domingo, 3 de fevereiro de 2013

EVA LEITE MACHADO

O município de Alambari dista cerca de vinte e três quilômetros de Itapetininga.
Num exemplar do jornal O Estado de São Paulo de 1.970, há uma reportagem bastante peculiar.
Consta que na década de 60, ainda Distrito, havia na cidade uma senhorinha de estatura média, mais clara que morena a qual no dia dedicado aos mortos vestia-se de noiva, com um véu bordado na cabeça e passava o dia rezando à beira dos túmulos da mãe, do noivo (Domingo Candera, com quem não pretendia casar-se jamais, falecido em 1.960) e de todos os mortos enterrados no cemitério da localidade.
Aos seis anos de idade, provavelmente 1.926/1.927, ela jurara para a mãe que permaneceria a vida toda em castidade e que na época de Finados cumpriria o ritual de visitar todos os mortos sepultados em Alambari. 
Tida como débil mental, Eva mantinha na capela o seu vestido de noiva, o sapato branco, o véu bordado com seu nome e o do seu noivo, as imagens de Bom Jesus de Pirapora e de Nossa Senhora Aparecida, e as bandeiras - pasmem! - do Brasil e de São Paulo. 
Esse amor pelas bandeiras ela mantinha desde quando estudava em Angatuba.
Sempre quis carregar essas bandeiras nas festas e desfiles, mas a sua professora nunca deixou.
Conta-se que no final dos anos 60 ela compareceu à procissão de Bom Jesus, em Iguape, vestindo-se com as quatro cores das bandeira nacional.
Quando o "Estadão" fez uma reportagem sobre ela, Eva residia numa casa de pau à pique e viajava anualmente para Aparecida do Norte, Iguape e Pirapora do Bom Jesus para assistir às solenidades religiosas.
Os mais velhos se lembravam que Eva Leite Machado também viajava a São Miguel Arcanjo por ocasião das festas ao Arcanjo São Miguel e ao Divino Espírito Santo, nos seus últimos anos de vida.

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