A História
Era final de 1947, quando foi proposta a criação de um novo povoado no oeste do estado de São Paulo cujos trabalhos foram se concretizando no início do ano seguinte. Admitiam alguns idealistas que a riqueza e abundância na agricultura estariam exatamente nas terras virgens e que, para tanto, deveriam derrubar matas e iniciar novas comunidades.
Um dos pontos a serem desbravados estava exatamente nas terras pertencentes a Junqueira Neto, residente em São Paulo. Para que o projeto pudesse prosperar, referidas terras foram entregues a Osvaldo Leite Ribeiro, que da mesma forma residia em São Paulo.
A fim de poder comercializar os planos de se fundar um novo povoado, Junqueira Neto o nomeou seu procurador geral.
Para Irapuru, Osvaldo Leite Ribeiro viajava a cada 10 ou 15 dias, tomando ciência de tudo que se passava na então criada empresa Sociedade Irapuru Ltda. Analisava os negócios e acompanhava os esboços do traçado no novo povoado, cujos trabalhos técnicos foram entregues ao engenheiro prudentino Francisco Cunha, que fez questão de apresentar um traçado urbano, tendo o sol como referencial. Referido profissional já havia trabalhado em outros projetos urbanos de cidades que nasceram quase na mesma época de Irapuru. No entanto, havia necessidade de que uma outra pessoa acompanhasse mais de perto o andamento dos negócios, ficando esta incumbência sob responsabilidade de Alvaro Leite Ribeiro, irmão de Osvaldo, que se tornou seu procurador, muito embora residisse em Lucélia.
Era exatamente dia 6 de maio quando se oficializou a criação do novo povoado que teria o nome de Irapuru. Algumas outras sugestões foram apresentadas, mas o próprio Osvaldo Leite Ribeiro, envolvido pelas lendas indígenas em torno do pássaro Uirapuru, optou por uma de suas variações: Irapuru.
As correrias dos desbravadores eram constantes na região.
As estradas eram precárias e de difícil acesso, que a solução encontrada tanto para Osvaldo quanto para Alvaro era o avião. Inicialmente pousavam numa pista localizada na Fazenda Santa Genoveva, às margens da estrada Irapuru-Flora Rica, posteriormente conhecida como “Sede Velha”. Logo em seguida foi construída uma pista nas proximidades do povoado, que servia para pouso e decolagem das pequenas aeronaves.
Alvaro Leite Ribeiro era o próprio piloto de seu monomotor.
O município de Irapuru está situado a oeste do Estado de São Paulo, na região conhecida como Nova Alta Paulista. Sua posição geográfica é considerada privilegiada, tendo em vista posicionar-se na área central da referida região e, por ser também o principal ponto de ligação com a região da Alta Sorocabana, nos referenciais Irapuru – Presidente Prudente.
A sede do município está na área do espigão divisor Aguapeí-Peixe, sendo que sua parte sul, encontra-se totalmente no 9º perímetro. É considerado um município cujo solo é produtivo e privilegiado por manchas férteis.
O município possui uma temperatura de clima quente e com inverno seco, este com pouca freqüência durante o ano. Associando-se as vantagens do solo com as condições climáticas favoráveis, tem se aí o grande potencial para qualquer tipo de agricultura. Não bastasse o café e o algodão coroando de glória a economia do município na primeira década de vida, hoje reconhecem-se a fruticultura como agente de grande produtividade.
O município pode ser considerado como um grande sítio arqueológico. Afirmações desse quilate foram traduzidas por pesquisadores que aqui estiveram quando dos grandes achados que deixaram curiosos seus moradores. Dentre as peças, fósseis, que os estudiosos afirmam ter mais de 70 milhões de anos.
A lenda do uirapuru é interessante.
Dizem que no Sul do Brasil havia uma tribo de índios cujo cacique era amado por duas moças muito bonitas.
Não sabendo qual escolher, o jovem cacique prometeu casar-se com aquela que tivesse melhor pontaria.
Aceita a prova, as duas índias atiraram as flechas, mas só uma acertou o alvo. Essa casou-se com o chefe da tribo.
A outra, chamada Oribici, chorou tanto que suas lágrimas formaram uma fonte e um córrego.
Pediu ela a Tupã que a transformasse num passarinho para poder visitar o cacique sem ser reconhecida. Tupã fez a sua vontade. Mas verificando que o cacique amava a sua esposa, Oribici resolveu abandonar aqueles lugares. E voou para o Norte do Brasil, indo parar nas matas da Amazônia.
Para consolá-la, Tupã deu-lhe um canto melodioso. Assim canta para esquecer as suas mágoas, e os outros pássaros quando encontram o uirapuru, ficam calados para ouvir as suas notas maravilhosas. Por causa de seu canto belo, chamam de professor de canto dos pássaros.
A bandeira
Além de ter o seu brasão oficial, o município carecia de mais um símbolo, considerado até então importante para a vida cívica de sua gente. Faltava a sua bandeira, o que era uma prioridade quando das festividades em Irapuru.
No início de 1972, o então prefeito José de Souza Nascimento convidou José Costa para fazer um esboço e elaborar o documento legal a fim de se instituir a bandeira de Irapuru. O convite foi aceito e após alguns dias de estudo, foi apresentado oficialmente o projeto de lei que foi submetido a apreciação da Câmara Municipal de Irapuru. Analisado, o projeto foi aprovado por unanimidade na primeira sessão ordinária de abril daquele ano. Foi em seguida sancionada em data de 11 de abril.
O significado da bandeira instituída é o seguinte: As faixas amarela, vermelha e cinza, correspondem às cores principais do pássaro Irapuru, de onde originou-se o nome do município. O triângulo verde, representa o “habitat” do citado pássaro, bem como a nossa economia agrícola e uma das cores frequentes no Irapuru fêmea. A forma de triângulo reforça o intuito de crescer, vencendo a cada dia mais, o caminho que nos leva ao progresso. O pássaro branco (representação de todas as cores, pelo princípio de Newtom), cor da paz, do amor e da harmonia, representa a sede do município de Irapuru.
A primeira apresentação oficial da bandeira, aconteceu no dia 6 de maio de 1972, quando das festividades comemorativas do aniversário de Irapuru.
O Hino
Durante toda a sua história, Irapuru procurou sempre estar presente nos grandes momentos cívicos. Seus administradores, há muito já se preocupavam com a imagem do tradicional dentro de Irapuru, sempre procurando fixar os valores irapuruenses como forma de resguardar a nossa cultura e o nosso civismo.
Após a instituição da bandeira do município, restava tão somente, a composição de um Hino a Irapuru. Uma música que falasse um pouco do município e de sua gente.
Letra e Música – José Costa
Sempre foste o meu eldorado...
Irapuru és o meu eldorado
Eu nunca vi, – terra igual-
De uma gente tão fraternal.
Teus pioneiros, aqui chegaram
Se admiraram de tua beleza
Minha Caçula e até Gigante
Mais bela flor, da natureza.
Sempre foste o meu eldorado…
O teu progresso é só trabalho
Cidade e campo é só ação
Quem aqui chega, sempre o tem
Com toda a força do coração.
Com toda a força do coração.
Sempre foste o meu eldorado…
Do Amazonas, veio o teu nome
Pequena ave de canto forte,
Dizem os índios em suas lendas
Nos traz a paz, e muita sorte.
Sempre foste o meu eldorado…
- do livro A História de Irapuru
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