Paulista de Tatuí, Carolina nasceu em 28 de janeiro de 1892 e faleceu aos 90 anos, em 15 de abril de 1982, deixando importante legado para a educação na carreira que percorreu no magistério público e desbravou na hierarquia institucional, até então fechados à atuação feminina.
Em 1907, concluiu seus estudos, muito jovem, aos quinze anos, formando-se professora na Escola Complementar de Itapetininga.
Iniciou sua carreira no magistério no ano seguinte, em 1908, como substituta na Escola Modelo anexa à Normal de Itapetininga e, desde então, dedicou-se ao ensino público paulista.
Em 1912, tornou-se substituta efetiva adjunta no Grupo Escolar São Manuel, transferindo-se para a capital no ano seguinte, em 1913, para lecionar no Grupo Escolar “Maria José “.
Sob a influência do pai, José Dionísio Ribeiro, assumiu a missão por ele incumbida, pouco antes de sua morte: “Posso morrer tranquilo, deixo cinco filhos preparados para servir à Pátria, pela educação - cinco professores”.
Assim, profundamente imbuída na missão de formar almas e inteligências, na década de 1920 inicia nova etapa em sua experiência profissional, assumindo a cadeira de português na Escola Normal do Brás, entre 1920 e 1921 e , posteriormente, a carreira de diretora, organizando o grupo Escolar São José, localizado no Ipiranga, de 1923 a 1931 e o Grupo escolar Erasmo Braga ( o segundo grupo escolar na Consolação), em 1932.
Percurso que culminou em 1935, para dirigir a escola primária anexa ao Instituto de educação- nova denominação da Escola Normal da Praça da República- e auxiliar de Fernando de Azevedo, então diretor do Instituto. Função na qual permaneceria por quatro anos até que os acontecimentos a levassem a acumular o cargo, dirigindo, também a Escola Normal.
Podemos encontrar em vários números do Jornal Folha da Manhã e Folha da Noite registrando muitos eventos ligados à escola, onde Carolina Ribeiro aparece liderando os mais variados eventos ora com campanhas de educação até mesmo para adultos analfabetos, ora recebendo celebridades ligadas ao ensino e literatura, promovendo encontros com entidades ligadas à filantropia e educação de pais, entre outros.
Em 1937 reorganiza a Biblioteca Infantil, agora com novo mobiliário, adequado `a leitura dos alunos do primário.
Foi contrária às novas reformas de ordem pedagógica e administrativas que culminou com a nova denominação de Instituto Caetano de Campos, que o distinguia do curso normal, oferecendo formação para professores em curso superior ( na época, foi construído o terceiro andar do prédio, que acomodou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras).
Quando D. Carolina resolvia executar algum projeto, por mais difícil que fosse, levava adiante, mesmo diante de dificuldades como comunicação, nada a impedia de concretizar estes projetos.
Numa época que mal se falava ao telefone, organizou um evento em 1946, com muitas escolas do estado de São Paulo, para as comemorações do dia do Centenário da Escola Normal. Para o qual requereu às demais escolas que providenciassem: contato imediato com ela em correspondência, documentos referentes à história da Escola normal local, fotografias de objetos, alunos, documentos e trabalhos de alunos, além de uma missa a ser celebrada no dia e também sugestões para “abrilhantar “o evento.
Esse pedido foi feito no dia 19 de fevereiro de 1946.
No dia 16 de março , ou seja, um mês depois, iniciaram-se as comemorações.
Todas as escolas solicitadas atenderam ao pedido.
No ano de 1947, D. Carolina resolve criar um projeto para a alfabetização de adultos nas escolas normais do estado.
Uma competição com premiação às escolas e às normalistas participantes. Conseguiu patrocínio de diversas empresas que colaboraram com os prêmios, e, no final de 1948, 2.000 pessoas haviam sido alfabetizadas, não havia nada que a impedisse de realizar as mais impossíveis causas e com seu prestígio conseguia a colaboração de todos.
Era excelente oradora, organizava simpósios, encontros, comemorações.
Foi autora de letras de hinos, como o Hino da Cruz Vermelha Brasileira, o Hino das Normalistas e da despedida dos pracinhas.
Publicou a obra: A Educação através da História.
Foi Secretária da Educação em 1955, no governo Jânio Quadros.
Em 1975, aos 83 anos assume a direção da associação dos ex-alunos do Caetano de Campos, na luta para a preservação do prédio como escola.
Recebeu Prêmio Roquete Pinto, em 1978, como educadora emérita.
Em 1982, ano de sua morte, foi homenageada, com busto esculpido pelo artista plástico Luiz Morrone.
Foto entre 1935 e 1939, quando ainda era assistente de direção da escola anexa à Escola Normal, D. Carolina encontra-se bem ao centro entre as crianças em dia de festa.
Foto com professoras do primário, década de 1930
1938- Jornal Nosso Esforço- maio/junho- Assistência às crianças com tuberculose
1939- julho- Jornal nosso Esforço: sessão cinematográfica beneficiente
1939- Outubro: início do "Lanche sadio" na escola
Com um grupo de professores, década de 1940
Em1947, D. Carolina passa a direção para o Prof. Francisco Cimino
Com um grupo de prfessores- década de 1950
Em 1955, passa o cargo para o Prof. João Carlos Gomes Cardim
Já como secretária da educação em 1955
1975- Aos 83 anos: Na luta para a preservação do prédio e continuidade da escola ( segunda da direita para esquerda).
Site da Escola Caetano de Campos.
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