segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ARRAIAL BONITO DO CAPIM MIMOSO

Hoje o município de Franca completou 192 anos.
Denominações anteriores: Sertão do Capim Mimoso, Arraial Bonito do Capim Mimoso, Freguezia da Franca do Rio Pardo, Villa -Franca do Rio Pardo, Villa -Franca d’El-Rei, Vila Franca do Imperador.
Data de fundação: Ano de 1804.
A princípio o caminho entre os sertões do Brasil Central e o litoral era o vale do São Francisco. Por ali os goianos transportavam seus rebanhos. Desavenças entre paulistas e emboabas, no início do século XVIII, forçaram a alteração da rota seguida pelos bandeirantes, daí advindo a abertura da Estrada do Sal, que, desviando para o Sul o comércio do gado, deslocou para São Paulo o eixo de influências daquela região.
Franca, que primeiro se chamou Arraial Bonito do Capim Mimoso, deve a sua origem a esses fatos. 
Clima de serra, boas pastagens, aguadas abundantes, o Arraial cresceu. Mineiros que vinham das zonas de garimpo e de criação (XVIII), como encontrassem condições favoráveis, permanecem à beira do caminho, dedicando-se especialmente à criação do gado vacum. Depois, impelidos pela falta d’água, alguns “entrantes”, que se haviam estabelecido em Covas, emigraram para nova aglomeração, até que em princípio do século XIX todos haviam abandonado o sítio primitivo, aumentando o número de habitantes do agrupamento. Em breve uma Igreja matriz substituiu a capela existente desde os primeiros tempos da fundação e em 1805 o Arraial era elevado à categoria de freguesia, a Freguesia de Franca e Rio Pardo.
Devido a sua posição geográfica foi, como o correr do tempo, ganhando importância comercial. O sul paulista, essencialmente agrícola e o sertão central, criador de gado, tinham um ponto de contato em Franca que não tardou em transformar-se em entreposto, fornecendo sal – o chamado sal de franca – para toda a região central. 
O burgo crescia e em 1809 já contava com mais de 1 200 habitantes. Apareceu, então o desejo de emancipação e em 21 de outubro de 1821 foi determinada sua elevação à vila, denominando-se Vila Franca D’El Rei. Porém, as lutas por emancipação nacional puseram em segundo plano a instalação da vila e somente 3 anos depois, o Presidente da Província de São Paulo, Lucas Antônio Moreira de Barros, lavrou portaria, de 14 de outubro, ordenando ao Ouvidor -Geral da Comarca de Itu que instalasse a vila que seria denominada Vila -Franca do Imperador, cuja instalação se deu a 28 de novembro de 1824.
Em 1839 é criada a comarca de Franca e em 1856 a vila passa à categoria de cidade.
 
 
O desbravamento do sertão paulista e a abertura do rio Paraguai, depois de 1870, ao comércio das províncias brasileiras, motivado pela guerra do Paraguai, mudaram o curso do transporte do sal, para uma via mais econômica, provocando a decadência dessa fase comercial do município. A inauguração da estação da Mogiana em Franca, ainda na segunda metade do século XIX (1887), inicia novo ciclo de seu desenvolvimento. Como todo interior, até a chegada da estrada de ferro, possuía uma indústria rudimentar caseira, suficiente para suas próprias necessidades. Com a inauguração dos trilhos passa a concentrar novamente o comércio entre São Paulo e Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. É a época do apogeu da cultura cafeeira, causa da expansão ferroviária. Ainda no decurso dos primeiros anos dos século XX continuaria a expansão das estradas de ferro, servindo às regiões mais antigas do Estado. Por toda a zona a que pertence Franca, o estacionamento da rede ferroviária e do volume da produção cafeeira coincidem, mantendo-se mais ou menos constantes depois de 1920.
Intensificando o preparo de cafés finos, o Município fez face à crise, suportando mesmo a concorrência de regiões mais novas. A policultura foi então introduzida e com ela o algodão, o tungue, a batata. Por seu turno, a criação progrediu consideravelmente, tornando-se conhecida a região como produtora de zebu, o que motivou mesmo a transformação de alguns cafezais em pastagens. Desta forma, Franca evoluiu de entreposto comercial para a monocultura do café, tendendo depois para a associação da policultura à indústria. Atualmente, é de destacar-se, além da pecuária e de sua produção de café, a indústria de couros (principalmente calçados).
Fonte: Dr. Pintassilgo

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