Na manhã do dia 12 de julho de 2014, autoridades civis, militares e toda a população de Campina do Monte Alegre se reuniram na praça "Campina de Heróis" para prestar homenagens aos "Gaviões de Penacho", intrépidos aviadores constitucionalistas que fielmente defenderam São Paulo durante a Revolução de 1932.
O discurso fora proferido por Jefferson Biajone:
"A Aviação Constitucionalista remonta da criação da Força Aérea da Força Pública do
Estado de São Paulo em 17 de dezembro de 1913, a qual extinta foi pelo Governo de
Getúlio Vargas em 18 de dezembro de 1930.
Com a deflagração da Revolução de 32 em 9 de Julho, o Governo de São Paulo
houve por bem recriar a Arma da Aviação, agora sob o nome de Grupo Misto de Aviação da
Força Pública, misto assim chamado por compor-se de aviadores da Força Pública e do
Exército Brasileiro e que sob a célebre autonomásia de GAVIÕES DE PENACHO,
compreendeu o esforço da aviação constitucionalista nos céus e ares de São Paulo nos 89
dias de luta que compreenderam a Revolução.
Iniciando suas atividades bélicas em base e campo de pouso e decolagem situados
em área atualmente compreendida pelo SESI de Itapetininga a 17 de julho de 1932, os
pilotos do Exército Brasileiro, da Força Pública e civis voluntários, bem como o pessoal de
apoio e manutenção contavam inicialmente com apenas cinco aeronaves, dois aviões Potez-
25, dois Wacos CSO e um Newport-Delage 72, para fazer frente a dezenas de aeronaves
pertencentes às forças adversárias, tanto da aviação do Exército quanto da Marinha.
Cabia também aos Gaviões de Penacho a defesa do três setores que dividido foi o Estado de
São Paulo durante a revolução, fosse no bombardeio contra efetivos e instalações inimigas,
fosse nos combates aéreos contra os “vermelhinhos” adversários.
A imensa extensão territorial do Estado, aliada ao enorme quantitativo de missões que a
tribuídas foram aos aviadores constitucionalistas levaram suas aeronaves ao extremo do
uso operacional, bem com a realizarem verdadeiros atos de bravura e heroísmo nos céus de
nosso estado, na maioria das vezes contra número superior de contendores.
Em 24 de setembro de 1932, a baía de Santo encontrava-se bloqueada pelo cruzador
“Cruzeiro do Sul” quando três aviões constitucionalistas deixaram a capital para abater esse
vaso de guerra da Marinha.
Neste ataque deu-se as duas únicas baixas dos Gaviões de Penacho em toda a
revolução de 32 que foi a explosão do avião Curtiss Falcon, batizado de Kavuré-Y pelos seus
ocupantes, os bravos 1° tenente aviador José Angelo Gomes Ribeiro e o 2° tenente
observador Mário Machado Bittencourt.
Ambos morreram no cumprimento do dever e heróis da aviação constitucionalistas se
tornaram, tendo sido elogiados em todo o Estado de São Paulo e promovidos post mortem
por bravura aos respectivos postos de capitão e 1° tenente pelo general Brazilio Taborda,
comandante do Exército Constitucionalista do Setor Sul sediado em Itapetininga.
A 8 de outubro de 1932, seis dias após o Armistício que levou ao fim a Revolução de 32, foi
declarada extinto o Grupo Misto de Aviação da Força Pública e com ele os Gaviões de
Penacho, mas a sua memória e seus feitos gloriosos, estes nunca o foram e jamais o serão.
Neste ano de 2014, cuja data de 15 de agosto se comemora os 30 anos de criação e
existência do Grupamento de Radiopatrulha Aérea “João Negrão”, unidade da Policia Militar
do Estado de São Paulo que atualmente constitui a aviação paulista e herdeira é tradições da
Força Aérea da Força Pública do Estado de São Paulo de 1913 e do Grupo Misto de Aviação
da Força Pública de 1932, a memória inesquecível e heroica dos GAVIÕES DE PENACHO
permanece ativa e altaneira nos céus e ares de São Paulo por meio dos helicópteros ÁGUIA,
os quais compõem o maior esquadrão de asas rotativas da América Latina e um dos maiores
do mundo na dezenas de bases operacionais espalhadas pelo nosso Estado nas diuturnas
missões de combate ao crime, de monitoramento, de transporte de transplantes, autoridades
e no resgate de pessoas.
Este monumento cuja placa que a instante iremos inaugurar sob réplica de aeronave
constitucionalista nas cores e faixas que a caracterizaram durante a Revolução de 32 tem
por objetivo contribuir para o resgate dessa memória inesquecível e heroica dos GAVIÕES
DE PENACHO, filhos da Força Aérea da antiga Força Pública do Estado de São Paulo e pais
do Grupamento de Radiopatrulha Aérea “João Negrão” da atual Policia Militar do Estado de
São Paulo.
Que as gerações presentes e futuras de Campina do Monte Alegre e região possam,
ao apreciar esse monumento e os nomes em sua placa neles inscritos, agradecer aos
nossos guardiões alados de ontem e hoje pelos relevantes serviços prestados tanta na paz
quanto na guerra e pela glória imarcescível que colheram por São Paulo e pelo Brasil."
Professor Jefferson Biajone
1° NC Paulistas de Itapetininga! Às Armas!!
Fonte: Sociedade Veteranos de 32/MMDC- Campina de Heróis.
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