sábado, 5 de julho de 2014

1960: TRAGÉDIA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO





O próximo mês de agosto marca 54 anos de um terrível aniversário.
Dois ônibus da Viação Aprazível Paulista partiram de Rio Preto com destino à cidade de Barretos, levando componentes das fanfarras da Escola Técnica de Comércio D. Pedro II e do Ginásio Rio Pretano, que somavam cerca de uma centena de estudantes, que iriam participar dos festejos de aniversário de emancipação política desta última.
Meninos num ônibus e meninas no outro.
Segundo consta, o ônibus com as meninas saiu meia hora antes; em vista disso, o motorista do segundo ônibus acelerava bastante para tentar ultrapassá-lo. Nesse afã, 
não percebeu que havia um desvio para uma ponte provisória e não conseguiu controlar o veículo que foi de encontro aos esteios de madeira fincados ao lado da ponte, arrancando tudo.
Com as rodas da frente suspensas, o ônibus avançou alguns metros, e, afinal, mergulhou no trecho mais profundo e perigoso do Rio Turvo, ficando com as rodas para cima.
João Batista Faria, um pescador, foi a única testemunha da tragédia. 
Pulando para a água, conseguiu salvar o motorista, que deixou num barranco e voltou para a água a fim de tentar salvar mais algumas pessoas. Não conseguindo, voltou para a margem do rio: o motorista havia fugido. 
Apenas três estudantes conseguiram quebrar os vidros traseiros do veículo; foram os únicos a saírem com vida do terrível acidente.
Alguns dos estudantes eram nadadores do Palestra, um deles era campeão paulista de natação e um outro jogador profissional do América Futebol Clube de Rio Preto, com passagem pelo Palmeiras. 
A cidade de Rio Preto e toda a região emudeceram com a tragédia inédita.
O sepultamento foi realizado no dia 25 de agosto de 1960 em São José do Rio Preto. O prefeito local decretou luto oficial por três dias.
O comércio não funcionou nesse dia nem na cidade e nem em Olímpia, Barretos, Mirassol e Tanabi.
O governador Carvalho Pinto mandou telegramas de pesar às famílias. 
Também Jânio Quadros enviou condolências.
Morreram no terrível acidente 59 estudantes do sexo masculino, cujos nomes estão na lista 
a seguir: 
Aderbal Rodrigues de Souza, Alaor Genésio Machado, Antonio Antunes Filho, Antonio Belini, Antonio Simão Martins, Ayrton Batista Medeiros, Carlos Costa Leite, Célio Álvaro de Souza Santos Júnior, Décio Bueno Guimarães, Delmo de Oliveira (Zula), Edmundo Diniz Nogaroto, Élcio Negrelli, Ernesto Batista Filho, Fernando Gouveia Luiz, Francisco Vilela Socorro, Genésio Fabrini, Guido Kalil Sebe, Hildebrando Rodrigues da Silva (Andy), Ivan de Oliveira Carvalho, Jairo Moreira, João da Silva Lisboa, Jorge Ferrari Ferreira, José Antonio Truzzi, José Carlos de Freitas, José Carlos Henrique, José Carlos Monici, José Luiz Sanches, José Miguel Feres, José Neves de Azevedo Filho, José Roberto Silva, Lourival Aparecido Ribeiro, Lourival Ebner Storto, Luiz Gonzaga de Andrade, Luiz Roberto Rodrigues (Testa), Manoel Jorge Sinodino, Marden Peres Lopes, Mauro Amauri Salomé, Nilson Ferreira da Silva, Ovanir Dutra da Silva, Odilon Saraiva, Oswaldo Barbosa, Oswaldo Moreno, Oswaldo Prata, Paulo Hélio Ursini, Pedro da Costa, Raul Décio Spinelli, Roberto Carlos Brandão, Roberto Kenzi Sakai, Saint-Clair de Souza, Valmir Olivi, Wagner Gardin, Waldecir Pereira de Oliveira, Waldemiro Mussi Naffah, Waldir Carlos Pereira, Walter Buzini Paternost, Wanderley Vieira de Assis, William José Guagliardi, Wilson Gomes da Silva, Wilson Luiz Spinelli.
Os três estudantes que se salvaram: Aldo Negretti, Alcides Rodrigues e Overando Procópio de tal.
Os 59 estudantes riopretenses foram eternizados num painel de azulejos montado em uma capela construída às margens do Rio Turvo e inaugurada em 27 de novembro de 2005.
O painel, instalado por Carlos Soares Carvalho, foi inspirado em fotografias que se encontram no livro de Castro.
Fontes: Acervo Estadão, Diárioweb e A Página da Vida.

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