domingo, 20 de março de 2016

CRAVINHOS FEZ 140 ANOS


Data da Fundação: Ano de 1876.
O município foi criado pela mesma lei e na mesma data.
A fundação de Cravinhos deve-se a alguns membros da família Pereira Barreto que, atraídos pela fertilidade do solo, a esta região chegaram com o propósito de formar plantações de café. Fato este ocorrido em princípios de 1876.
O doutor Luiz Pereira Barreto foi o primeiro membro de uma família de cafeicultores a procurar outros locais para a aplicação de seus conhecimentos na lavoura. 
Depois de algumas pesquisas, deixou o estado do Rio de Janeiro e veio para São Paulo para residir em Jacareí. 
Os demais membros tentaram por algum tempo ainda a permanecer na então mais rica região cafeicultora do Brasil, onde possuíam ricas e grandes propriedades no município de Rezende, sua terra natal.
Com as infrutíferas tentativas de reanimar os cafezais e aumentar a sua decadente produção, a exemplo de Luiz, os demais membros dessa tradicional família começaram a pensar em outro local para as suas atividades agrícolas. 
Ouviram então dizer que no oeste do estado de São Paulo, havia terras de melhor qualidade que aquelas com que sempre trabalharam. 
Despertaram para os fatos, e para comprovar as informações, prepararam uma caravana para chegar ao chamado sertão paulista, para depois, possivelmente, transferirem-se para a região.
A iniciativa foi do irmão mais velho do Dr. Luiz, o Coronel José Pereira Barreto, que com seus irmãos, filhos e sobrinhos, seguiram inicialmente por via férrea, através da D. Pedro II, indo até o seu final, na cidade de Cachoeira, já no estado de São Paulo. 
Desse ponto, com escravos-pagens e pesados cargueiros, seguiram por estradas de rodagem até Jacareí, para em companhia do Dr. Luiz Pereira Barreto, seguirem para o oeste de São Paulo, para reconhecerem de perto a já famosa terra roxa, especial para o cultivo do café.
A caravana deixou Jacareí em uma caminhada pelo Verde Vale do Paraíba, entrou no estado de Minas Gerais, escalando as ramificações da Serra da Mantiqueira, chegando em Camanducaia, para na etapa seguinte aportar em Espírito Santo do Pinhal, já novamente em território paulista. 
Então seguiram pela velha estrada real de Campinas e, os meados de fevereiro do mesmo ano, chegaram a Casa Branca, local que serviria de ponto de observação.
Em casa Branca conheceram propriedades que contando apenas 60.000 (sessenta mil) pés de café, davam 18.000 (dezoito mil) arrobas da rubiácea. Fato que na época, e, principalmente para os Pereira Barreto, era extraordinário, pois nem em terras férteis do Rio de Janeiro, no auge de sua produtividade, produziam tanto assim.
Souberam, então, os Pereira Barreto sobre a região de Ribeirão Preto, ainda em matas virgens, onde já despontavam pequenos cafezais que faziam verdadeiros milagres, produzindo por mil pés, de quatrocentas à quinhentas arrobas. Isto há algumas léguas do sertão adentro.
Deixaram, então, Casa Branca, seguiram até a cidade de São Simão, onde já surgiam as exuberantes plantações de café, iniciadas em 1872. Seguiram pela antiga estrada que serpenteava até a cidade de Ribeirão Preto, passaram pela fazenda Cravinhos, com uma extensão de 800 (oitocentos) alqueires de terras roxas de primeira ordem. Inegavelmente, eram as melhores terras por eles já percorridas. 
Essa propriedade foi adquirida pela Família Pereira Barreto por R$ 600$000 (seiscentos mil réis). A concretização do negócio foi efetuada na cidade de Franca, onde passou-se o talão de sisa, pois, Ribeirão Preto, na época, apesar de ser sede de município, ainda não possuía coletoria, fato que, por força da lei o deixava apenas como distrito de Paz.
Mais tarde, com o trabalho de 60 (sessenta) escravos, foram erguidos os primeiros prédios e abertas as primeiras estradas, começando aí a grande peregrinação para as terras roxas do já afamado Cravinhos.
Assim nascia Cravinhos, cujo o ano de fundação foi estipulado como 1876, pela lei 27/25, de 09 de outubro de 1975.
Em 1880, com a abertura das estradas de rodagem, ligando as Fazendas Boa Esperança a Chumborazo (na década de 50, São Francisco e Santo André, respectivamente), grande foi a influência de pessoas que chegaram àquelas paragens, para o plantio do café.
Como só ia acontecer com a maioria das cidades brasileiras, a chegada dos trilhos da estrada de ferro é fator decisivo de progresso. Tal aconteceu com a região de Cravinhos.
Em 1883, três anos após a chegada de Santos Lopes, engenheiro da Cia. Mogiana de Estrada de Ferro, os habitantes locais viram chegar a primeira locomotiva. Estava, pois, Cravinhos diretamente ligada à Capital do Estado. Nesta ocasião chega ao pequeno povoado Francisco Rodrigues dos Santos Bomfim. Cuidou logo da construção de várias casas, chegando mesmo a formar uma rua inteira, que até a década de 50 conservava o seu nome, Bonfim.
Em 1887 foi iniciada a construção de uma Igreja, sob a égide de São José do Bonfim (na década de 50, São Benedito), por iniciativa de Santos Bonfim.
Além dos Pereira Barreto, João Evangelista Nogueira e José Alves Guimarães Júnior muito contribuíram para o desenvolvimento e progresso de Cravinhos.
Pela Lei 125, de 27 de abril de 1893, Cravinhos foi elevada a Distrito de Paz. Pela Lei 551 de 22 de julho de 1897 passou à categoria de Município.
A Câmara Municipal de Cravinhos surgiu em 30 de Janeiro de 1898 às quatro horas da tarde em sessão, sob a presidência do cidadão José Ferraz de Carvalho, vereador mais velho entre os demais.
O prédio da Câmara Municipal se localizava na esquina da rua Tiradentes com a rua Cerqueira César, é o mesmo onde funcionava o Grupo Escolar João Nogueira. Edifício amplo, com jardim em sua entrada e sala de espera com cadeiras e mesas para escrever, sala de sessão e um corredor que ligava ao gabinete do prefeito, prestando assim um bom atendimento a todos.
A Câmara hoje está localizada na rua Tiradentes, 263 no centro da cidade, com estrutura mais moderna e informatizada.

Origem do Nome

CRAVINHOS = Pequenos cravos.
Era antigamente, hábito dos primeiros moradores de paragens brasileiras, notadamente dos mineiros, dar ao local em que aportavam, o nome de mudas de flores ou árvores, especialmente frutíferas, que nelas existissem abundantemente.
Quando os Pereira Barreto chegaram em Cravinhos e adquiriram suas primeiras glebas de terra, não cogitaram de indagar o motivo porque o local era denominado "Cravinhos".
Passados anos, porém, sendo interpelados a esses respeito não hesitaram em responder que a origem do nome Cravinhos lembrava, a grande quantidade de "cravinhas" (cravos pequenos), como chamavam, existentes nas imediações das moradas dos que aqui residiam.
Contestados por afirmativas de que esse nome deveria ser oriundo da corruptela escravinhos, que diziam existir nas referidas terras; os mesmos Pereira Barreto limitavam-se a dizer que não haviam escravos nas terras por eles compradas, derrubando assim tal hipótese quando levantada.
Alegam, porém, alguns historiadores, que antes dos Pereira Barreto já aqui existiam pequenas lavouras cuidadas por escravos. Daí o fato de chamar-se Cravinhos o município. Entretanto não há provas concretas da existência desses escravos; atribui-se, então, a origem do nome às pequenas flores que existiam naturalmente enfeitando as frentes das casas de seus primeiros habitantes e que eram chamadas cravinhas.
Fonte: Migalhas

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