terça-feira, 4 de outubro de 2016

CRIZEIRO, A CIDADE MENINA, ANIVERSARIOU: 115 ANOS!

 
Quando Mauá revolucionou a economia nacional com seus planos admiráveis, e as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, exigiam melhores comunicações pois, era rudimentar a via, então, existente, nasceram assim, a estrada de Ferro Dom Pedro II e, junto aos trilhos, a cidade de Cruzeiro.
A cidade surgiu por imposição de uma situação geográfica extraordinariamente feliz, pois está no meio do caminho de dois grandes centros econômicos – São Paulo e Rio de Janeiro.
Na segunda metade do século XVIII, já era tão importante que se erigiu em Curato, circunscrito ao de Lorena.
Em 1781, o sargento-mor Antonio Lopez da Lavra iniciou a construção da Igreja, inaugurada seis anos depois sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição do Embaú.
Embaú foi a Vila “mater” da cidade de Cruzeiro. O nome Embaú tem várias acepções, podendo significar: bica, garganta, beber ao extremo ou derradeira aguada.
Sob o influxo do ouro das Gerais desenvolveu-se o povoado. 
Por meio de Embaú é que se despejava o comércio das gerais para o litoral através do “Caminho dos Guaiases”, que passando por Guaratinguetá e Cunha, chegava a Parati. 
Impulsionado por esse comércio, Embaú evoluiu o suficiente para elevar-se a categoria de freguesia a 19 de fevereiro de 1846, e a Vila pela lei nº 8, de 6 de março de 1871. 
O interessante é que a Vila recebeu o nome de Nossa Senhora da Conceição do Cruzeiro. O nome atribuído à antiga povoação de Embaú, refere-se ao marco divisório, em forma de Cruz, mandado construir no alto da serra, entre Minas e São Paulo.
Em 1880, a Vila do Embaú possuía 11.000 habitantes e exportava das suas 55 fazendas, cerca de 30.000 arrobas de café. Havia 20 estabelecimentos comerciais. Daí por diante, entretanto, sua evolução para a povoação decresce até ser absorvida por Cruzeiro que nasceu do seu território. A oito quilômetros mais ou menos de Embaú, situava-se a Fazenda Boa Vista, em cujo pátio, nasceu a cidade de Cruzeiro.
Suas terras foram, inicialmente, possuídas como devolutas, por Manoel de Moraes Pinto que as vendeu em 1778 ao Tenente-Coronel Henrique Dias de Vasconcelos. Falecendo este último, sua esposa, e herdeiros passaram-nas por troca, a Joaquim Ferreira da Silva que foi o primeiro marido de Dona Fortunata Joaquina do Nascimento. Casou-se esta senhora, em segundas núpcias, com o Capitão Antonio Dias Telles de Castro que comprou do outro herdeiro de Ferreira da Silva as terras restantes até o Riacho Lavrinhas. Por fim, enviuvando uma segunda vez, consorciou-se Dona Fortunata, que já era bastante idosa com Manoel Freitas Novaes. Vieram, deste modo, ter às mãos do futuro fundador de Cruzeiro as terras da Fazenda Boa Vista. 
Entre Lavrinhas e Cachoeira, localizada banhadas pelo Paraíba, executa este rio um vasto arco ao meio do qual, pela margem esquerda, erguia-se a Fazenda Boa Vista, pertencente ao Major Novaes. Diz a tradição que o traçado da Estrada de Ferro D. Pedro II deveria passar pela outra margem do rio, diretamente de Lavrinha e Cachoeira, mas que por pedido ou influência política do Major Novaes, foi modificado o antigo traçado e a estrada encaminhou-se pela margem esquerda do rio, proporcionando a oportunidade necessária para a criação da cidade, e assim, da estação de Cruzeiro, denominada primeiramente, Estação do Cruzeiro, por existir no local um Santo Cruzeiro.
Poucos anos após, a população já havia crescido bastante, e assim as casas foram se alinhando entre a Estação e Santa Cruz no trecho equivalente, hoje, à rua Engenheiro Antonio Penido.
Ao iniciar-se o período republicano, a povoação adstrita à Estação de Cruzeiro já evidenciava apreciável desenvolvimento.
Em 12 de abril de 1890, pela Resolução nº 44, o Presidente do Estado, Dr. Prudente de José de Moraes Barros, declarou de utilidade publica e mandou desapropriar terrenos na Estação do Cruzeiro, abrangendo uma área de 36 hectares e 56 ares.
Com as mesmas divisas, o distrito policial da Estação do Cruzeiro criado em 15 de abril de 1878, pelo Decreto nº 143, de 30 de março de 1891, do Governador Dr. Américo Brasiliense, tornou se distrito de paz e ainda pelo mesmo governador foi assinado o Decreto nº 190, de 30 de junho do mesmo ano, elevando o distrito de paz à categoria de Vila, com a denominação de Vila Novaes (Município).
O Município de Vila Novaes teve existência passageira, com o golpe de Estado que Depôs o Governador, assumiu o Governo do Estado o Dr. José Alves de Cerqueira César, que anulou os decretos do seu antecessor.
Pelo aviso nº. 2007, de 31 de outubro, a Câmara foi autorizada a dar aforamento aos terrenos desapropriados na Estação de Cruzeiro, em virtude da Resolução nº. 44 de 12 de abril de 1890.
Pela lei nº. 789 de 2 de outubro de 1901, foi transferida a sede do município do distrito de Embaú para o distrito de Estação do Cruzeiro, com a denominação de Cruzeiro, instando-se a Câmara Municipal e na sua nova sede em 30 de novembro de 1901;
Pelo decreto nº. 6447, de 19 de maio de 1934, foi criada a Comarca de Cruzeiro, cuja instalação deu-se a 12 de Outubro de 1934.
Fonte: Dr. Pintassilgo

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