sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O MINEIRO BERNARDINO DE CAMPOS




Membro Honorário da Loja "América", de São Paulo, em 1.870. - Fundador da Loja Trabalho, de Amparo-SP, em 18/08/1.872. - Presidente do Estado de São Paulo por duas vezes, de: 08/1892 a 04/1896 e de 07/1902 a 05/1904. - Político. - Estadista. - Faleceu em 18/01/1.915.
"Nasceu Bernardino de Campos, como é mais conhecido, em 06-09-1841, na cidade de Pouso Alegre - Minas Gerais. Filho de Bernardino José de Campos e Felisbina Rosa Gonzales de Campos.
Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1.863 e logo depois de bacharelar-se, começou a advogar na cidade de AMPARO, a partir de 1866, desde logo entregando-se à propaganda republicana.
A  primeira notícia de sua atividade maçônica aparece na Ata de Fundação da Loja "TRABALHO", de Amparo - São Paulo, de 18-08-1872, quando o seu nome, o Gr.'. 3, figura entre os 18 fundadores daquela Loja, fundada em 06-04-1872, conforme Livro de Presenças, encontrado em 18-09-1972, ao ser aberta uma urna centenária daquela oficina, que o elegeu para o cargo de Orador na administração provisória, logo encarregando-o - em comissão -- de elaborar o Regimento Interno. Cumulativamente também fazia parte da primeira Comissão de Justiça.
Em 19-05-1873, como Orador que ainda era da Loja, verberou em altos brados contra a propaganda encetada em Amparo por 2 missionários JESUÍTAS, e contra o procedimento incorreto do Vigário, que do púlpito, atacava desbragadamente a Maçonaria, e a Loja "TRABALHO" em particular.
Ainda como Orador, em 10-07-1873 apresentou um projeto sobre a criação de uma escola noturna para o sexo masculino que funcionou durante muitos anos e em 1889, ainda com o seu apoio, a Loja também fundou uma Oficina de Instrução.
Em 11-09-1873 foi eleito Venerável pela primeira vez, cargo em que foi confirmado em 18-04-1874, e reeleito em anos posteriores. 
Em 1873 a Loja já tinha sessenta Obreiros. 
Em 12-03-1874 conseguiu do Grande Oriente Unido a Carta Capitular escocesa para a sua Oficina, e junto com esta houve e concessão inicial para a regularização de Graus 9, 12, 18, 22, 27e 30 a diversos obreiros do Quadro. 
E é quase certo, que nessa ocasião o Ir.'. Bernardino de Campos tenha recebido o Gr. '. 30. Foi reeleito Orador nos exercícios de 1881/82 e 1882/83, e Presidente da Comissão de Obras e Edificação do Templo Próprio, e ocupando outros cargos importantes no quadro, sempre revelando um grande entusiasmo pela Ordem. 
Em vista disso, a Loja Trabalho acabou lhe conferindo o título de membro Remido. 
Mais tarde, ainda se tornou membro Honorário da Loja "Independência e Ordem" de Campinas - SP e da Loja "Amizade" de São Paulo.
Não temos a data precisa de quando recebeu o Grau 33, mas, é quase certo que ainda tenha sido na jurisdição do Grande Oriente Unido de Saldanha Marinho, antes da incorporação ao Grande Oriente do Brasi, em 18-01-1883.
Eleito Deputado provincial, com o advento da República foi Indicado para a chefia de Polícia do novo regime, de 1887 a 1889. 
Em 1891 o encontramos como Presidente da Assembleia Constituinte, como Deputado da bancada de São Paulo, de 1891 a 1893.
Em 23/08/1892 foi eleito Presidente do Estado de São Paulo, permanecendo até 15/04/1.894. 
Logo em seguida foi Senador Federal por São Paulo, em 1896; e reeleito em 1900 a 1902; sendo nomeado Ministro da Fazenda do Governo Prudente de Moraes, de 20-11-1896 até 23-06-1897 e, interinamente Ministro da Justiça de 07 a 19 de julho de 1897. 
Finalmente em 03/07/1902 foi mais uma vez eleito Presidente do Estado de São Paulo, e desenvolveu um novo plano de saneamento do porto de Santos, pois novamente ocorria um surto de febre amarela. 
Inaugurou o Museu do Ipiranga e melhorou o abastecimento de água na Capital, permanecendo até 01/05/1.908.
Por Floriano Peixoto, foi nomeado "General de Brigada Honorário" e logo em seguida foi despachado como "enviado extraordinário" e Ministro Plenipotenciário do Brasil na Europa.
Prosseguiu sua carreira política como senador estadual entre 1903 e 1915. 
Apoiou a campanha civilista pró Rui Barbosa para as eleições à Presidência da República. 
Recebeu o título de General Honorário do Exército Brasileiro.
Ainda em 1906, teve o seu nome lançado à candidatura da Presidência da República, da qual declinou em favor de Afonso Pena, mesmo sendo este um inimigo declarado da Maçonaria.
Devido a todas essas responsabilidades políticas, naturalmente tinha de deixar de ser Maçom militante ligado à sua querida Loja "TRABALHO", de Amparo.
Nos últimos anos de sua vida, a ironia do destino transformou a sua existência numa eterna noite. 
Ainda foi para a Europa, mas de lá voltou profundamente abalado em 14-10-1914.
Na cidade de São Paulo, dia 18-01-1915 partiu para a Suprema Iniciação, mas o povo paulista nesta hora suprema lhe demonstrou a sua eterna gratidão pela heroica luta contra a intervenção federal no Estado, transformando o seu enterro em comovente apoteose, em que todas as classes sociais comungaram da mesma dor.
A Maçonaria paulista prestou-se deslumbrante homenagem, mas, nem assim o Poder Central lhe dedicou qualquer palavra, e explica-se, pois não pertencia ao partido político do Gr.'. M.' Lauro Sodré e de seus "dedicados amigos".
( Transcrito do Livro "Biografia de Maçons Brasileiros" de Renato Mauro Schramm - Pág. 55 a 58 - Edição 1.999).
Site da Academia Paranaense de Letras Maçônicas, onde a Cadeira 07 é de Bernardino de Campos.

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