segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PILAR DO SUL: UMA HISTÓRIA DE JOSÉ ROSA

A Lira Pilarense em Juquiá - Uma história de José Rosa



" Corria o ano de 1.951 e na cidade de Juquiá os preparativos para a festa do Divino Espírito Santo corriam a todo vapor. O meu primo José de Paula Rosa, ou Zé do Caetano, como era conhecido em Pilar, era o agente de estatística, lotado na agência do I.B.G.E. local e participante ativo na comunidade local. A festa ocorreria no mês de setembro, dia 23, e, bem antes disso, ele, como bom filho de Pilar, não como eu, que sou desnaturado e visito a terrinha de vez em quando, foi visitar os parentes, bem antes dos festejos.
Tendo comentado sobre a grandiosidade da festa, o Sr. Gabriel Válio, nosso parente, prontificou-se em levar a nossa Corporação Musical Lira Pilarense para abrilhantar os festejos, pois lá não tinha banda de música. Digo nossa porque foi nela que me iniciei. A alegria foi geral. Este ano teremos uma banda na festa do Divino, diziam os moradores. E tudo foi se organizando, de modo que as famílias recebessem os músicos para o almoço, lanche etc. e tal. Sobrou famílias querendo recepcionar os músicos pilarenses..Mas, como sempre tem um “mas”, umas semanas antes, Caetaninho, como também era conhecido, recebeu um telegrama de Gabriel informando-o da impossibilidade de levar a banda até lá, devido a dificuldades com condução, disponibilidades dos músicos etc. e tal. O desespero foi grande. Caetaninho não sabia o que fazer. No dia da festa vou sumir pro mato, pensava ele. Naquele tempo, palavra dada era compromisso assumido. Diferentemente dos dias de hoje, quando, mesmo com contrato assinado e registrado em cartório, não se tem certeza do seu cumprimento. Com os ânimos amainados, no dia da festa, logo pela manhã Caetaninho foi à missa. Mal tinha iniciado a celebração ouviram-se uns acordes musicais, que iam aumentando a medida em que subiam as ladeiras. É uma banda, diziam, mas de onde veio? Surpresa geral... Era a nossa Lira Pilarense, que surgia marchando garbosamente. Como isso teria acontecido? Só então Caetaninho ficou sabendo dos fatos. O pai dele, Sr. Caetano Paulino, comentou em Pilar o que estava ocorrendo. E o Gilico, ou seja, o Brasilino de Morais Rosa, que era contra- mestre da banda, tomando conhecimento da situação ficou indignado. Não podemos deixar um pilarense passar um “carão” desses, dizia ele. E arregimentou os músicos disponíveis, que subiram na carroceria de um “fordinho”, conduzido pelo trombonista Osvalldo Nogueira, filho do Pedrinho Aspensada, rumaram, de madrugada, para Juquiá. E lá foram Leônidas Sapateiro, Nenê Pereira, Chico Carancho, Zé Bueno, Antônio Mirim, Deolindo e mais alguns outros que me fogem à memória. E foi um dia memorável, com o pessoal da banda animando a festa, passeando em canoas pelo Rio Juquiá, na mais completa alegria.
É por isso que me orgulho de ser pilarense . . "

Nenê Pereira (Lázaro Pereira das Neves) e o anfitrião, José de Paula Rosa, o Zé do Caetano.


O condutor da banda para Juquiá, Sr. Osvaldo Nogueira, filho do Pedrinho Aspensada.


O trombonista Sr. Osvaldo Nogueira e outro músico não identificado, no trapiche da balsa no Rio Juquiá. 


Músicos pilarenses em passeio de canoa pelo Rio Juquiá. 
Fotos de José Rosa publicadas em Pilarianos e pilarenses.
Postado há 21st October 2012 por LUIZ ANTONIO DE PROENÇA

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