domingo, 25 de janeiro de 2015

"SENHOR BURI", O HOMEM DE BURI

Houve um homem em Buri que neste blog vamos chamar de SR. BURI.
Homem alto, branco, sempre muito educado que cumprimentava a todos que via, com a palavra na ponta da língua. Jamais ficava em situação difícil no que dependesse de sua ótima dicção e oratória.
O relato sobre sua vida é quase uma lenda, alguns dizem que é verdade, outros dizem que estavam presentes nas mais variadas situações, e tem aqueles que não acreditam em nada do que se fala dele.
Casou 2 vezes, deixou 5 filhos; já na velhice apareceu o quinto filho, uma novidade que o deixou surpreso e feliz .
As lendas a seu respeito são muito conhecidas e diversas, alguns dizem que tinha mais de 100 anos de idade, outros dizem que fez muitas plásticas, outros dão conta que possuía patrimônio incalculável, outros dizem que em sua casa as torneiras eram de ouro, tinha fazendas em Marília, milhares de cabeças de gado e muitos hectares de reflorestamento, alguns afirmam que no seu testamento deixou para os 6 herdeiros mais de 12 milhões de reais, a família dá risada destes valores.
Enfim são muitas histórias do SR. BURI.
O primeiro causo que quero contar é sobre como o SR. BURI lidava com os enlutados.
Certa vez o SR. BURI encontrou um de seus companheiros de jornada, e começou um diálogo, colocando suas mãos nos ombros do mancebo.
SB - Olá, meu amigo, quanto tempo, como vai você?
Jovem - Eu vou bem, graças a Deus.
SB - E seu pai como está? Estou com muitas saudades dele.
Jovem - Pena, Sr. Buri, meu pai já faleceu, ele se foi.
O SR. BURI nunca perdeu uma oportunidade para fazer novos amigos, ou mesmo manter um contato afetivo com os seus conhecidos.
Então o SR. BURI ao saber da morte de seu companheiro, repreendeu veementemente o jovem.
SB - Morreu para vocês, filhos ingratos e sem amor, porque para mim ele está mais vivo do que nunca, aqui no meu peito.
Todos em volta se maravilharam da maneira carinhosa pela qual o SR. BURI falou naquela hora.
Em outro momento de luto, lá estava o SR. BURI para acalentar o coração dos familiares.
Acompanhou juntos com seus pares (ele sempre tinha muitos a sua volta) todos os serviços religiosos, e de despedida da família. Já no cemitério, quando o defunto desceu para o descanso eterno, o SR. BURI se colocou em pé e começou um de seus belos discursos.
“ É com muito pesar no coração e na alma que hoje nos despedimos deste homem”......ops, quando o SR. BURI falava, sua dentadura caiu sobre o caixão. Seus companheiros correram e começaram a puxar novamente o caixão para que ele pudesse pegar a dita cuja, porém o SR. BURI, que não podia passar por tal constrangimento sem tirar dele uma lição para todos que estavam ali, soltou uma pérola especial.
------“ Não peguem, não se preocupem, deixem que este meu amigo vá com meu último sorriso, ele merece, ele merece ser feliz pela eternidade”.
Este era o SR. BURI.
Transcrito de O BURIENSE.

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