No final do período monárquico a Província de São Paulo já era a unidade do Império do Brasil que mais se destacava em termos econômicos: o café paulista era então o principal produto de exportação do país. Isto fez com que as infra-estruturas de transporte (ferrovias, estradas e o porto de Santos), comunicações e urbana no território paulista girassem principalmente em torno do café. Os recursos auferidos com a exportação do café eram tantos que se produzia, por vezes, uma certa desatenção em relação a outras alternativas econômicas e a outras regiões.
Este tipo de situação pode ser percebido, por exemplo, abstraídas as razões de ordem econômica ou técnica – que talvez justifiquem o desconhecimento da solicitação –, através do requerimento de Phil Slaughter, jornalista do Diario do Brazil e empresário do Rio de Janeiro, dirigido à Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo e datado de 27 de Fevereiro de 1883. Nele solicitava concessão de “garantia de juros de sete por cento ao ano sobre o capital de duzentos contos de réis (200:000$000) para o estabelecimento de três ou mais engenhos centrais destinados à fabricação de açúcar nos municípios de Campinas e Santa Bárbara dessa província”.
Para justificar sua solicitação Slaughter mencionou a fala do Presidente da Província de São Paulo, Francisco de Carvalho
Soares Brandão, dirigida à Assembléia Legislativa Provincial na abertura da Sessão Legislativa de 1883. Nela Brandão afirmara que o fato de a Província de São Paulo ter sido pioneira no plantio da cana-de-açúcar no Brasil deveria ser uma razão para que aí se buscasse “animar e desenvolver a indústria açucareira”.
Além disso, alertava Slaughter, fazendo mais uma vez uso das palavras do Presidente da Província, a baixa do preço do café “veio mostrar de modo irrefragável que não deve ela confiar o seu futuro econômico de um único gênero de produção e exportação, é-me grato registrar que a introdução e desenvolvimento dos engenhos centrais na província promete ser um auxiliar poderoso, mantendo a receita provincial, chamando os pequenos lavradores à participação de lucros certos e atraindo à lavoura maior número de indivíduos”.
Além disso, Slaughter propunha que nos engenhos de açúcar se fizesse uso de seu processo de extração do caldo de cana e de fabricação de açúcar, que já obtivera privilégio por Decreto do Governo Imperial de 1882.
Todavia, os argumentos invocados não foram considerados, por razões que o processo não preserva. Aqui reproduzimos o desenho do “Processo de Burnes & Slaughter para a Extração do Caldo da Cana e Fabrico do Açúcar” e que integra a documentação deste processo.
Alesp
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