quinta-feira, 6 de setembro de 2012

"COLONIZAÇÃO"




Os Capitães Calixto Gonçalves de Almeida (foto) e Camillo José de Araujo Lelis, redatores do jornal "O Democrata" de Capão Bonito do Paranapanema, eram lá eleitores do 4o. Quarteirão.
Na edição do dia 11 de agosto de 1.901, de nosso acervo, escreveram um editorial para o seu jornal muito importante intitulado COLONIZAÇÃO.

"Pelo que temos lido nas principais folhas de São Paulo, o Governo trata da introdução de elevado número de imigrantes, no intuito de povoar o sul do Estado, onde há grande extensão de terreno devoluto.
Sabemos que todas as autoridades desta receberam do doutor Secretário da Agricultura um pedido de informações sobre a existência dessas terras nesta comarca, inquirindo sobre a sua extensão e importância, não só referente à cultura, mas também sobre a sua riqueza mineral.
Neste município, o terreno devoluto é muito vasto; acompanha os pontos limítrofes desde a divisa de Ribeirão Branco e Iporanga, até às divisas das Sete Barras, sendo, portanto, este município ocupado por terreno devoluto de sudoeste a leste, podendo-se calcular uma área de trinta léguas quadradas, mais ou menos.
Esse terreno, quase em sua totalidade, é ocupado por matas virgens; nele, encontra-se, bem como nas margens dos rios que o banham, muita terra de primeira qualidade, para o plantio de cereais.
Somos informados por pessoas fidedignas e despretensiosas que tem tido ocasião de embrenhar-se por essas matas com o fim de divertirem-se em caçadas, de terem encontrado vestígios certos que demonstram a existência de importantes jazidas de ouro.
Não podemos deixar de dar crédito a essas informações que temos, por terem sido elas de pessoas que, já em outros tempos, ocuparam-se na mineração e, por isso, se não tem conhecimento próprio ou científico, pelo menos, praticamente devem conhecer esses sinais certos.
Seria portanto de grande vantagem que o Governo do Estado mandasse uma comissão de engenheiros que, guiados por esses homens práticos daqui, se dirigissem a esse sertão e fizessem uma exploração interessada dessas ricas jazidas.
Sentimos imensa falta de ouro e possuindo o nosso solo tanta abundância!
Essa exploração de nenhuma forma poderá prejudicar, visto que, ainda mesmo admitindo-se que não houvesse possibilidade de encontrar essas jazidas, seria ela aproveitável para uma informação autorizada sobre o terreno devoluto deste município".   

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