sábado, 20 de setembro de 2014

PARABÉNS, IPAUSSU!




Na cidade de Avaré chegam dois mineiros: João Justino, vulgo João dos Santos e João Corra de Miranda. Embrenham-se na mata e aventuram-se na conquista de novas terras. Tinham como trajeto para este lugar os pontos de Piraju e Santa cruz do Rio Pardo. Em seu trajeto, cruzaram o Rio Paranapanema na altura onde hoje situa-se Piraju e, nessa jornada, ao aportarem em Santa Cruz do Rio Pardo à procura da exuberância do rio, foram parar num Coqueiral, o marco zero de Ipaussu. Pegaram o ribeirão e desceram, convindo que todos os ribeirões correm para os rios. Caminhando nessa direção encontraram uma ilha, a qual denominaram de Ilha Grande. 
Encontraram como habitantes nessa época os índios Coroados, que permanecem por muitos anos. Retiraram-se somente quando se sentiram incomodados com a aproximação do elemento branco, que foi espichando os seus domínios por todas as terras do Paranapanema. 
A chegada da Sorocabana no ano de 1908 à Ilha Grande do Paranapanema foi muito importante à prosperidade da vila, e o dinamismo desta experimentou uma nova dinâmica em seu modo de vida.
Para se fazer uma idéia da Ipaussu daquela época, basta dizer que na fase inicial contávamos única e tão somente com 4 fazendas. A saber: São Luiz e Santa Hermínia; Santa Augusta e Bela Vista.
Nossa história sofre algumas mudanças de rumo. Leis já determinam e registram oficialmente a vida deste pedaço de São Paulo. Por força da lei Estadual Nº 187, de 23 de agosto de 1893, a Ilha Grande que era pouco ou nada mais do que um apêndice do município de Santa Cruz do Rio Pardo foi elevado a Distrito de Paz pela Lei Nº 550, de 13 de agosto de 1898. Assim, aqui lavraram desde então os registros da vida civil da população: Nascimento, casamento e óbitos.
Entretanto, os benefícios representados pelo retorno de sua atividade econômica se encontravam em favor do município de Santa Cruz do Rio Pardo.
Os primeiros ensaios de independência foram feitos pelo Dr. Cleophano Pitaguari de Araújo, advogado e deputado estadual, eleito pelo 5 Distrito Eleitoral que, após muitas e incontáveis gestões junto ao governo do Estado, fez com que Ilha Grande se elevasse à categoria de Distrito de Paz.
Na Câmara dos Deputados (atual Assembléia Legislativa Paulista), o Dr. Pitaguari, juntando os documentos exigidos e interpondo a sua ação parlamentar, criou condições para a criação do distrito.
Aos 19 de dezembro de 1906, sob a denominação de ILHA GRANDE DO PARANAPANEMA, por força da lei estadual nº 1038, eleva-se à condição de Vila. 
Em 1914, surge o sentimento autonomista. Pela primeira vez a população Ilhagrandense, já de forma organizada, dá as mãos num mesmo objetivo. E esse objetivo passa a ser um ideal aceso por um vivo sentimento de amor a terra. Assim nasceu o senso de comunidade.
Houve uma reunião em 2 de maio de 1914, o povo compareceu em massa contagiada de civismo e desejoso de participar como peças vivas desse tempo. 
Tem início a campanha de emancipação da Ilha Grande.
A imprensa local, no desempenho de seu papel, vai contagiando o coração e a mente dos leitores; vai crescendo por indução em todos os demais, a semente do ideal libertário.
Eis que a imprensa registra, na edição de 12 de agosto de 1914, um significativo apelo, em forma de abaixo assinado das senhoras ilhagrandenses, dirigido ao Exmo. Dr. Washington Luiz, "ilustre líder da maioria na Câmara dos Deputados do Estado de São Paulo, a quem solicitavam advogar essa causa justa e nobre".
Em 1915 chega a boa nova: a autonomia de Ilha Grande é aprovada, deu-se a elevação de Distrito de Paz a município, por efeito da Lei Estadual Nº 1465, de 20 de setembro de 1915, com a denominação de Ipauçu. 
O nome Ipauçu tem origem na língua tupi guarani, sendo sua forma primitiva IPAGUAÇU que significa Ilha Grande.
Em 15 de novembro de 1915, acontece em Ipaussu a primeira eleição de sua história, tendo o município como prefeito Coronel Henrique da Cunha Bueno.

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