Hoje, a cidade comemora 42 anos.
O aniversário é comemorado considerando a data de fundação da cidade nova, construída em 1973, no alto das montanhas envolvidas pela represa de Paraibuna.
É que a antiga Natividade da Serra foi inundada em 1974, quando já tinha 120 anos de existência.
É que a antiga Natividade da Serra foi inundada em 1974, quando já tinha 120 anos de existência.
As casas e prédios da cidade instalada em meio a Serra do Mar, no caminho para o Litoral Norte, foram desocupados para a criação da represa.
Hoje, esta parte da história está submersa.
Com sua atividade econômica baseada na criação de peixes, comércio e no turismo, a cidade com pouco mais de 6,9 mil habitantes cresce conforme o comportamento da represa.
"Quando a represa está alta, as pousadas lotam, os turistas vêm. Fica linda e atraente. Mas quando está muito baixa, a gente fica na mão porque depende dela. Como atrair um hotel grande ou um investimento maior, com uma atração que pode sumir na seca, como está acontecendo este ano?" explica a professora Maria Helena da Silva Ribeiro, 61 anos.
Maria Helena, conhecida em Natividade como professora Leninha, se mudou ainda jovem da cidade vizinha, Redenção da Serra.
Com sua atividade econômica baseada na criação de peixes, comércio e no turismo, a cidade com pouco mais de 6,9 mil habitantes cresce conforme o comportamento da represa.
"Quando a represa está alta, as pousadas lotam, os turistas vêm. Fica linda e atraente. Mas quando está muito baixa, a gente fica na mão porque depende dela. Como atrair um hotel grande ou um investimento maior, com uma atração que pode sumir na seca, como está acontecendo este ano?" explica a professora Maria Helena da Silva Ribeiro, 61 anos.
Maria Helena, conhecida em Natividade como professora Leninha, se mudou ainda jovem da cidade vizinha, Redenção da Serra.
A aposentada conta que se mudou no ano que a represa era construída.
"Era um clima muito triste. Tínhamos dois anos praticamente para mudar da cidade velha e construir esta nova. De repente, do nada, um ano depois do início da mudança, caiu uma tromba d'água em Natividade e encheu tudo de uma vez. Ninguém morreu, mas muita gente perdeu tudo. Isso nos uniu e em mutirão construímos casas e nossa vida nesse lugar", detalha Leninha, que desde 1973, luta ao lado de outros moradores para reconstruir a memória da cidade, com documentos, fotos e objetos.
"Era um clima muito triste. Tínhamos dois anos praticamente para mudar da cidade velha e construir esta nova. De repente, do nada, um ano depois do início da mudança, caiu uma tromba d'água em Natividade e encheu tudo de uma vez. Ninguém morreu, mas muita gente perdeu tudo. Isso nos uniu e em mutirão construímos casas e nossa vida nesse lugar", detalha Leninha, que desde 1973, luta ao lado de outros moradores para reconstruir a memória da cidade, com documentos, fotos e objetos.
"Nossa cultura ficou quase toda embaixo da represa também. Os prédios carregam a história, fazem parte da nossa tradição. Hoje ainda temos as festas religiosas. Somos um povo saudoso, nossas crianças foram ensinadas pelos pais a sentir saudade da antiga Natividade que nem conheceram", afirma a professora.
Questionada sobre o que gostaria de dar de presente de aniversário à cidade que adotou como sua, Leninha não pensou duas vezes. "Queria dar uma igreja igualzinha à que ficou submersa para a alegria do pessoal mais antigo e uma nova forma de sustentar a nossa economia, com muitos empregos para que os nosso jovens não precisem ir embora da cidade para trabalhar".
Apesar da saudade, das mudanças que o tempo e a represa obrigaram o povo de Natividade a se adaptar e ainda das dificuldades que a cidade enfrenta, a professora diz que nunca vai deixar o lugar.
Questionada sobre o que gostaria de dar de presente de aniversário à cidade que adotou como sua, Leninha não pensou duas vezes. "Queria dar uma igreja igualzinha à que ficou submersa para a alegria do pessoal mais antigo e uma nova forma de sustentar a nossa economia, com muitos empregos para que os nosso jovens não precisem ir embora da cidade para trabalhar".
Apesar da saudade, das mudanças que o tempo e a represa obrigaram o povo de Natividade a se adaptar e ainda das dificuldades que a cidade enfrenta, a professora diz que nunca vai deixar o lugar.
"O melhor daqui é o povo. São pessoas boas e hospitaleiras. Toda nossa história nos uniu, pois lutamos juntos. Gosto muito daqui e neste aniversário temos muito o que comemorar", conclui.
Reportagem feita por Elaine Rodrigues para o Meon, Notícias e Região em 12 de agosto de 2014.
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