sábado, 17 de fevereiro de 2018

85 ANOS DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA - EXPOSIÇÃO EM CAPÃO BONITO.

Exposição em Capão Bonito celebrou os 85 anos da Revolução de 1932. 
Colaborou: AI PMCB
09/07/2017 





Para resgatar uma das mais importantes datas históricas do Estado de São Paulo - o 9 de Julho, Capão Bonito organizou uma exposição especial com objetos da Revolução Constitucionalista de 32. 
Foram expostos uma série de objetos e artefatos colecionados ao longo dos últimos anos pelo capitão da Polícia Militar de Capão Bonito - Wagner de Oliveira.
O evento aconteceu no Centro Educacional, Cultural e Esportivo “Paulo Freire (antigo CBC). Teve início sexta-feira, 7 de julho, e com encerramento neste domingo, dia 9 de julho com a 1ª Corrida Pedestre 9 de julho. 
Muitas pessoas estiveram durante a semana visitando a exposição que foi um sucesso.
A Revolução - O início da Revolução de 1932 — faz oitenta e cinco anos neste domingo 9 de julho. 
O passar dos anos não atenuou a controvérsia que a cerca, a começar pelos múltiplos nomes que lhe atribuem.
Foi batizada de “constitucionalista” por seus promotores, e constitucionalista continua para quem a enxerga como insurreição de pura índole democrática e legalista, contra o regime de exceção em vigor desde a derrubada do presidente Washington Luís, em outubro de 1930.
“Contrarrevolução” é como a chamaram os homens de Vargas, sugerindo que se tratava de uma reação da oligarquia paulista à Revolução (esta, sim, “revolução” de verdade) de 1930.
“Guerra Paulista” foi como a chamou o historiador Hélio Silva, autor da série de livros intitulada “O Ciclo de Vargas”, dando ênfase ao caráter solitário da insurreição de São Paulo. Uma variante é “Revolução Paulista”. 
Mas, se São Paulo militarmente ficou só, a insatisfação com o regime permeava outros estados, e dobrava-se numa cisão entre os militares.
O caráter nacional do desconforto contra o regime reflete-se no título de um dos melhores livros sobre o episódio, “1932 — A Guerra Civil Brasileira”, do brasilianista Stanley Hilton.
A “guerra” desenvolveu-se em três frentes principais e uma secundária. 
As principais foram a do Vale do Paraíba, junto à divisa com o Rio de Janeiro, a da Mantiqueira, junto à divisa com Minas, e a do Sul, junto à divisa com o Paraná. 
Os paulistas jogaram na retranca nas três. 
A secundária se desenvolveu junto à divisa com Mato Grosso, e tinha o objetivo de, via Paraguai e Rio da Prata, tentar contato com o mundo exterior, em busca de reforços em armas e munições, já que os portos paulistas foram desde logo bloqueados pela Marinha.
Aos cálculos equivocados dos comandantes somou-se o despreparo das tropas, e os paulistas acumularam derrotas desde os primeiros dias.
Multiplicavam-se as debandadas, diante do avanço do inimigo. Contra esse panorama, os federais contavam não só com a maior parte do Exército, mas com a polícia militar de diversos estados.
É até surpreendente, dada a disparidade de forças, que a guerra tenha durado os 85 dias que durou. 
Em 2 de outubro, o comandante da Força Pública Paulista, Herculano de Carvalho e Silva, assinou o armistício, em nome dos insurretos. 
Não existe cálculo confiável de mortos no conflito. 
Entre os paulistas, seriam de 600 a 800. 
As cidades paulistas mais atingidas foram as do Vale do Paraíba e as que confrontam com o Paraná, no Sul. 
Nos dias finais da guerra, Campinas sofreu um bombardeio aéreo em que morreu um menino e algumas pessoas ficaram feridas. 
São Paulo não conheceu senão dois bombardeios aéreos contra o Campo de Marte.
Em carta a Getúlio, de 18 de julho, o general Góis Monteiro, comandante das forças federais no Vale do Paraíba, apontou o erro dos rebeldes: “O meio mais racional de o inimigo liquidar a questão seria tomar resolutamente a ofensiva, no prazo mais curto”. 
Em depoimento posterior, o mesmo Góis Monteiro diria que, se as forças rebeldes tivessem avançado no rumo do Rio de Janeiro, poderiam “atingir pelo menos a Vila Militar, em Deodoro, o que seria um passo decisivo para ganhar a partida, não só porque essa investida iria causar pânico e confusão naquele instante crítico, mas ainda porque poderiam contar com a adesão de muitos elementos tacitamente comprometidos e, sobretudo, com a simpatia do povo”. 
A avaliação diz menos da situação militar do que do estado de espírito do país; Góis Monteiro deixa entrever um regime atravessando uma fase de cai não cai. Uma ação vigorosa, que chegasse ao subúrbio do Rio, onde ficava a Vila Militar, teria a seu ver provocado uma onda de adesões.
Em Capão Bonito e outras cidades da região como Buri, Guapiara e Itapeva a Revolução deixou inúmeros vestígios e a exposição em Capão Bonito foi reflexo deste incrível trabalho de ‘garimpagem da história’ feito pelo capitão Wagner de Oliveira.
Fonte: Sudoeste Paulista.

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