O imóvel Ribeirão do Moinho possuía uma área aproximada de 52.000 alqueires que fora
adquirida, através de posse antiga, por Francisco Mario dos Santos, conforme justificação feita no ano de 1.850 e julgada por sentença do Juiz Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo em 31 de janeiro de 1.891. No mês seguinte, o imóvel foi vendido a
Quirino de Toledo Ribas, conforme escritura lavrada em 15 de fevereiro de 1.891.
Com a morte do proprietário, as herdeiras venderam o imóvel para várias pessoas:
35% a Ernesto Dias de Castro; 22,5% a Mário Furquim; 22,5% a Emílio Victor de Lima e 20% a Olímpio Rodrigues Pimentel (este, acabou vendendo sua parte a Mário Furquim, que ficou, então com a maior parte das terras).
Provavelmente, no dia 19 de março de 1.937, Pedro Storti, radicado em Araçatuba desde 1.911, fundava no traçado da variante que passaria no espigão divisor dos rios Tietê e Aguapeí ( Feio ), o Patrimônio de Aquidabam, onde procedeu o loteamento de pequenas e grandes propriedades, cujo progresso contribuiu para o florescimento do povoado que mais tarde viria a ser denominado Murutinga do Sul.
Nessa época, não havia estradas de rodagem, sendo que a Estrada de Ferro N.O.B. estava parada em Valparaíso.
No dia 10 de julho de 1.937 foi inaugurada a Estação Férrea denominada de Murutinga, cujo traçado já atingia o Estado de Mato Grosso, sendo o primeiro e único meio de transporte na região, nessa época.
Murutinga era dependente por completo do Distrito de Guaraçaí.
Logo que fundou o povoado, Pedro Storti trouxe a família; a maioria das terras eram suas e então começou a colonização: 228 famílias, distribuídas em 228 lotes de pequenas áreas, do total de 1.500 alqueires, dos quais 20 alqueires foram doados pelo Fundador para ser a sede do povoado.
De acordo com a lei estadual n.º 14.334, de 30 de novembro de 1.944, Murutinga foi elevada à categoria de Distrito com o nome de Algodoal, posta em execução a partir de 01 de janeiro de 1.945.
A troca de nome de Murutinga para Algodoal provocou grande descontentamento na população. Todavia a Estação Ferroviária da NOB ( Noroeste do Brasil ) sempre manteve o nome de Murutinga.
E veio a luta pela emancipação.
Voluntários abnegados embrenharam - se durante vários dias, dentro do território do Distrito e começaram a azafamar para o alistamento de homens e mulheres, maiores de 18 anos, com residência de mais de 2 anos na localidade.
Foi um trabalho desenvolvido pela Comissão Pró – Município, encaminhado à Comissão de Estatística, na Assembléia Legislativa do Estado, sendo recebida com admiração, porque um trabalho minucioso, claro e preciso, constava naquele caderno de informações fiéis sobre o valor e riqueza de Algodoal, como era chamada nessa época.
O povo teve que impetrar um mandato de segurança até mesmo contra a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Foi com a inteligência brilhante dos nossos Juízes de Fato que diante das exposições tácitas e claras, com argumentação precisa deram a sua palavra de ordem.
Algodoal, com um povo que lutou por São Paulo, deu exemplo de amor ao Brasil que sem alarde e sem orgulho, demonstrando que ali existiam homens de brio foram em busca dos direitos na Justiça e conseguiram o que mais desejavam: transformar Algodoal de Distrito para Município.
As grandes famílias que contribuíram para o desenvolvimento do povoado, além dos Storti, as famílias: Rosseto, Calestini, Fioravante, Frazili, Barbosa, Agostinho ( pai do Caboge), Pancini, Duarte, Ochiuci, Mota, Yackstet, Bibiano, Ferreira, Gabriel, Miranda, Abdo, Tozzi, Antoniacci, Constantino, Honório, Santo, Nacfur, Palmiro Covre, Lima, Marqueis, Modesto, Souza, Teles de Souza, Ferreira de Mendonça, Matiussi, Marin, Azuh, Alves Ribeiro, Rostichelli, Garcia, Bertão, Pereira Assis, Romio, Patrício, Bareca, Bertoletti, Dias Pedrozo, Ferreira Lima, Ramos Proença, Rodrigues, Marcussi; Berto, Merizio, Soares, Doretto, Zerbinatti, Macerau, Rebucci, Bianchini, Ottoboni, Monteiro, Marchi, Hipólito, Gomes, Torquato, Soares, Miguel.
Pela lei estadual n.º 2.456 de 30 de dezembro de 1.953, o Distrito de Algodoal foi elevado à categoria de município com o nome de Murutinga do Sul, cuja instalação se deu a 01 de janeiro de 1.955. Como mu
nicípio, foi criado com terras desmembradas dos municípios de Andradina e de Guaraçaí.
O município comemora seu aniversário (data da emancipação político – administrativa) no dia 01 de maio, coincidindo com o dia do Trabalho.
Todavia, por lei, a data verdadeira e correta é 30 de dezembro.
São, portanto, comemorados dois aniversários por ano.
Sinal do amor que o povo local nutre pela cidade e pela sua história.
Parabéns!
site da Pm local.
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