru já existia antes da passagem dos trilhos por aqui.
Origens
No século XIX, a expressão “sertão bruto” era usada com referência à região que a cidade ocupa hoje. A conquista do Oeste do país tem histórias parecidas. Bauru foi mais um lugar onde desbravadores brancos – os bandeirantes – lutavam com índios pela posse do território. A terra era ocupada pelos indígenas Kaiagang, que emprestaram um vocábulo de sua língua para dar nome à cidade. Na língua deles, Bauru quer dizer “cesto de frutas”.
Os primeiros desbravadores que vieram para a região foram Felicíssimo Antonio Pereira e Antonio Teixeira do Espírito Santo. No documento de legalização das terras de Felicíssimo, o nome de Bauru apareceu, oficialmente, pela primeira vez. Em 1884, quase trinta anos após sua chegada, Antonio Teixeira do Espírito Santo decidiu doar uma parte das terras de sua Fazenda das Flores para a formação do patrimônio de São Sebastião do Bauru. No dia 1º de agosto de 1896, Bauru foi elevada à condição de vila.
A chegada da Ferrovia
Quase dez anos depois, em 1905, a cidade recebeu sua primeira ferrovia: a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligava Bauru a São Paulo. Foi o início do crescimento populacional na região. Além da chegada dos operários, que trabalharam na construção das linhas, o comércio local teve ganhos e houve incentivo à migração.
Em 1906, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) inaugurou o seu primeiro trecho em Bauru (Bauru – Avaí), no prolongamento da Sorocabana. O traçado inicial da NOB ia até Cuiabá, no Mato Grosso. Em 1908, o destino da linha foi alterado para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, rumo às fronteiras boliviana e paraguaia. O novo caminho é herança das bandeiras que rumavam para o Oeste, com a intenção de conquistar territórios desconhecidos. A inauguração da estação final em Corumbá aconteceu 15 de dezembro de 1952. Sua extensão é de 1600Km e interliga-se com todos os sistemas ferroviários de norte a sul do país.
Em 1910, com a chegada da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Bauru passou a abrigar um dos maiores entroncamentos ferroviários do interior do continente. Já em 1939, com a conclusão da nova e enorme estação da Noroeste, que englobava também os escritórios da empresa, todos os embarques e desembarques das três ferrovias foram centralizados nessa estação.
Em 1957, a NOB foi incorporada à Rede Ferroviária S.A. Em 1961, todas as ferrovias paulistas, caso da Companhia Paulista e Sorocabana, foram encampadas pelo governo paulista, dando origem às Ferrovias Paulistas S.A. (Fepasa).
Os trens de passageiros da Noroeste foram extintos em 1995. Em 1998, toda a malha da Fepasa foi concedida à iniciativa privada. Os trens de passageiros para Bauru, na antiga linha da Companhia Paulista, chegaram à Estação pela última vez em 15 de março de 2001. Os fatos provocaram o redimensionamento da malha ferroviária, que foi reduzida de 23 mil quilômetros em 1996 para 19 mil em 2002, de acordo com dados do Sindicato dos Ferroviários.
Fonte: Os Frutos da Terra Bauru 1896-1988
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