quarta-feira, 15 de abril de 2015

GENTE DE MIRASSOL

Anísio José Moreira
A preocupação com o futuro do ensino público de Mirassol fez com que um morador da cidade tomasse uma decisão incomum. Anísio José Moreira, homem que abdicou da carreira de médico para investir na política na primeira metade do século 20, deixou em seu testamento 250 ações da extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro (Fepasa) em nome da escola estadual de Mirassol que leva o seu nome. 
O documento foi elaborado em 1957, um ano antes de sua morte. 
Anísio Moreira, que havia sido deputado estadual e federal e prefeito de Mirassol, morreu vítima de um acidente aéreo em 23 de outubro de 1958. 
O político se foi, mas as ações ficaram e se transformaram em R$ 81,5 mil.

Madalena Moreira
Acusada de mandar matar o magistrado Jaime Garcia Pereira, titular da comarca de Mirassol e pai de três filhos, a tiros, em emboscada, pelo pistoleiro Augusto Severino da Silva, vulgo Juquinha, no dia 20 de novembro de 1961, naquela cidade. 
Foi condenada a pesada pena após três julgamentos. 
Madalena foi casada com Anísio Moreira, que morreu em 1959, em desastre de avião. 
Mulher enérgica e voluntariosa, passou a administrar o vasto patrimônio deixado pelo marido. 
Não tardou a se indispor com o juiz Jaime Garcia, que presidia um processo no qual o Banco do Brasil executava uma dívida de 23 milhões de cruzeiros.
O juiz determinou a penhora das fazendas da milionária, assinando com isso a própria sentença de morte. 
Madalena viajou para Mato Grosso, onde contratou Juquinha, que executou o juiz quando ele conversava com a família, na varanda de sua residência.
Roída pelo remorso, Madalena confessou seu crime ao vigário de Mirassol. 
O padre respeitou o segredo do confessionário, mas a convenceu a se entregar à polícia.
Madalena foi condenada ainda - fato na época inédito na Justiça brasileira - a pagar 350 mil cruzeiros à família da vítima, face a uma ação de indenização proposta pelo advogado Edevaldo Alves da Silva. 

Joaquim da Costa Penha
Sertanista, mais conhecido como Capitão Neves, junto com o Coronel Victor Cândido de Souza, fundou Mirassol sob a denominação de São Pedro da Mata Una.
Durante dois anos, a cidade manteve o nome de MATTA UNA, até que nas ruas da vizinha Rio Preto, a cidade começou a ser chamada de "MATA UM".
Aborrecido com o apelido que os rio-pretenses passaram a dar à cidade, o fundador resolveu então mudar o nome da cidade, mas ainda não tinha em mente o novo nome.
Um dia, estava o fundador passeando a cavalo, pelo largo da capelinha, onde se cultivavam roças de arroz, quando um dos enxadeiros chamou-lhe a atenção para a existência no local, de grandes flores redondas de cor amarelo-ouro.
Então, ele disse:
- É girassol!
O roceiro retrucou...
- Não é não, seu capitão; o nome dessa flor é mirassol!
E o nome foi usado para a cidade de MIRASSOL.
Quanto ao nome da flor, os dois são verdadeiros.

Cândido Brasil Estrela
Cândido Brasil Estrela possuía em 1924 uma fazenda em Mirassol e pretendia formar uma quantidade grande de cafeeiros, objetivando atingir 1.000.000 de pés.
Nesta época só existia na região as cidades de Mirassol, Monte Aprazível, Tanabi e Cosmorama. 
Votuporanga, Fernandópolis e Cardoso ainda estavam sendo formadas. 
Com o objetivo de vir para o que viria a ser Mira Estrela, Cândido contratou 200 peões. Esses peões vieram abrindo estradas para possibilitar a chegada até à área adquirida, onde fixou residência na sede do Córrego de Ouro Verde, ali construindo uma colônia. 
Fez a derrubada da mata e iniciou o plantio da lavoura de café, mas de repente veio a crise - 1929 - e ele teve que parar com tudo.
Grandes fazendeiros do café quebraram. 
Optando por retornar a Mirassol, sua terra natal, ali deixou o Capitão Delfino tomando conta de sua fazenda, bem como de seus pertences. 
Em 1938, retorna a Mira Estrela e espera a recuperação da grande crise econômica de 1929. 
Cândido tinha uma propriedade em Mirassol; lá morava a família Castrequini, de origem italiana, que cuidava de um grande eucaliptal.
Em 1941, a família foi convidada para viver em Mira Estrela, onde reiniciaram a abertura da fazenda que era de mais ou menos 4.000 alqueires. 
Cândido vendeu para os Castrequini 400 alqueires, que foram subdivididos entre os membros da família. 
A cidade de Mira Estrela foi fundada no dia 21 de fevereiro de 1941, no mesmo local onde está hoje.
Abrangia uma das terras vendida aos Castrequini, e uma parte da fazenda de Cândido Brasil Estrela.
Agrimensor, fazendeiro, filantropo e poeta, juntamente com seu irmão Basileu e seu filho Dráusio executou inúmeras obras públicas, construiu um asilo para idosos e um hospital, promovendo a reforma da casa paroquial em Santa Maria Madalena. 
Fundador e primeiro presidente do Consórcio Intermunicipal da Alta Araraquarense (Alarme) em 1953.
Fundador da cidade de Bálsamo em 17/11/1920.
Fundador da cidade de Mira Estrela em 21/2/1941.
Fundador do Cine Teatro São Pedro de Mirassol em 1929.
Fundador da Escola Normal Municipal de Mirassol em 1928. Fundador da Fundação Cândido Brasil Estrela em 1952 e do Lar dos Velhinhos de Mirassol em 1961.
Um dos fundadores, em 1930, da Associação Comercial e Industrial de Mirassol e seu presidente de 1931 a 64.
Provedor da Santa Casa de Mirassol de 1931 a 46.
Dirigente da milí­cia MMDC, na Revolução de 1932.
Foi autor do brasão de armas de Mirassol, de Bálsamo, de Mira Estrela e de Santa Maria Madalena e ainda do Álbum de Mirassol.
É nome de rua no Jardim Alto Alegre e nas cidades de Mirassol e Mira Estrela (onde dá nome a praça da matriz).
Formado pelo Liceu São Luiz, de Paris, França, em 1914.

Fontes: Quem faz história, PM de Serrana e Migalhas: dr. Pintassilgo. 

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