quinta-feira, 27 de novembro de 2014

APELIDOS DE GENTE DE ITAPIRA:



Faltam cinco minutos para as 9 da noite. Na tela, vai ser projetada a figura belíssima de June Caprice e mais o galã Wallace Reid...
O Pimpote vai até o tabuleiro da Nhá Lia, compra meio litro de amendoim torrado, coisa que devora no correr da sessão cinematográfica. 
O maestro João Macuco vai incumbir-se da parte musical, pedalando a famigerada pianola, já que a orquestra está em greve.
Aqueles cinco cavalheiros não querem entrar no Recreio, sabedores como são, que a fita é uma bomba. 
O quinteto em questão? Eis seus apelidos: João Corneteiro, Padeirão, Laú do Simplício, Zé Cadela e João Mamangava.
Ao lado do tabuleiro está a viúva do Manduca, falando com o famoso açougueiro, Finoque, que no final da rua estão os terríveis Dito Zoiudo, Rebita Dedão, Joaquim Cabeça de Véia, Jorge Pintadinha e o Mário Seco, tramando um assalto aos pastéis e outros comes de Nhá Laia. 
A mulher está tranquila, pois vai contar com a presença dos guapos homens da lei, os policiais: Bigodudo, Guineli, Joaquim Bunda de Inça e o Pau de Fumo. 
Diante do pelotão consideraram furtar da carroça do Bastião da Noite, frutas, lá para os lados do Cubatão. 
A sessão começa e, em frente ao banco do Cel. Juquinha Filadelfo, o Anterão Pitada, violão em punho, espera por Santo Raposa e o Duduca Flautista para a serenata que logo iriam fazer. 
Em frente a farmácia do Cel. Chico Vieira, um grupo se junta e parece que coisa boa não vai sair. 
Braz Apita Mogiana, Quatro Paus, Dito Canela de Frango, Dito Canário, João Gambá e o Zé do Abilio. Comentando a confusão que crescia, de frente a Loja Barateira, trocam palpites, Anginho Alfaiate, Dito Mendengue, Aristides Padréco, Chico Tucano, João Alegre e mais o Dito Coriango. 
Não querendo nada com o que acontecia na praça, o maestro Niquinho mais seu filho Zé Rabona, pegam carona num Ford de Bigode do chaufeur de praça, Querubim do Queixo Torto e seguem para casa. 
Atrás da Igreja, um colóquio bizarro chama a atenção – João Toco e Maria Colaquinha, marginalizados da sociedade itapirense, conversam e vão para o Portão Preto, local de dormida e outras coisas. 
Nas imediações, no bar do João Graminha, o pai de Bépe Marella está às voltas com o bêbado inveterado, Pisca Burro, que sem tostão algum, quer tomar uma pinga...”

Fonte: Jornais Cidade de Itapira - Colunas de João do Norte.

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