sexta-feira, 7 de setembro de 2012

UMA VINGANÇA IGNÓBIL

"Obedecendo o programa apresentado no nosso primeiro número e, à vista do estado calamitoso em que se achavam as prisões da cadeia desta cidade, entendemos que devíamos pedir providências, o que fizemos no nosso número de 23 de junho, p. passado.
Por esse motivo, o Carcereiro, que figurava no número dos nossos assinantes, devolveu-nos o jornal, com o fim de vingar-se de nós.
Que parvoice!
Entenderá ele que o nosso intuito, publicando este jornal, é de fazermos fortuna?
Se assim pensa, está completamente enganado.
O nosso propósito é muito diverso; queremos apenas, se bem que nos falte capacidade, prestar algum serviço a este município.
Assim sendo, havemos sempre de censurar as injustiças e profligar desassombradamente contra arbitrariedades.
Não nos importamos com devolução, e continuaremos impávidos observando fielmente o nosso programa.
De nossas censuras parece-nos que não haverá motivo para indignação, atendendo-se o antigo rifão: quem não quiser ser lobo, não deve vestir a pele.
Em conclusão, temos a dizer que pouca importância damos à devolução; o que é certo é que estamos satisfeitos porque, com a nossa reclamação, foi feita a necessária limpeza nas prisões".

a) Camillo J. A. Lelis e Calixto G. de Almeida, redatores do "O Democrata", de Capão Bonito do Paranapanema, edição de 7 de julho de 1.901, de nosso acervo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário