domingo, 28 de setembro de 2014

PENSÃO PARAÍSO, EM SANTOS


Nos idos de 1910, situada no então elegante bairro do Paquetá, a Pensão Paraíso tinha clientes seus o que de melhor havia na sociedade e no alto comércio de Santos.
Adão e Eva, proprietários do estabelecimento, o mantinham rigorosamente limpo, tanto na alimentação feita quanto na acomodação oferecida a seus hóspedes.
Certa noite, a pensão foi tomada de assalto por uma legião de pulgas, possivelmente vindas do porão de antigo prédio vizinho que servia de depósito de velharias do tempo do Império.
Ninguém dormiu, e os protestos surgiram. Um dos pensionistas saiu-se com esta:
"- Ora, ora, Seu Adão! A Pensão Paraíso, até agora um verdadeiro paraíso, um céu-aberto, de repente se transforma em verdadeiro inferno!..."
Respondeu Adão:
"- Perdão, doutor: em inferno, não! Em pulgatório, isto sim, admite-se..."

Publicado originalmente por Olao Rodrigues no seu Almanaque Santos - 1972, sob o título Miscelânea Calpetuana. Esse título se refere a Calpetus, pseudônimo de João Dias Martins Júnior, o Janjão das piadas, trocadilhos e provérbios humorísticos, fundador do Bloco dos Fidalgos, do Círculo Enigmístico de Santos e responsável por muitos anos pela seção de Charadas e Cruzadas do jornal santista A Tribuna.

In Novo Milênio Histórias e Lendas de Santos.

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