quinta-feira, 10 de novembro de 2016

GENTE ILUSTRE DE ITATIBA

Anna Paulina de Lacerda Álvares Penteado, a Condessa Álvares Penteado, nasceu em Itatiba, em 22/6/1862, e faleceu em São Paulo em 21/10/1938. 
De espírito humanitário e profundos sentimentos religiosos assistiu a várias instituições de caridade, entre as quais a Santa Casa de Misericórdia, onde há um pavilhão com seu nome, a Liga das Senhoras Católicas, o Leprosário de Santo Ângelo, a Liga Paulista Contra a Tuberculose, o Hospital São Paulo, a Cidade dos Menores Abandonados, a Cruzada Pró-Infância, o Orfanato Cristóvão Colombo e a Comissão de Socorros Públicos.
Anna Paulina casou-se com Antonio Alvares Leite Penteado e tiveram os seguintes filhos:
Eglantina Penteado - nasceu em 12 outubro 1883 e faleceu em 22 abril 1931;
Antonieta Alvares Penteado - nasceu em 1 junho 1880;
Stella Penteado - nasceu em 7 dezembro 1886.
Uma das filhas de Anna, Antonieta Alvares Penteado, casou-se com o ilustre Caio da Silva Prado e tiveram os seguintes filhos:
Eduardo da Silva Prado - nasceu em 8 maio 1902 e faleceu em 25 novembro 1940; Ana Iolanda da Silva Prado - nasceu em 12 junho 1903; Caio da Silva Prado Júnior - nasceu em 11 fevereiro 1907; Carlos da Silva Prado - nasceu em 4 junho 1908.


 
Caio Prado Júnior, neto de Anna, se destacou no cenário político e jurídico nacional. 
Foi criado por governantas alemãs sob rígida disciplina, que foi reforçada no colégio jesuíta São Luis. 
Quando ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, em 1924, o pai lhe deu de presente a preciosa biblioteca de um jurista que acabara de morrer. Depois de uma viagem que fez sozinho ao Oriente Médio, aos 18 anos, sentiu necessidade de conhecer o próprio país. 
Diante da miséria que lhe saltou aos olhos, rompeu com a oligarquia. 
"Eu era um burguês rico e até então ignorava a nossa realidade", disse, então. 
Em 1926, estreou na política filiando-se ao mesmo partido de seus professores universitários, o Partido Democrático (PD), recém-fundado por seu tio-avô, o conselheiro Antonio da Silva Prado.
Quando se formou em Direito, Prado Júnior até tentou investir na carreira de advogado, trabalhando com o jurista Abraão Ribeiro, mas já estava decidido: a prioridade seria lutar para amenizar a precariedade da vida de milhões de brasileiros. 
A esta altura, estava decepcionado com a atuação do PD, na verdade, uma dissidência do não menos oligárquico Partido Republicano Paulista (PRP). 
Mesmo desanimado, se manteve firme na Revolução de 1930, que acabou conduzindo Getúlio Vargas ao poder.
Entretanto, em 1931, ingressou no Partido Comunista Brasileiro e procurou em vão nas livrarias paulistanas a bíblia da esquerda, O capital, de Karl Marx. 
A solução foi importar a obra da Europa e o resultado de sua leitura foi publicado no livro Evolução política do Brasil, em 1933. 
O engajamento logo foi reconhecido pelos camaradas, que o escolheram como vice-presidente da Aliança Nacional Libertadora (ANL). 
As arbitrariedades do Estado Novo, que perseguia esquerdistas, o levaram para a cadeia em 1935. Ficou encarcerado dois anos em São Paulo, até ganhar a liberdade e exilar-se na França, regressando ao Brasil somente em 1939. 
Apesar de comunista, em 1945 Prado Júnior se transformou em um dos principais mentores da criação da União Democrática Nacional (UDN). 
No breve período em que o PCB saiu da ilegalidade (de 1945 a 1947), integrou a bancada do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O mandato foi cassado com o cancelamento do registro do PCB. Paralelamente à militância política, cuidava dos negócios. 
Em 1944, havia fundado a Editora Brasiliense com o escritor Monteiro Lobato. 
Nos anos 50, Prado Júnior criou a revista Brasiliense, que debatia as causas do atraso econômico do Brasil. A revista fechou em 1964, ano do golpe militar, e ele passou uma semana detido no Dops. 
Em 1968, Sérgio Buarque de Holanda aposentou-se e chamou Prado Júnior para assumir a cátedra de História do Brasil na USP em seu lugar. Mas no mesmo ano foi cassado e aposentado por decreto. 
Em 1970, exilou-se de novo, dessa vez no Chile, retornando no mesmo ano para ser julgado pelo Tribunal Militar. 
Foi condenado e preso na Casa de Detenção de Tiradentes, em São Paulo e, em 1971, absolvido por falta de provas pelo Supremo Tribunal Federal. 
Casou três vezes e teve dois filhos e sete netos. 
Morreu de insuficiência pulmonar a 23 de novembro de 1990, prestes a completar 84 anos. 
Fonte: Dr. Pintassilgo

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