O Esperanto, língua internacional, em Cravinhos/ 17/03/2015
Benedicto Silva*
A história de Cravinhos, minha terra natal, sempre foi marcada por sua vida cultural.
Em minha época de juventude, até 1948, quando daí me mudei para Ribeirão Preto, mantinham sua atividades culturais, como, por exemplo, no campo do jornalismo, da música e do teatro, nomes ilustres, como os prof. Roberto Veltri, Luís Tagliari, Carlos Vetrano, Euclydes Ferreira, Luíza Damião, Cora Pelegrine, Alcides Pieri, Jorge Fonseca, Irineu Santacatharina, Adelino Lopes da Cunha Costa e muitos outros.
Entre meus colegas de escola primária (no tradicional G.E. João Nogueira), tive muitos colegas, ainda crianças e adolescente, que se entregavam de corpo e alma à leitura dos livros e revistas então editados com muito primor. Destes colegas, um dos que mais permaneceu em minha memória foi Ariovaldo Quaglio, (o Ari, hoje com 89 anos, gozando de boa saúde)
Os professores do Ginásio Municipal de Cravinhos (equiparado justa e orgulhosamente, ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro), eram sumidades, em suas cátedras...
A Tipografia de “O Cravinhos”, de propriedade dos irmãos Adelino e Jacinto Lopes de Oliveira, na Rua XV de Novembro, mantinha o seu nome e a sua fama pelo zelo com que honrava seus fregueses com livros e revistas...
O saudoso Mário Píndari, igualmente, mantinha em sua loja e tipografia, um certo estoque de novidades literárias.
O Cine Eden Theatro marcou época, desde sua fulgurante inauguração nos primeiros anos do século passado.
A banda musical desta cidade atuou cerca de meio século, contando com grandes maestros e músicos.
Cravinhos tem, pois, uma história artística de que se deve honrar.
E para esta edição comemorativa do aniversário de Cravinhos, 139 anos, nosso hebdomadário, eis que me vejo honrado com um espaço, graças ao empenho de seu Redator Responsável, sr. Francisco Cavalcanti da Silva, e de meu fraternal amigo sr. Jarbas Carvalho.
Ao referir-me à vida cultural de que Cravinhos sempre foi brilhante palco, desejo registrar, nesta oportunidade, o fato de que nossa cidade acolheu e divulgou, também, na década de 1940, a língua internacional esperanto, criada pelo médico polonês Dr. Lázaro Luís Zamenho, em l887.
Essa divulgação do esperanto se deu graças ao empenho, à dedicação do prof. OSWALDO ARRUDA STEIN, homem de vasta cultura linguística e literária, além de profundamente humano e humilde.
Chegando à Cravinhos no início dos anos 40, para dirigir o tradicional Grupo Escolar “João Nogueira”, o prof. Stein anunciou, por meio de pequenas papeletas datilografadas, coladas nos bares do centro da cidade, um anúncio do Curso Gratuito de Esperanto, língua internacional.
Esse curso foi concorrido. Numa certa época, pôde contar com duas ou três dezenas de alunos.
A par desse curso, o prof. STEIN fundou e manteve ainda o Esperanto Klubo “Couto Fernandes”, pequena agremiação onde os alunos podiam se reunir para praticar a conversação do idioma internacional.
Provavelmente em 1945, um aluno do prof. STEIN, Euclydes Ferreira, então modesto servente do G.E. “João Nogueira”, e que também era componente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, compôs um poema sinfônico intitulado “Inconfidência Mineira” que ele mesmo regeu no quadro do Congresso Brasileiro de Esperanto naquele ano realizado em Belo Horizonte.
É com certa emoção que agradeço esta oportunidade de apresentar minhas modestas memórias sobre uma das facetas da intensa vida cultural de minha cidade natal, justamente nestes dias em que ela aniversaria.
*(Delegado da UNIVERSALA ESPERANTO – ASOCIO Com sede em Amsterdam, Holanda) (São José do Rio Preto-SP).
Benedicto Silva*
A história de Cravinhos, minha terra natal, sempre foi marcada por sua vida cultural.
Em minha época de juventude, até 1948, quando daí me mudei para Ribeirão Preto, mantinham sua atividades culturais, como, por exemplo, no campo do jornalismo, da música e do teatro, nomes ilustres, como os prof. Roberto Veltri, Luís Tagliari, Carlos Vetrano, Euclydes Ferreira, Luíza Damião, Cora Pelegrine, Alcides Pieri, Jorge Fonseca, Irineu Santacatharina, Adelino Lopes da Cunha Costa e muitos outros.
Entre meus colegas de escola primária (no tradicional G.E. João Nogueira), tive muitos colegas, ainda crianças e adolescente, que se entregavam de corpo e alma à leitura dos livros e revistas então editados com muito primor. Destes colegas, um dos que mais permaneceu em minha memória foi Ariovaldo Quaglio, (o Ari, hoje com 89 anos, gozando de boa saúde)
Os professores do Ginásio Municipal de Cravinhos (equiparado justa e orgulhosamente, ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro), eram sumidades, em suas cátedras...
A Tipografia de “O Cravinhos”, de propriedade dos irmãos Adelino e Jacinto Lopes de Oliveira, na Rua XV de Novembro, mantinha o seu nome e a sua fama pelo zelo com que honrava seus fregueses com livros e revistas...
O saudoso Mário Píndari, igualmente, mantinha em sua loja e tipografia, um certo estoque de novidades literárias.
O Cine Eden Theatro marcou época, desde sua fulgurante inauguração nos primeiros anos do século passado.
A banda musical desta cidade atuou cerca de meio século, contando com grandes maestros e músicos.
Cravinhos tem, pois, uma história artística de que se deve honrar.
E para esta edição comemorativa do aniversário de Cravinhos, 139 anos, nosso hebdomadário, eis que me vejo honrado com um espaço, graças ao empenho de seu Redator Responsável, sr. Francisco Cavalcanti da Silva, e de meu fraternal amigo sr. Jarbas Carvalho.
Ao referir-me à vida cultural de que Cravinhos sempre foi brilhante palco, desejo registrar, nesta oportunidade, o fato de que nossa cidade acolheu e divulgou, também, na década de 1940, a língua internacional esperanto, criada pelo médico polonês Dr. Lázaro Luís Zamenho, em l887.
Essa divulgação do esperanto se deu graças ao empenho, à dedicação do prof. OSWALDO ARRUDA STEIN, homem de vasta cultura linguística e literária, além de profundamente humano e humilde.
Chegando à Cravinhos no início dos anos 40, para dirigir o tradicional Grupo Escolar “João Nogueira”, o prof. Stein anunciou, por meio de pequenas papeletas datilografadas, coladas nos bares do centro da cidade, um anúncio do Curso Gratuito de Esperanto, língua internacional.
Esse curso foi concorrido. Numa certa época, pôde contar com duas ou três dezenas de alunos.
A par desse curso, o prof. STEIN fundou e manteve ainda o Esperanto Klubo “Couto Fernandes”, pequena agremiação onde os alunos podiam se reunir para praticar a conversação do idioma internacional.
Provavelmente em 1945, um aluno do prof. STEIN, Euclydes Ferreira, então modesto servente do G.E. “João Nogueira”, e que também era componente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, compôs um poema sinfônico intitulado “Inconfidência Mineira” que ele mesmo regeu no quadro do Congresso Brasileiro de Esperanto naquele ano realizado em Belo Horizonte.
É com certa emoção que agradeço esta oportunidade de apresentar minhas modestas memórias sobre uma das facetas da intensa vida cultural de minha cidade natal, justamente nestes dias em que ela aniversaria.
*(Delegado da UNIVERSALA ESPERANTO – ASOCIO Com sede em Amsterdam, Holanda) (São José do Rio Preto-SP).
Esperanto - Língua internacional neutra.
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