Gaúchos que vêm parlamentar .
Chegam de Engenheiro Hermillo seis gaúchos. São inimigos. Um 2º tenente. Um 2º sargento. Quatro soldados rasos. Conduzidos pelo tenente Cairolli. Que comanda a 3ª Cia. Querem parlamentar com a nossa oficialidade. São levados à presença do coronel Grimualdo Favilla. Que resolve transportá-los para Itapetininga. A fim de apresentá-los ao coronel Brasílio Taborda. No Q.G. do Setor Sul.
E seguem conosco. No mesmo trem que, às 18,30 horas, chegava à terra de Júlio Prestes. Dali - soubemos depois - foram mandados para São Paulo. Sob escolta. Onde ficaram. Presos. À ordem do general Bertholdo Klinger.
***
Alguns soldados nossos da 1ª Cia. andaram então, propalando, aqui em Santos, que tinham aprisionado esse gaúchos. Não é verdade. Mentiram. Eles se apresentaram espontaneamente. Livremente. E foram detidos. Como deviam ter sido. Pois o plano que tinham era o de ficarem conhecendo as nossas posições. Para tentar destroçar-nos. De vez. Tanto em Engenheiro Hermillo como em outras frentes estratégicas. Onde operávamos. E que se tornariam inexpugnáveis. Se nos dessem peças de artilharia. E munição suficiente. O que nunca tivemos.
Em Itapetininga. Depois para a Fazenda Bom Retiro
Em Itapetininga. Ficamos alojados no Quartel do 8º Batalhão. De 21 a 23. Sem dar serviço. Chegam de Santos, pela manhã do último dia, os srs. Ernesto de Paiva Azevedo e Pacco. Jogador da A.A. Americana. Distribuem-nos abraços. Indagam, com interesse, da nossa saúde. Oferecem-nos seus préstimos. Falam com entusiasmo da bravura dos voluntários paulistas.
À tarde temos ordem de limpar nossos fuzis. Para entrar em combate. Seguiremos à noite. Para onde? Ninguém sabe. Os palpites entram em circulação. Propagados de boca em boca. Ora iremos para Campinas. Ora para Amparo. Depois para São Paulo. Mais tarde para o Rio das Almas. No setor de Capão Bonito. Que já pertence ao inimigo. Ficamos na mesma enervante dúvida de sempre. Afinal, partimos. Em auto-caminhões. Que nos levam para longe. Para muito longe.
Chove a cântaros. A estrada é horrível. Dantesca. Os carros não conseguem vencer os obstáculos. Detêm-se. Nós descemos. E os empurramos. Pondo-os em marcha. À custa de muito esforço. De sacrifícios inenarráveis. No dia seguinte. Ao meio dia. Cansados e famintos. Chegamos à Fazenda Bom Retiro. Vamos para um paiol de milho. Dizem-nos que é para descansar. Tomamos café. Meia hora depois chamam-nos. Para receber munição. Cinqüenta tiros cada soldado. Não chega para sustentarmos um fogo de 15 minutos. Paciência. Não há mais. E se existe, toma destino diferente...
S. Paulo continuava sendo vilmente traído. Para onde ia a copiosa munição feita na capital? Quase meio milhão de cartuchos por dia? Quem poderá perscrutar esse mistério? Desvendando-o. Arrancando a máscara dos patifes. Dos traidores. Dos degenerados. Dos miseráveis que venderam S. Paulo ao inimigo?
O soldado Calmaria sobra na barraca...
Porto Delfino
Avançamos 4 quilômetros. De Bom Retiro a Porto Delfino. Onde está o Batalhão Borba Gato. Entramos para as trincheiras. Que são péssimas. Aí passamos a noite. Tiroteando. Ligeiras escaramuças. O adversário não parece resolvido à luta. Nós o atacamos. Ele se aquieta. Pretenderá surpreender-nos pela madrugada? É possível. Nos prevenimos. Eu e o cabo Eurico Santos ficamos de sentinela. De 1 às 3. Sem relógio. Estamos por conta do Bertholdo...
Que seja o que Deus quiser...
A 25. O famoso vermelhinho, que nós vimos pairar muito alto, bombardeia Bom Retiro. Um estilhaço de granada fere um voluntário do Borba Gato. Sem gravidade. E transcorre o dia. Sem novidade. A noite também. Dir-se-iam suspensas as hostilidades. A impressão era essa. Confirmada pelo sossego do dia seguinte, 26.
Chegam de Engenheiro Hermillo seis gaúchos. São inimigos. Um 2º tenente. Um 2º sargento. Quatro soldados rasos. Conduzidos pelo tenente Cairolli. Que comanda a 3ª Cia. Querem parlamentar com a nossa oficialidade. São levados à presença do coronel Grimualdo Favilla. Que resolve transportá-los para Itapetininga. A fim de apresentá-los ao coronel Brasílio Taborda. No Q.G. do Setor Sul.
E seguem conosco. No mesmo trem que, às 18,30 horas, chegava à terra de Júlio Prestes. Dali - soubemos depois - foram mandados para São Paulo. Sob escolta. Onde ficaram. Presos. À ordem do general Bertholdo Klinger.
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Alguns soldados nossos da 1ª Cia. andaram então, propalando, aqui em Santos, que tinham aprisionado esse gaúchos. Não é verdade. Mentiram. Eles se apresentaram espontaneamente. Livremente. E foram detidos. Como deviam ter sido. Pois o plano que tinham era o de ficarem conhecendo as nossas posições. Para tentar destroçar-nos. De vez. Tanto em Engenheiro Hermillo como em outras frentes estratégicas. Onde operávamos. E que se tornariam inexpugnáveis. Se nos dessem peças de artilharia. E munição suficiente. O que nunca tivemos.
Em Itapetininga. Depois para a Fazenda Bom Retiro
Em Itapetininga. Ficamos alojados no Quartel do 8º Batalhão. De 21 a 23. Sem dar serviço. Chegam de Santos, pela manhã do último dia, os srs. Ernesto de Paiva Azevedo e Pacco. Jogador da A.A. Americana. Distribuem-nos abraços. Indagam, com interesse, da nossa saúde. Oferecem-nos seus préstimos. Falam com entusiasmo da bravura dos voluntários paulistas.
À tarde temos ordem de limpar nossos fuzis. Para entrar em combate. Seguiremos à noite. Para onde? Ninguém sabe. Os palpites entram em circulação. Propagados de boca em boca. Ora iremos para Campinas. Ora para Amparo. Depois para São Paulo. Mais tarde para o Rio das Almas. No setor de Capão Bonito. Que já pertence ao inimigo. Ficamos na mesma enervante dúvida de sempre. Afinal, partimos. Em auto-caminhões. Que nos levam para longe. Para muito longe.
Chove a cântaros. A estrada é horrível. Dantesca. Os carros não conseguem vencer os obstáculos. Detêm-se. Nós descemos. E os empurramos. Pondo-os em marcha. À custa de muito esforço. De sacrifícios inenarráveis. No dia seguinte. Ao meio dia. Cansados e famintos. Chegamos à Fazenda Bom Retiro. Vamos para um paiol de milho. Dizem-nos que é para descansar. Tomamos café. Meia hora depois chamam-nos. Para receber munição. Cinqüenta tiros cada soldado. Não chega para sustentarmos um fogo de 15 minutos. Paciência. Não há mais. E se existe, toma destino diferente...
S. Paulo continuava sendo vilmente traído. Para onde ia a copiosa munição feita na capital? Quase meio milhão de cartuchos por dia? Quem poderá perscrutar esse mistério? Desvendando-o. Arrancando a máscara dos patifes. Dos traidores. Dos degenerados. Dos miseráveis que venderam S. Paulo ao inimigo?
O soldado Calmaria sobra na barraca...
Porto Delfino
Avançamos 4 quilômetros. De Bom Retiro a Porto Delfino. Onde está o Batalhão Borba Gato. Entramos para as trincheiras. Que são péssimas. Aí passamos a noite. Tiroteando. Ligeiras escaramuças. O adversário não parece resolvido à luta. Nós o atacamos. Ele se aquieta. Pretenderá surpreender-nos pela madrugada? É possível. Nos prevenimos. Eu e o cabo Eurico Santos ficamos de sentinela. De 1 às 3. Sem relógio. Estamos por conta do Bertholdo...
Que seja o que Deus quiser...
A 25. O famoso vermelhinho, que nós vimos pairar muito alto, bombardeia Bom Retiro. Um estilhaço de granada fere um voluntário do Borba Gato. Sem gravidade. E transcorre o dia. Sem novidade. A noite também. Dir-se-iam suspensas as hostilidades. A impressão era essa. Confirmada pelo sossego do dia seguinte, 26.
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