domingo, 22 de maio de 2016

SANTA ADÉLIA/ 1943

Os objetos tem suas histórias.
Os locais que ocupam nas residências indicam, na maioria das vezes, o nível de importância deste para o seus proprietários.
Compreender a relevância destes objetos, é compreender como o universo simbólico se estrutura e estrutura os ambientes domésticos.






Este diploma pertenceu a meu avô materno, José Camargo Filho, e refere-se à sua formação escolar. 
Entre os muitos hábitos que cultuava (e não eram poucos), gostava de expor em sua sala suas conquistas.
Exibia orgulhosamente nas paredes deste cômodo seus "troféus". 
Uma espécie de memorial de suas aventuras.
Entre os objetos e fotografias, encontra-se este diploma. Surrado. 
Com o papel já enrijecido.
Remontado por fita adesiva transparente.
Resiste ao tempo.
Preso a uma pequena moldura de madeira pintada a látex com placa de acetato (frente) e duratex (verso), exposto na parede lateral da sala, em frente a porta de entrada.
Como se não permitisse que o visitante se desviasse de tamanha façanha.
Passados seis anos de seu falecimento, continua na parede.
Amarelado.
Tomado de pó.
Muitas vezes esquecido.
Mas não silenciado.
Simplesmente está.
Firme.
JOSÉ CAMARGO concluiu o ensino primário.
 
FONTE: Memórias de Um Mundo em Preto e Branco

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