sábado, 25 de novembro de 2017

ESCOLA MAIS QUE CENTENÁRIA EM ITAPETININGA

Esta reportagem foi feita em 03/08/2014
Escola Peixoto Gomide, símbolo de Itapetininga, completa 120 anos. P
rédio centenário mantém estrutura preservada desde a fundação. 
Escola é considerada como um dos maiores patrimônios do município. 
Do G1 Itapetininga e Região.
Símbolo de Itapetininga (SP), o prédio e as pessoas que passaram por ele foram fundamentais para o desenvolvimento do município e também do país.

Anfiteatro da escola é mantido preservado desde a 
fundação (Foto: Reprodução/ TV TEM)

O local também é sinônimo de preservação, já que muito da estrutura é a mesma de um século. 
É o caso das portas de madeira maciça das salas de aulas, o palco, as cadeiras e toda a decoração do anfiteatro. Mas a importância da escola não se limita à estrutura rigorosamente preservada. 
A professora de história Marisa Lygia Pinheiro explica que o prédio também guarda uma parte da história do nosso país. “O Brasil vivia a época da república Oligárquica, quando os coronéis dominavam o cenário político e econômico brasileiro, surgindo também a república do café com leite. Então tanto São Paulo quanto Minas Gerais dominavam a política e econômica. E essa escola surgiu nesse momento”, afirma.
Logo na entrada da escola há uma imponente escadaria de mármore italiano, que também data da época da fundação. Beleza, requinte e pompa que sobreviveram à passagem do tempo. 
Além da arquitetura da escola, que literalmente conta um pouco da história, nos corredores da Peixoto Gomide há quadros com fotos antigas que mostram os primeiros professores que lecionaram. 
São pessoas que não precisaram de grandes feitos para serem lembradas, mas que estiveram presentes em um dos principais marcos da história de Itapetininga.
A escola ainda foi a primeira do interior paulista a formar professores. 
Um deles foi o professor aposentado Ivan Barsanti Silveira. Ele estudou na Peixoto Gomide entre 1953 e 1959. Mas se lembra claramente de como era o dia a dia no local: “Quando batia o sinal de mudança de aula, os professores subiam a escada e os alunos esperavam pacientemente já perfilados. O professor quando entrava na sala encontrava os alunos de pé reverenciando o mestre. O uniforme dos moços do curso normal eram tiras no bolso e na lapela, e das moças era o famoso uniforme azul marinho com as saias pregueadas, o sapato baixo, a camisa branca e também com listras”, conta.
As aulas da escola foram interrompidas apenas uma vez. 
Em 1932 o prédio se transformou em banco de sangue para os soldados feridos na Revolução Constitucionalista. 
Durante o movimento, o local foi invadido e depredado. 

Escadaria de mármore na entrada e corredores da 
escola (Foto: Reprodução/ TV TEM)

São tantas memórias, que pra deixar tudo registrado, alunos e professores do 3° ano do Ensino Médio decidiram registrar um pouco da história em um livro. 
A obra, que deve ser lançada em outubro, deu aos estudantes a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o local onde estudam. “Desde a época de 1894, quando começou a escola, até agora. Escrevemos sobre as mudanças políticas, as vestimentas, todo o geral como era o comportamento dos alunos e professores da época”, comenta o estudante Leonardo Rodrigues, um dos envolvidos no projeto.
Segundo os professores, além de todo o valor cultural e histórico da Peixoto Gomide, o ensino também é diferenciado. 
A professora Lígia Robert conta que para estudar na escola a concorrência é grande. “A escola está preocupada com a formação total do jovem. Não somente com o conteúdo, ensina a formação intelectual e cultural do aluno, para que, independente da profissão que ele exerça”, diz.
Uma das alunas que passou algum tempo tentando entrar na Peixoto Gomide é a estudante Amanda Cristina de Oliveira. Ela diz que sonhava em estudar no local, e se emocionou na primeira vez que entrou na escola como aluna. “Foi como um objetivo, um sonho realizado. Foi muito interessante chegar, saber da história e participar dela. Eu sei que quando sair daqui, vou de alguma forma deixar minha marca”, revela.

Escola Peixoto Gomide, joia de Itapetininga, foi fundada em julho de 1884 (Foto: Reprodução/ TV TEM)

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