segunda-feira, 27 de março de 2017

A ROMARIA DO BOM JESUS

 
(Em 1918, o pintor iguapense Trajano Vaz retratou o encontro da imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape, na praia do Una, em 1647)
Roberto Fortes, o grande historiador, fala da romaria:

Em 1647, Iguape iria se transformar num centro de intensa peregrinação religiosa, com o aparecimento da imagem do Senhor Bom Jesus de Iguape, encontrada por dois índios na Praia de Una, na região da Jureia. 
A partir de então, milhares de romeiros de todas as partes do Brasil vêm à cidade render graças ao Bom Jesus da Cana Verde. 
É a segunda maior festa religiosa do estado de São Paulo (fica atrás apenas da de Nossa senhora Aparecida), sendo uma das mais importantes do País.
A festa em homenagem ao Senhor Bom Jesus de Iguape e Nossa Senhora das Neves se estende de 28 de julho a 6 de agosto, contando com novena, barracas comerciais, banda de música, procissão e fogos de artifício. 
Em 1949, a cidade recebeu a visita do escritor Albert Camus, Prêmio Nobel de Literatura em 1957, que, acompanhado por Oswald de Andrade e outros amigos, veio conhecer de perto a grande festa. 
Suas impressões foram utilizadas para escrever o conto A pedra que cresce, inserido no livro "O Exílio e o Reino", um de seus maiores sucessos. 
A festa também recebeu a visita da heroína brasileira dona Joana de Gusmão, do poeta Vicente de Carvalho, do governador Adhemar de Barros, além de outras personalidades.
A Igreja do Bom Jesus foi iniciada em 1787 e inaugurada, ainda não de toda concluída, em 8 de agosto de 1858. 
Foi elevada à categoria de Basílica em 1956, quando do centenário do templo.
Texto de Roberto Fortes in Nossa História- Diário de Iguape.

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