segunda-feira, 23 de junho de 2014

XIRIRICA/ELDORADO

CRONOLOGIA DE XIRIRICA
(1890-1909)

Do livro póstumo de Hermínia Barbosa do Prado, XIRIRICA, em fase de editoração para publicação.


1890

Xiririca tem 453 eleitores.

18 de janeiro
Devido à implantação do regime republicano, foram dissolvidas temporariamente as câmaras municipais em todo o Brasil, e criados os conselhos da Intendência. O primeiro conselho de Intendência de Xiririca teve como presidente Zeferino Jorge Damasceno. Intendentes: Manoel Mariano Pereira, Ignácio Benedito de Freitas (filho), Joaquim Brasileiro Ferreira e José Ferreira Galácio.

23 de outubro
Assinado contrato entre o Governo Federal e Ângelo Fiorita prevendo a cessão de terra para famílias imigrantes italianas. Era a fundação da colônia Nova Trieste, próxima a Xiririca.

1891
Professores e professoras de Xiririca: Brás de Cunha Ramos, cadeira da secção masculina na sede da vila; Francisco Pedro do Canto, cadeira da seção masculina na sede da vila; Francisca Isolina de Castro, cadeira da seção feminina na sede da vila; Maria Filomena Álvaro do Canto, cadeira secção feminina na sede da vila; Antonia Silva Motta, cadeira da seção feminina na sede da vila; Antonio Hermenegildo da Silva Fontes, cadeira da seção masculina em Sete Barras; Juvêncio de Paula França, cadeira de secção masculina no bairro dos Meninos; Antonio Evaristo do Prado, cadeira da secção masculina no Jaguari; Antonio Rafael Carneiro, cadeira da secção masculina no Batatal; Maria Rita de Cássia Jorge, cadeira de secção feminina no bairro da Boa Esperança; Maria Leocádia Pereira, no Lajeado.

1893
O comendador José Vergueiro fez viagem de vapor até a Barra do Batatal, onde tratou da fundação de um grande estabelecimento industrial em frente ao local.

1894
Morre Maria Miquelina de Oliveira, viúva de André Francisco de Oliveira Souza, dono de grande parte do sítio do Abobral (lado esquerdo do rio). Seu herdeiro foi Ezequiel de Oliveira Souza.

1895
Luís Giglio é professor substituto na Primeira Escola da Vila de Xiririca, cujo titular é Bras da Cunha Ramos.Próximo à fazenda do Lajeado, a cerca de 25 quilômetros de Xiririca, instala-se a Nova Trieste, colônia de imigrantes italianos. O Dr. Nicola Pederneiras, diretor técnico do assentamento, mora em Xiririca.

2 de novembro
O sr. Elias Antonio de França doa à igreja-matriz a imagem de Nossa Senhora da Conceição.

1896
Janeiro
Termina o mandato de José Pedro da Silva Medeiros como intendente municipal de Xiririca.

7 de fevereiro
Brás da Cunha Ramos torna-se o primeiro professor de Xiririca a aposentar-se no posto. Sob homenagens e elogios, ele deixou sua cadeira para seu substituto, João Manoel França Gonçalves.

30 de março
Na atual praça Pedro de Toledo, entre as ruas Cel. Avelino e Romão de França, funcionavam as duas esolas reunidas do sexo masculino, cujo prédio estava em péssimo estado de funcionamento, segundo comunicava a Câmara Municipal no seu pedido de ajuda ao governo do Estado.

15 de junho
Júlia Carneiro da Silva Medeiros assume interinamente o cargo de professora primária do Lajeado.

1897

Grande enchente no final do ano. As águas tomaram a atual Praça Pedro de Toledo e os vapores deixavam seus passageiros no antigo casarão de pedra que existiu, até os anos de 1980, entre as duas ladeiras.

1898
A Câmara Municipal não aprova proposta no sentido de concessão de privilégio exclusivo para apresentar estudos de estrada de ferro de Cananéia a Xiririca com ramal para Pariquera Açu. O pedido previa também o prologamento da estrada para Apiaí até Faxina (atual Itapeva).

13 de junho
Nasce a professora Lilia Viana de Almeida. `A noite, a onça urrava na mata e a menina Aparecida chorava de medo dentro da tenda improvisada. Sua irmã mais velha procurava acalmá-la: -Não tenha medo já está chegando. Era mentira. Faltavam dois ou três dias para completar a primeira etapa da viagem. Tratava-se, é verdade, da etapa mais sacrificada, toda ela feita a cavalo, o mataréu cerrado ao lado. Seguia-se de Xiririca em direção a Iporanga-Apiaí para chegar-se a Buri, onde um entrocamento ferroviário facilitaria as coisas, levando as irmãs ao destino final da viagem, Botucatu. De lá, após uns tempos morando na casa do tio paterno, Claro Viana, ambas voltariam professoras primárias formadas, para fazerem história no magistério de Xiririca. Lília, a irmã mais velha, nascera no Paraná, mas com a mudança de sua família para Botucatu, foi registrada naquela cidade. Quando tinha nove anos, veio para Xiririca, acompanhando seu pais, Pedro Viana e Justina Bastos Viana. O ensino primário da época, em Xiririca, seguia o padrão da escola isolada (no qual o ensino ministrado ficava a critério exclusivo do professor). Na cidade, a escola masculina isolada ficava na atual praça Pedro de Toledo. A escola feminina localizava no mesmo lugar em que está atualmente a EPG Profª Maria Aparecida Viana, nome dado em homenagem à memória daquela irmã mais nova de d. Lília. Aí, com a professora Sinhazinha, dona Lília aprendeu as primeiras letras. Aos 15 anos, ela partiu para seus estudos em Botucatu. Voltou para lecionar e, em1923, casou-se com o sr. Elísio Cruz de Almeida.

1898

28 de julho
Nascimento de Leôncio Marques Freitas e Silva, filho de João Filadelfo de Freitas e Maria Éster Carneiro de Freitas. Casado com Maria do Carmo Muniz. Foi advogado provisionado e cronista de Xiririca

1899

31 de janeiro
A Companhia responsável pela Navegação no Vale do Ribeira interrompeu as viagens de vapor entre Xiririca e Iguape. No dia anterior, a Câmara Municipal de Iguape, em sessão extraordinária, aprovara o envio de um pedido ao governo estadual no sentido de restabelecer a navegação cuja interrupção acarretava “incalculáveis prejuízos na mineração e na lavoura de todo o vale do Ribeira cortando repentinamente a comunicação entre Iguape e Xiririca, Iporanga, Apiaí e outros municípios”. Absteve-se de votar o o vereador Ernesto Young, que tinha interesses na empresa. Pouco depois, voltariam as viagens.

7 de setembro
Foi uma comemoração digna de um final de século. A festa de Nossa Senhora da Guia de Xiririca, a oito de setembro de 1899, teve um brilho como igual nunca tivera antes. Houve missa cantada, sermão ao evangelho e procissão. Todos os atos religiosos contaram com presença de numerosos fiéis. Recém-pintada e perfeitamente decorada, a matriz ostentava uma profusão de luzes que lhe realçava a arquitetura. Coube ao maestro Antonio Justino de França, natural da cidade, professor de piano e canto em São Paulo, reger a orquestra durante as novenas. No dia 7, a banda musical da cidade, sob a regência do Alferes Luiz Antonio Ferreira, percorreu as ruas. Em frente ao Paço Municipal, especialmente iluminado, os músicos saudaram os vereadores. A elite de Xiririca também recebeu homenagens. Um soirée dançante, organizado por uma laboriosa comissão foi-lhe dedicada. O evento estendeu-se até as três horas da madrugada do dia 8, garantido por irreparável bufê.

23 de outubro
O jornal Correio Paulistano noticia que a Câmara Municipal de Xiririca “acaba de vencer no Congresso do Estado a célebre questão da estrada à margem direita do rio Ribeira, questão que pleiteava com o cap. Gregório de Freitas”. Também foi pedida a abertura de uma estrada até Capão Bonito.

14 de novembro
Criação do Distrito de Paz de Itapeúna, com 402 habitantes.

1900
Surge o primeiro jornal de Xiririca, fundado pelo sr. Francisco Antonio Pereira Macuco, de importante família santista. O Cidade de Xiririca tem formato tablóide (meio jornal padrão), quatro páginas, sai aos domingos. Inicialmente sua redação funcionava no largo da Matriz. Muda-se depois para o largo da Victoria (atual praça Pedro de Toledo). Impresso pela tipografia Macuco, para cidade cobra a assinatura trimestral dois mil réis, anual oito mil réis. Assinaturas para fora, cinco mil réis, trimestral, 8 mil réis, anual. Colaboradores diversos. Orgam consagrado aos interesses da comarca. Registram-se no ano, 199 nascimentos, 38 casamentos, 188 óbitos. O número de nascimentos é incompleto porque nasce muita gente nos sítios que não é registrada devido à distância. Maiores produtos: Café, 25.000 arrobas. Depois, aguardente, arroz e poucos cereais. 23 engenhos de cana e 15 de arroz. Muitas ervas medicinais. Minas de ferro, mármore e ouro em cascalho. Nasce Porfírio Hildebrando Moreira, maestro autor da melodia do Hino de Xiririca. Morre em novembro de 1963.

23 de dezembro

Nasce Domingos Bauer Leite, escritor, compositor, poeta. Letrista do Hino de Xiririca. Morre a 20 de setembro de 1968. Ao lado de Jordão de Morais (“Jordãozinho”) e Godofredo de Freitas (“Nhô Godo”), Domingos Bauer formou o trio de oradores cujas palavras levaram muitos jovens do Ribeira a lutarem como voluntários na revolução de 1932.

1901

1 de fevereiro
Nasce João Vitorino Ferreira fundador da Sociedade de São Vicente de Paula, trabalhou também pela criação da Santa Casa da Misericórdia. Sempre dedicado a trabalhos filantrópicos, foi prefeito de Eldorado.

29 de agosto
O jornalista Sá Rocha visita Xiririrca e publica no jornal Correio Paulistano uma reportagem pouco lisongeira da cidade. Seu texto começa por informar a distância entre Xiririca e Iguape: 66 quilômetros por terra,154 quilômetros pelo rio Ribeira. Sá Rocha viajou pelo vapor Isabel (Vicente de Carvalho, depois de amplamente reformado) e descreve as margens do rio cobertas de frondosa vegetação. No trajeto, sítios esparsos e bonitos. Atracava-se em Xiririca em pequeno cais, segundo ele, em parte desmoronado, porque o governo estadual gastou para sua construção 6 contos de réis, mas a Câmara Municipal não conservava. A cidade, escreve Sá Rocha, está “situada num morro tem aspecto pitoresco apreciada de longe mas que perde todo o seu encanto ao seu por o pé em terra”. Na sua opinião as oito ruas de Xiririca, ”são mal alinhadas, esburacadas”. O munícipio tinha 7 escolas, sendo 4 na cidade. Destas, uma era é curso preliminar para meninas mantida pelo governo. As outras, constituíam-se de cursos elementares. Na preliminar estudavam 24 alunos, nas outras, 95. Por ocasião da visita do jornalista só uma das escolas da cidade, contudo estava funcionando, com 14 alunos sob a direção de Francisco Ferreira Carneiro. Diante do fato, o jornalista concluiu, a “instrução não é zelada. Notamos falta de ordem e disciplina a par de pouco desenvolvimento intelectual devido ao fato não haver muitas aulas.” Na cidade, acrescenta o jornalista, tinha havido um gabinete de leitura, mas que já deixara de funcionar. Na ocasião de sua visita, Xiririca tinha “2 largos e três travessas, 134 prédios antigos, sem estilo e 20 casas comerciais, algumas importantes. Não tem Santa Casa nem sociedades beneficentes ou recreativas, só uma banda, não tem teatros nem jardim, tem um matadouro fora da cidade. Não tem água encanada. Há uma fonte cuja nascente é no cemitério, que por isso não é usada. Não tem esgotos”. Nada agradou a Sá Rocha: ”No extremo da cidade está a cadeia. Do lado esquerdo, a Câmara Municipal, o júri e salas de audiência. Mobília: 2 mesas e 2 cadeiras. Do lado direito, Corpo da Guarda e 2 xadrezes com goteiras e falta de firmeza no soalho. Impressão desagradável com a sujeira”. No ano seguinte, o cais, chamado de Porto Toledo Piza seria reformado, tendo como contratante para as obras José Octávio Rodrigues

10 dezembro
Eleita a primeira Câmara Municipal depois da proclamação da República. Vereadores eleitos para o triênio 1902-1905. Joaquim Brasileiro Ferreira, José de Paula Souza, Francisco José Rodrigues, Felix Homem Pontes, Felix M. Serra. Por ser o mais velho dos eleitos, Felix Homem Pontes assumiria a presidência da Câmara

1902
Funda-se Companhia de Navegação Fluvial Sul-Paulista. Nos anos setenta do século anterior, quem ocupava o cargo de agente do correio em Xiririca era João Carneiro dos Santos. Agora, é sua nora, Eugênia Ferreira Carneiro. Ela se casou com João Carneiro dos Santos (filho) que, em sua homenagem, mudou o nome para João Eugênio Carneiro. Por essa época, a agência do correio funcionava no casarão de pedra existente no antigo Largo Victoria (hoje Praça Pedro de Toledo), construído algumas décadas antes pelo espanhol Pedro Peniche sob a encomenda de Miguel Antonio Jorge. Abrangendo uma área de 200 metros quadrados (e mais 200 metros quadrados de terreno), o casarão, no começo do século XX, pertencia ao comerciante e fazendeiro, João Maria Lopes, comprador também de terras no Ribeirão de Xiririca, anteriormente de propriedade de Miguel Antonio Jorge.

2 de janeiro
Antônio Avelino Cunha, que já fora vereador, candidatara-se novamente à Câmara Municipal, no ano anterior, e obtivera 189 votos. Outro candidato, Gustavo Carneiro dos Santos, chegara a 137 votos, e um terceiro, Gustavo Ferreira Carneiro, 55. Entretanto, apesar de ter a maioria dos votos entre os três, Avelino viu o candidato Gustavo Carneiro dos Santos ser diplomado, ficando ele apenas com a suplência. Incorfamado, recorreu à Justiça Eleitoral. “Grosseiro sofisma”, replicaram seus adversários na ação de defesa. A justificativa foi que Gustavo Carneiro dos Santos era também conhecido por Gustavo Ferreira Carneiro e a soma dos votos dados a ambos os nomes superavam a votação obtida pelo candidato Antônio Avelino. Filho de Tristão Augusto Carneiro dos Santos, Gustavo Ferreira Carneiro (nome verdadeiro do candidato) não adotou integralmente o sobrenome paterno, mas muito o identificavam como Gustavo Carneiro dos Santos. Por precaução, ele pubicaria no jornal A Cidade de Xiririca, o seguinte comunicado. ”O abaixo assinado a fim de evitar dúvidas futuras vem pela imprensa declarar que não existe outra pessoa que assine com o nome de Gustavo Carneiro dos Santos nesta comarca a não ser o próprio que a presente declaração subscreve”. Avelino da Cunha pedira também a cassação do vereador José de Paula Souza, que, segundo alegava, por exercer a função de delegado de polícia, não poderia ter sido eleito. Em defesa de Paula Souza, a secção local do Partido Republicano Paulista expediu um comunicado, assinado pelo seu presidente cel. Joaquim Brasileiro, dando conta do seu afastamento daquele cargo para candidatar-se, dentro do prazo previsto pela Justiça Eleitoral: Derrotado desta feita, Antônio Avelino da Cunha teria, no futuro, sua revanche em grande estilo. Em razão ainda dos ânimos políticos exaltados, no carnaval do ano, o novo chefe de polícia ordenaria que cada grupo carnavalesco em desfile fosse acompanhado por dois praças.

2 de fevereiro
Morre em Xiririca o alemão Adolfo Sydow, dono de duas fazendas no lugar hoje conhecido como Serra do Sydow. O seu enterro, realizado no dia seguinte, foi acompanhado por grande parte da população numa demonstração de “devida homenagem aquele que muito fizera em vida pelo progresso de Xiririca”, segundo assinalou o jornal Correio Paulistano. A família Sydow, vinda da Alemanha por volta de 1859, fundou em São Paulo, a primeira serraria a vapor da cidade, que funcionava onde hoje está o Teatro Municipal. Frederico, um dos irmãos Sydow, comprou em Xiririca, a antiga Serra dos Prado, assim batizada por ser a família Prado, sua primeira proprietária. No início da década de 70 do século XIX, Frederico vendeu o lugar, que passara a ser conhecido por Serra do Sydow, ao ser irmão Adolfo, então já grande industrial, fabricante de máquinas pesadas e outros equipamentos para a agricultura. As fazendas de Adolfo Sydow tornaram-se famosas, não só pelos modernos métodos de agricultura, mas também pelas festas que ali se realizavam. Menos de um mês e meio depois do seu enterro, morreria também o seu filho Filipe Dick, o que certamente concorreu para a decadência dos negócios da família. Adolfo era casado com dona Filipina e tinha dois outros filhos, Gustavo Sydow sob. , e Eugênia, casada com o major Alcídio de Souza Atahyde, então chefe de polícia de Xiririca.

27 de junho
Criado o distrito policial de Itaúna (atual Itapeúna)

17 de julho
Nomeados de Xiririca para 62a. Brigada de Infantaria e 37o. Regimento da Cavalaria da Guarda Nacional: Para 62a. Brigada de Infantaria: E.M. major-cirurgião, cap. Elias Antônio França. 184o. Batalhão de Infantaria E.M., cap.ajudante José Carneiro dos Santos; cap. cirurgião Gregório Príncipe de Oliveira. 1a. Companhia: Alferes Cipriano de Souza jr. 2a.Companhia, cap. Bento Alves de Sousa, alferes Bertoldo Pupo Ferreira. 3a.Companhia, cap. João Teodoro de Souza, alferes Antonio Filipe de Oliveira. 4a.Companhia, ten. Silvino Napoleão de Sousa. Batalhão de Infantaria, E.M., major Tristão Carneiro dos Santos. cap. ajudante, Antonio Henrique Rodrigues Mancio, cap.-cirurgião José Júlio da Silva. 1a.Companhia, ten. Claudino Honório de Souza, alferes Alcides Augusto de Lara. 2a.Companhia, cap.Felix Homem de Pontes, ten.J osé Guilherme Chaves. 3a. Companhia, alferes Antonio Florêncio de Oliveira e Eugênio Lourenço Moniz. 4a.Companhia, João Gregório de Souza, tenente Francisco Gianni. 186o.Batalhão de infantaria, E.M, major fiscal Rafael Décio, cap. ajudante Zacarias Custódio da Silva, cap.cirurgião Carlos Diogo Nunes, cap.Tomaz de Lima Pereira, alferes Paulo Dias Baptista e Bernardo Andrade e Matos. 2a. Companhia, ten. Henrique Dias Pereira, Alferes Antonio de Andrade Rezende; 3a. Companhia, cap.Ildefonso Cardoso de Sousa, alferes Antonio Mendes de Moraes. 4a.Companhia, cap. Francisco da Costa Pedroso, ten.Belchior Porfírio de Andrade, alferes Rodocino dos Santos Lisboa. 62o.Batalhão de Reserva, E,M., com. dr Antonio Candido Xavier de Almeida e Sousa, cap. ajudante, Francisco de Assis Freitas. 1a. Companhia, cap.Francisco Roberto de Sousa, ten.Luciano Dias Baptista, alferes João Carneiro dos Santos e Antonio Ferreira Barbosa. 2a.Companhia, alferes Miguel Seabra de Oliveira. 3a. Companhia, Antonio Justino de França, ten. Antonio Pereira Macuco, alferes Avelino Antonio de França. 4a. Companhia, cap. Ascendino Teixeira de Sousa, alferes Nascimento Clementino de Faria; 37a. regimento de Cavalaria E.M.Fiscal, cap. Alcídio de Sousa Ataíde, cap.ajudante Gustavo Ferreira Carneiro ten. quartel mestre Antonio José de Freitas, alferes veterinário João de Oliveira Sousa. 1o.Esquadrão, cap. Antonio Pedroso de Moraes, ten. Joaquim Gaudêncio de Sousa, alferes João Braga Leme. 2o.Esquadrão, cap. João Militão Mendes, alferes João Francisco de Moraes. 3o. Esquadrão, Joaquim Alves Travassos. 4o. Esquadrão, Antonio Ferreira França, alferes Joaquim Nóbrega Mâncio.

10 de agosto
Em protesto contra o seu comandante, praças do destacamento local postaram-se agressivamente em frente ao quartel, ameaçando um motim. O conflito foi evitado pela intemerdiação do major delegado de polícia. Dias depois, assumiu a chefia do destacamento policial, o cabo Pedro Alves de Moraes, em substituição ao 2o.sargento Moreira.

1903
Eleição do primeiro prefeito de Xiririca

11 de dezembro
Sonhava-se em fazer do Ribeira de Iguape, um trajeto turístico. Era possível, chegou-se a imaginar, uma linha que, saindo do Rio de Janeiro, passasse por Xiririca até atingir, por tortuosos caminhos, a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Contudo, apenas uma vez, em 1893, um vapor consegiu chegar a Barra do Batatal. Dez anos depois, repetir-se-ia a viagem. Estando o navio Paulistano em Xiririca, seu proprietário e comandante Ernest C. Young seguiu rio acima, com destino a Jaguari (Itapeúna) levando como passageiro o cel. Joaquim Brasileiro Ferreira, presidente da Câmara Municipal. Em Jaguari, outras pessoas embarcaram e o vapor seguiu para o Batatal. A primeira fase da viagem, comprendendo 23 quilômetros, consumiu pouco menos de quatro horas. No trajeto de 13 quilômentros entre Jaguari e Batatal, gastaram-se duas horas e quarenta minutos. A rota rio abaixo levou apenas uma hora e quarenta e cinco minutos passando o vapor as corredeiras com facilidade, apesar das curvas rápidas que era obrigado a fazer. No dia seguinte, quase todo o povo do Jaguari fretou o navio para a viagem. O evento, porém, foi ensombreado por um trágico incidente. Enquanto esperava o vapor, Manoel Mariano Pereira, líder político de Itapeúna, ao aproximar-se de um engenho, teve a cabeça colhida pela sua roda, morrendo instantaneamente. Mariano Pereira foi várias vezes vereador em Xiririca e exerceu o cargo de intendente municipal. Originário de Paranaguá, veio para Xiririca no início dos anos de 1860. Fundou a Fazenda Jaguari e foi proprietário de terras, entre outros lugares, no sítio da Abóbora. Seu filho, Alcides Mariano, prefeito de Xiririca, deu continuidade à sua herança política, cuja influência perdura até hoje.

26 de dezembro
O jornal Commercio de Iguape publica nota do falecimento de Manoel Mariano Pereira assinada por sua viúva, filhos e parentes: Albina Viana Pereira, Miguel Olegário de Freitas, Ana Pereira de Freitas,J oão Justiniano de Freitas, Maria Lecádia Pereira de Freitas, Manoel Mariano Pereira Jr., Ignácio de Freitas Pereira, Vital Alves da Silva, Leocádia Pereira da Silva, Joaquim Mariano Pereira, Pedro Mariano Pereira, Alcides Mariniano

1904
Entregue aos cultos dos fiéis a nova Matriz de Xiririca. O término da construção do templo foi supervisionada pelo vigário padre Vitório Maria Peyla que chegou à cidade em 1898 e ficou até 1906. Foi o terceiro templo construído no antigo largo da Matriz. Tinha torres voltadas para o lado do rio e foi este o motivo de sua demolição em 1956, para dar lugar à atual igreja. Alegou-se que o rio deixara de ser a principal entrada da cidade e conseqüentemente as torres deviam mirar a nova entrada representada pela estrada rodoviária. A Câmara Municipal estava funcionando provisoriamente no edifício escolar que se localizava na atual Praça Pedro de Toledo, entre as ruas cel. Avelino e Romão de França.

1905
Começa a ser construída a segunda capela de Itapeúna,quando era vigário de Xiririca o padre Peyla. Seria inaugurada agosto de 1915, no vicariato do pe. Evaristo.

13 de outubro
Carta de arrematação passada no Rio de Janeiro a favor do Banco Hopotecário do Brasil credor hipotecário e executante dos espólios de Gregório Inocêncio de Freitas e Ignácio Benedito de Freitas (filho) das fazendas Progresso e Lajeado. No dia 7 de julho do ano seguinte, as duas fazendas, totalizando 1905 alqueires de terras cultivadas e matas virgens, seriam penhoradas, em favor do Banco Hipotecário como cessionário do Banco Real do Brasil, credor dos dois irmãos Freitas, então já falecidos. Durante muitos anos, as propriedades ficariam de posse do banco que nomearia como seu administrador o mineiro Brasilino de Melo, ex-integrante em Xiririca da Força Pública.

1906
Morre Teobaldina Maria Muniz, viúva de Pedro Antonio Muniz, proprietário de muitas terras em Sete Barras. A viúva Teobaldina deixou todos os seus bens para o filho Francisco Antônio Muniz, casado com dona Elisa Aubin Pires, e tronco de uma família de comerciantes em Xiriririca. Foram filhos de Francisco e Elisa: Francisco Antônio Muniz Júnior (Chicão). Proprietário de uma fábrica de doces que funcionava num casarão pertencente a Bertoldo Pupo Ferreira, localizado na atual praça Pedro de Toledo. Pedro Muniz (casado com a hoje centenária dona Geni) teve loja de secos e molhados numa casa ao lado da Matriz, que seria depois ocupada pelo cinema Santo Antônio. Wenceslau (“Lalau”) Muniz, com grande loja na rua Romão de França, quase esquina com a praça Pedro de Toledo. Benedito Muniz, estabelecido numa loja na atual Praça Nossa Senhora da Guia, perto do edifício da Câmara Municipal. João dos Santos Muniz, que se estabeleceu com loja em São Paulo. Manoel Cardoso Muniz, o único dos irmãos a não seguir o comércio, foi funcionário público.

21 de junho
Judite do Canto, nascida em Xiririca, filha do professor Francisco Pedro do Canto e de dona Filomena Álvares, casou-se em São Paulo com Cymbelino Ramos de Freitas, professor e pintor. Uma das filhas do casal, Maria Amélia Freitas, casou-se com Edson Ramos Nogueira, futuro cônsul do Brasil nos Estados Unidos

1907

1º de abril
Nasce Antonio Felipe Braga, o “Totó Braga”, filho de Antônio Felipe Braga e Maria Ferreira Braga. Seu pai foi maestro da Banda Santa Cecília. Seu avô materno, José Ferreira Braga, teve intensa vida política em Xiririca

1908
A Paróquia de Xiririca passa a ser dirigida pelo padres agostinianos até 1919

1909
Herman Frie Abriech, zoólogo alemão, diretor do Museu Paulista entre 1894 e 1915, faz uma de exploração das grutas calcárias de Iporanga e Xiririca

8 de julho
Nasce Felício Augusto da Rocha, primeiro prefeito eleito depois da mudança de nome de Xiririca para Eldorado.

30 de dezembro
Vendedores: Domingos Alves de Almeida, João Sátiro de Almeida, Joaquim Emiliano de Almeida, Honorato de Almeida, José Filadelfo de França e mulher, Ana Mota de França, Juvêncio de Oliveira Prado, Pedro de Alcântara Azevedo e mulher, Francisco de Almeida, Ana Marcolina de Almeida, João Valécio de Almeida. Cia. Representada por Charles Miller Giddings e Newman Giddings (venda e compra) Quatrocentos lqueires ,uma ilha: Herança falecimento Antonio Plolicarpo de Almeida, Rufina Moraes de Almeida –. Joaquim Policarpo de Almeida -Terras do herdeiro de João Manuel de Azevedo Pontes.
Do Almanack Paulistano.

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