Durante o dia 26 de dezembro de 1907, o sr. dr. Washington Luis, Secretário da Justiça e da Segurança Pública, recebeu diversos despachos telegráficos que davam notícias de graves ocorrências desenroladas no Natal na cidade de Capão Bonito de Paranapanema.
Só para relembrar, os ânimos naquela localidade, anteriormente à eleição, estiveram bem exaltados, tanto que, como medida preventiva, foi necessário a presença de um segundo delegado auxiliar, que acabou então serenando os ânimos.
Com os eventos na noite de Natal, tornou-se preciso enviar para lá de novo um segundo delegado auxiliar.
O dr. Augusto Pereira Leite partiu de São Paulo no dia 27 de dezembro, a bordo do primeiro trem para Itapetininga, acompanhado do escrivão Sebastião Salles.
Chegando a Itapetininga, ambos puderam ler no jornal "Democrata", o que se passara na vizinha cidade: tudo começou às 11 horas da noite, quando uma patrulha que fazia o policiamento na cidade, ao passar em frente à casa de Brás Lucas foi assaltada por um grupo de indivíduos, tendo à frente Alfredo Ramos, filho de Joaquim Luis de Oliveira Ramos, que fez fogo contra a polícia e procurou evadir-se.
Da casa de José Garcia, em frente à casa de Brás Lucas, que estava entrincheirada desde o dia da eleição, também partiram tiros de alguns capangas que estavam lá dentro contra a patrulha, vindo diversos tiros de carabina partidos da casa entrincheirada, a atingir mortalmente o policial Martiniano de tal, que buscava pelos agressores.
Outro policial ferido foi José Benedito dos Santos.
Morto o policial, a população decidiu ajudar a prender Alfredo Ramos; tendo o homem nas mãos, espancaram-no, deixando-o prostrado, em estado gravíssimo, sendo, afinal salvo pelo Dr. Nestor Macedo, que por ele interveio.
Já José Garcia foi preso na saída da missa do galo.
Notícia do Estadão.
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