domingo, 13 de outubro de 2013

JOAQUIM EMIGDIO DE CAMPOS BICUDO


Joaquim Emigdio, aos 28 anos, em foto tirada no Rio de Janeiro.

Nasceu na Freguesia de Indaiatuba a 5 de novembro de 1843.
Era filho de João de Campos Bicudo e Ana Gertrudes de Campos, descendentes de antigos habitantes do lugar.
Joaquim Emigdio de Campos Bicudo foi uma das figuras mais importantes da Vila de Indaiatuba na segunda metade do século dezenove. 
Seu nome está presente em todas as atividades de interesse relevante para a comunidade na época. 
Foi coletor de rendas gerais e provinciais, comerciante, fazendeiro e industrial em Indaiatuba.
Exerceu os cargos de vereador na época do Império e de subdelegado no início da República. 
Fazia parte das Mesas Paroquiais, cuja função era organizar e proceder às eleições para cargos públicos de vereador, juiz de paz e deputados, provinciais e federais.
Foi ele quem o
rganizou uma subscrição pública para a construção do prédio da estação de estrada de ferro; terminada a construção no ano de 1880, o prédio fo
i doado à Cia. Ituana, servindo de estação até 1911, quando, com a construção da nova estação, passou a servir de armazém.
Foi um dos responsáveis pela construção da casa da Câmara e Cadeia, prédio inaugurado em 1890 e que durante 74 anos serviu ao município como sede de seus poderes legislativo e executivo.
Participou da junta de classificação dos escravos para serem libertados pelo Fundo de Emancipação no município de Indaiatuba.
Fundou, em 1887, juntamente com outros indaiatubanos ilustres, o diretório do partido Republicano local.
Casou-se em 1875 com D. Escolástica Angelina da Fonseca, filha de um rico fazendeiro de Indaiatuba, Capitão José Manoel da Fonseca Leite, de quem o casal recebeu a Fazenda Pau Preto como dote de casamento, fazenda essa que pr
oduzia cana de açúcar.
Joaquim Emigdio, que era comerciante, deixou sua loja de tecidos para tomar conta da fazenda, onde introduziu com sucesso a cultura do café, chegando alguns anos depois, a ter uma plantação de 90 mil pés.
Em 1885 arrematou, em praça pública, a chácara que tinha sido do Vigário Antonio Cassemiro da Costa Roris, a qual tinha como sede o casarão situado nas imediações da Igreja Matriz. Juntando esta chácara à uma outra que já possuía, ligou ambas às terras da Fazenda Pau Preto, cuja sede transferiu para o casarão, nas imediações da Matriz. 
Ali, Joaquim Emigdio construiu, ligado ao casarão, um edifício, onde instalou uma máquina de beneficiar café movida a vapor. Provavelmente foi a primeira indústria movida a vapor instalada na área urbana de Indaiatuba.
Joaquim Emigdio faleceu com apenas 48 anos.
D. Escolástica teve que criar sozinha seus oito filhos, tendo 15 anos o mais velho e 4 anos a criança mais nova; 
assumiu as atividades empresariais do marido, dirigindo a fazenda e a máquina de beneficiar café. 
Foi pessoa de destaque e respeito perante a comunidade de Indaiatuba.
O casal teve os filhos: 
Luiz Gonzaga de Campos Bicudo, 
Francisco de Campos Bicudo,
José Francisco Bicudo, 
Joaquim da Fonseca Bicudo, 
Tereza Bicudo Almeida Prado, 
Maria do Carmo Bicudo Ferraz, 
Ana Fonseca Bicudo e 
João da Fonseca Bicudo.
João da Fonseca Bicudo residiu no casarão da Fazenda Pau Preto; casado com a prima Maria José Ferraz, teve os filhos: Fábio Ferraz Bicudo, Regina Ferraz Bicudo do Valle e Dr. João da Fonseca Bicudo.
Se inventário foi processado no Cartório do 1o Ofício de Itu, ano de 1892, maço 141, fls. 4 e 4v.

texto de Nilson Cardoso de Carvalho 
1998, que teve algumas correções feitas pela neta de Joaquim.

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