quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

JOÃO JOSÉ CARNIEL, O FOTÓGRAFO DE LARANJAL PAULISTA

10 de novembro de 2015


VIDA FAMILIAR – João José Carniel é fotógrafo profissional em Laranjal Paulista, proprietário da Foto Cardia, casado há 37 anos com Zélia de Melo Carniel, tem duas filhas, “Michelli e Patrícia”, os genros “Marcos com a Michelli e Danilo com a Patrícia” e afirma emocionado que “Deus nos presenteou com o nosso amado João Paulo, nosso neto, e em poucos meses mais uma felicidade, mais um neto ou neta chegando por aqui, que venha com muita saúde e seja Iluminado(a) por Deus, como o irmãozinho João Paulo é”.
Estudou na Escola “Quinzinho do Amaral”, depois Escola “Cesário Carlos de Almeida” e por fim concluiu os estudos na Escola João Salto, na época Escola Técnica em Contabilidade. “Parei os meus estudos por ai, mas nunca deixei de fazer cursos e me aprimorar, principalmente depois que me tornei fotógrafo”, diz ele.
João Carniel conta que sua infância foi um tanto comum, vindo de uma família com poucos recursos, sempre precisou ajudar sua mãe Benedita nos afazeres de casa e desde pequeno ajudava com as roupas que ela lavava para outras famílias. “Eu ia buscar e levar para ela as malas, na época recordo que na nossa rua além de minha mãe havia várias ‘lavadeiras de roupas’, e nós molecada, nos reuníamos e saiamos todos juntos para ir buscar as tais malas e era uma grande disputa entre nós para ver quem voltava primeiro, e sempre tinha um de nós que vinha com uma mala enorme, muitas vezes maior que nós mesmos, pois nesta época tínhamos entre 9 a 10 anos”. Segundo diz, “era muito divertido, até que um dos meus amigos, inventou um carrinho para ir buscar as roupas, era feito de caixa de fruta e com rodas de rolimãs, velhas claro, e muito difícil de se conseguir, tínhamos que lavar peças de veículos na oficina do senhor Tulio Marson para ganharmos um rolimã velho no final do expediente e imaginem vocês, um carrinho de rolimãs numa rua de pedras, haja vontade de levar aquele brinquedo em frente”, conta sorridente o fotógrafo João.
Após essa fase ele trabalhou com o senhor Arlindo Poggi. “ai sim eu tinha um emprego e o que era? – Buscar e levar ternos nas grande famílias aqui de Laranjal, pois na época o terno era uma roupa do dia a dia da maioria dos homens”. Ele conta que como era pequeno pegava um cabide que tinha um pau no meio, tipo um cabo de vassoura, para poder trazer e levar os ternos sem dobrar, e o senhor Arlindo teve que fazer um maior para ele, pois era tão baixinho que os ternos arrastavam pelo chão.
Depois disso foi trabalhar na Auto Escola Laranjal de Ezequiel e Joel Ruberti, ficando por lá durante oito anos.“Foi uma escola para mim, ganhei muitos amigos, pessoas da cidade e do sitio onde todos gostavam da nossa equipe, fiz muitas amizades com o pessoal de trânsito e de auto escola, pessoas como Valter Mandella, escrivão de polícia de Laranjal, Dr. José Maria Coltinho, Dr. Dalmo Amorim, Dr. Pagoto (de Tietê) e muitos outros, onde eu tinha um respeito e uma admiração muito grande, pessoas integras de caráter impecável”, diz ele. 
 


O último à direita, João Carniel e toda sua família com o netinho que ele diz ser sapeca.

Lembra que foi “aí que formei um círculo de amizade com pessoas conhecidas que até hoje eu tenho contato e que são muito importantes para mim, pois logo que sai da Auto Escola fui tentar ser vendedor junto com o meu cunhado Dito, que era da Lajes Murit, onde não deu certo, não sou vendedor, que vexame…”
Em seguida, João conta que veio o “santo do meu cunhado Jorge Cardia e me leva para trabalhar de marceneiro”. Para quem só conhecia caneta e máquina de escrever, João Carniel diz que “foi fogo, tentei, tentei e sem desprezar a oportunidade que meu cunhado havia me dado, não era o que eu sabia fazer”. Foi ai que apareceu Emilio Póggi, filho do senhor Arlindo Pógi, que trabalhava no Banco Itau, e precisava de alguém no setor de atendimento de balcão.“Ele me deu esta oportunidade de trabalhar em um lugar que eu tinha mais desenvoltura, foi ai que também adquiri mais experiência na vida financeira e mais conhecidos, coloquei muitas coisas em prática com o conhecimento que adquiri lá”.
Nessa época ele e Zélia já namoravam há quase 4 anos. “Passamos maus bocados na época em que meu pai Benedito teve que fazer uma cirurgia, pois o trabalho dele era o nosso sustento, somado com o da minha mãe, o meu e o da minha irmã Isabel, que desde pequenina foi trabalhar como doméstica”, diz ele que se refere à sua irmã de forma apaixonada. “Eu tenho uma paixão por ela que ninguém imagina o quanto, por tudo o que já passou e soube manter se firme, invejável a força dessa menina”.
João e Zélia casaram-se em 30 de dezembro de 1978.“Deus nos empurrou para frente e graças a Ele não paramos até hoje, juntos e com as nossas filhas, genros e nosso netinho, temos força para levar o nosso pequeno barco sempre em frente e por um oceano, vezes turbulento e vezes calmos, assim estamos tocando a nossa vida e dia após dia, vemos as pessoas que amamos com um dentinho, aprendendo a andar, começando a gagarejar e o sorriso, gente o sorriso é algo que conforta e nos traz todas as alegrias, faz esquecer a tristeza e deixar pra lá os rancores”.
VIDA DE FOTÓGRAFO – Quanto ao trabalho a Foto Cardia já existe há 37 anos. Sobre essa profissão, João Carniel é taxativo: “se for falar sobre tudo o que passamos e o que já vivenciamos de emoções, alegrias, festas, comemorações e também momentos tristes, no qual nas nossas lentes capturamos estes momentos, procurando sempre fazer de forma competente, trazendo qualidade e equipamentos de última geração, escrevo um livro.”
Ele relata que procura desempenhar a profissão sempre com a excelência na sua forma total. “Mesmo sabendo que é impossível chegar a este ponto, nossos serviços, por se tratar de estarmos localizados em um ponto no interior, temos que ser profissionais que tem em seu portfólio, vários seguimentos, como, eventos sociais, corporativos, empresariais, fotos para catálogos, fotos aéreas e tudo o que se relacionar a fotografia”.
A Foto Cardia trabalha com várias agências em São Paulo, cujo trabalho é muito reconhecido, fez parte da equipe da Ford por mais de três anos, inclusive cobrindo para a Ford a Fórmula Truck em 2013, onde só não foram fotografar para Argentina, onde o evento foi coordenado pela Ford de lá. João conta que “viajamos por muitos estados fazendo esta cobertura, foi magnifico, uma experiência incrível, um grande stress também, pois viajar longas distancias com equipamentos, não é brincadeira, mas valeu a pena”.
Há vários meses ele esteve em Buenos Aires, a trabalho, chegou de lá e já foi para Minas Gerais fazer fotos para site e catálogo. Vem trabalhando em muitos estados, fazem muitas feiras, principalmente as de brinquedos, pois Laranjal Paulista é o maior polo de fábricas de brinquedos.
João Carniel destaca que “a fotografia para mim é uma arte em luz, cor, emoção, enquadramento e beleza, pois ela eterniza a cena, e para quem consegue captar tudo isto, o momento se transforma em uma obra prima”.
Conta também que sua maior paixão na fotografia, é Studio, fotos de catálogos. “Os mais desafiadores são aqueles que eu mais gosto, pois envolve equipamentos de primeira, conhecimento naquilo que você vai fazer, pois um mal posicionamento de iluminação, perde-se a beleza do produto que você está fotografando”.
Apaixonado por fotografia ele conta o que é prazeroso na profissão. “Você fotografa um casal de noivos e o casal parece que está em outro lugar, fica difícil você fazer boas fotos. Porém, quando é um casal amoroso, que está curtindo tudo, achando lindo tudo o que está acontecendo, felizes, ai sim, é outro estilo, nós nos emocionamos juntos com o casal, os momentos saem muito melhor, faz com que você consiga capturar uma emoção maior. Mas não é só em casamento que acontece isto, num aniversário, num serviço empresarial que você depara com produtores estressados, também acontece e ai você tem que ser um artista para contornar tudo isto”.
A tecnologia atual também é um alerta para a vida do fotógrafo. João ressalta que “hoje o fotógrafo não é aquele velho senhor que tira as fotinhas e revela em seu quarto escuro, hoje é tecnologia digital pura, voltada a programas poderosos, para que um simples click traga uma imagem surpreendente, cheia de luz, cor e beleza”.
Ele teve vida de moleque como qualquer outro de sua época… brincava na rua, corria, mas os tempos difíceis das famílias de então, deu responsabilidade ainda cedo ao Joãozinho. Criança ainda, ajudava a mãe que era lavadeira de roupa no serviço de busca e entrega das malas com peças de roupas. Das ruas para o escritório foi um passo rápido. Aprendeu outras profissões, mas a fotografia ainda entraria em sua vida. E quando isso aconteceu, surgiu para esse mundo maravilhoso um profissional extremamente competente e batalhador.
Constituiu família ao mesmo tempo que cresceu na profissão. Viveu e aprendeu nos áureos tempos da fotografia em papel, acompanhou a tecnologia e vive o mundo digital, porém, deixa um recado aos leitores: “não guarde suas fotos só no seu celular ou no seu computador, você está apagando a sua história, não está deixando para a geração futura nenhuma imagem dos seus momentos”.
João conta também sobre as dificuldades nessa profissão, que existem como em todas as outras. “Temos que estar sempre preparados para poder tirar estas pedras de nosso caminho, e estando sempre nos momentos certos e fazendo o nosso trabalho com amor, ai não tem quem segure, é só tocar em frente, é como sempre digo, somos eternos aprendizes, temos que tirar da dificuldade algo de bom, para que no futuro não traga novas desilusões”. 
 


O primeiro à esquerda, João Carniel, e sua equipe de trabalho.

Ele destaca sua equipe. “Tenho uma equipe maravilhosa, a Zélia, minha esposa, fotógrafa, a Michelli, fotógrafa freelance e diagramadora de nossos álbuns, a Luceli, fotógrafa, gerencia e cuida de todo o nosso atendimento e é patrimônio da foto, a Tais, fotógrafa, está conosco há muitos anos e trabalha a maior parte nas edições das fotos, a Fabiola, no atendimento da parte de fotos e vendas e a Franciele no atendimento Vivo. A nossa parte de vídeo é terceirizada, contamos com uma equipe muito boa e o nosso mascote João Paulo, que vai derrubando tudo o que encontra na frente, neto é neto né…”
“Finalizando, quero deixar um recado a todos, não guardem suas fotos só no seu celular ou no seu computador, você está apagando a sua história, não está deixando para a geração futura nenhuma imagem dos seus momentos, pois celular você perde, computador você formata, pen-drive e CDs com fotos você nunca acha e estes momentos não se repetem”.
 
Fonte: Vitrini Regional

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